O seu pai morreu quando ele tinha apenas quatro meses de idade e Camille foi criado pela sua mãe e a sua tia.
Como tinham um
piano
em casa, aos dois anos e meio de idade já gostava de brincar com as
teclas, e em pouquíssimo tempo já tocava pequenas melodias, sem ser
ensinado por ninguém. A sua mãe e a sua tia deram-lhe as primeiras
lições de teoria musical.
Aos 7 anos de idade, já escrevia pequenas peças. Recebeu lições de
piano de Camille Stamaty e Alexandre Boëly e de harmonia de Pierre
Maleden e, aos 10 anos, já conseguia tocar algumas das peças mais
difíceis de Mozart e Beethoven.
Apresentou-se em público pela primeira vez na Sala Pleyel, em Paris, a 6
de maio de 1846, sem ter completado ainda 11 anos de idade. Na
ocasião, tocou o 3° concerto de Beethoven e o n° 15 de Mozart, para o
qual escreveu a sua própria cadência. Aos 13 anos de idade, entrou para o
Conservatório de Paris, onde estudou Órgão como instrumento musical,
com Benoist, e contraponto e fuga com Jacques Fromental Halévy.
Para auxiliar a família, tocava órgão na Igreja de St. Merry, e em 1857
obteve o cargo de organista na Igreja da Madeleine, cargo esse que
ocuparia durante 20 anos. Aos 25 anos já era famoso na Europa inteira
como pianista e compositor, tendo escrito três sinfonias, um concerto
para violino, peças de música sacra.
Travou amizade com Liszt, que, ao vê-lo improvisando no órgão da Igreja
da Madeleine, classificou-o como "o maior organista do mundo".
Saint-Saens conhecia música profundamente, familiarizado com as obras dos grandes compositores europeus antigos e modernos.
Saint-Saens gostava muito de viajar. Movido por impulsos súbitos, fazia
excursões repentinas às partes mais distantes do planeta, dava-lhe
prazer conhecer lugares exóticos.
Visitou a Espanha, as Canárias, Ceilão, a Indochina, o Egito e esteve
várias vezes na América. Deu concertos no Rio de Janeiro e em São
Paulo, em 1899, com a colaboração de Luigi Chiafarelli, uma figura de
destaque no ambiente musical brasileiro. Visitou também San Francisco,
na Califórnia.
A morte veio colhê-lo numa cama de hotel em Argel, na Argélia, no dia 16
de dezembro de 1921. "Acredito que agora chegou mesmo o meu fim",
murmurou, e fechou os olhos para sempre. Já fazia tempo que este homem
feliz desejava a morte secretamente
.
A obra de Camille Saint-Saens é imensa: sinfonias, concertos para
violoncelo, piano e violino, peças para órgão, música vocal e
instrumental, sacra e profana. Entre as peças mais conhecidas deste
compositor, podemos citar: o Concerto para violino nº3 em si menor (op.
61), a "Danse Macabre", Introdução e
Rondò Capriccioso para violino e orquestra (uma peça extremamente brilhante para o violino), o Carnaval dos Animais.
Saint-Saens compôs várias óperas, mas somente uma delas é tida pela posteridade como uma obra prima imortal:
Sansão e Dalila.
Uma amostra da riqueza das suas composições pode ser admirada no cinema: no primeiro dos filmes do porquinho
Babe, o 4º e último movimento da Sinfonia nº3,
Órgão,
serve de fundo para a cena do agricultor, que canta uma versão inglesa
para a belíssima melodia, chamada "If I Had Words".