Início de Vida e Introdução à Música
Ana Mafalda da Veiga Marques dos Santos, conhecida como
Mafalda Veiga nasceu 24 de dezembro de 1965 em
Lisboa, no seio de uma família grande, de origem
alentejana.
Com apenas 8 anos muda-se para
Espanha, acompanhando os pais, onde permaneceu até o ano 1980. Após esta estada de sete anos em terras espanholas, o seu pai oferece-lhe uma guitarra. Foi um tio, Pedro da Veiga, guitarrista de fado, quem fez a iniciação à composição de Mafalda. Mais tarde, a
cantautora afirmaria ter encontrado "solo fértil para as suas palavras" no instrumento, uma forma de canalizar a energia criativa da sua adolescência.
Mafalda Veiga estreia-se como autora em 1983, precisamente com o tema "Velho", com o qual em 1984 ganharia o Festival da Canção de
Silves. No mesmo ano de 1984, Mafalda ingressa no curso de Línguas e Literaturas Modernas da
Faculdade de Letras de Lisboa. Começa a gravar as suas primeiras
maquetas, mas o curso universitário toma precedência sobre a carreira musical, que ficaria adiada alguns anos.
Pássaros do Sul e Cantar
Em
1987 dá início a sua carreira discográfica com o álbum "
Pássaros do Sul", produzido por Manuel Faria (membro do grupo
Trovante). O álbum ofereceu-lhe imediato reconhecimento nacional; o sucesso foi tanto que o disco chegou rapidamente às 10 mil cópias vendidas. Com o sucesso, recebeu prémios como o Troféu Nova Gente para Melhor Cantor e a oportunidade de representar Portugal no Festival Internacional da RTP na Jugoslávia. Este sucesso deveu-se quase exclusivamente à faixa "Planície", levando inclusive a que outras canções como "Restolho", "Sol de Março", (a já referida) "Velho", ou "Nós", que já mostravam o perfil da artista, não fossem valorizadas.
O êxito deste registo levou à rápida gravação do segundo álbum de estúdio da cantora: "
Cantar", em 1988 e de novo com a produção de Manuel Faria. O disco recebe o Prémio Antena 1 para Melhor Disco, mas não atinge, contudo, as expectativas em termos comerciais. Apesar de canções como "Por Outras Palavras", "Nazaré", "Por Te Rever" ou "O Nome do Sal", falta-lhe um catalisador como a "Planície", do registo anterior.
Mafalda Veiga decide, então, fazer uma pausa na carreira discográfica. Nos quatro anos seguintes, Mafalda Veiga dedicou-se a levar as canções dos dois discos anteriores aos palcos portugueses. Viajou extensivamente pelo país, dando concertos, mas destaca-se principalmente deste período a participação especial naqueles que seriam no derradeiros concertos da banda
Trovante, em
Sagres e nos Coliseus de
Lisboa e do
Porto.
Nada Se Repete
Em
1992 regressou aos estúdios para gravar "Nada se Repete", novamente produzido por Manuel Faria e co-produzido por Amândio Bastos, contando com a participação especial de
Luís Represas que, para além da autoria de uma letra, gravou em dueto o tema "Fragilidade". Mafalda Veiga apresentou este disco em dois espectáculos no Teatro São Luiz, em Lisboa.
Em
1993 e
1994, além de realizar concertos por todo o país, esteve também por duas vezes em
Cabo Verde e em
Macau, no Teatro D. Pedro V.
Em
1996, surge o álbum "A Cor da Fogueira", com uma nova musicalidade e produção a cargo de José Sarmento, do qual o maior sucesso foi a canção "O Lume".
Em
1999 é editado "Tatuagem", marcando a entrada da cantora no selo Popular, da Valentim de Carvalho. A produção ficou a cargo de Manuel Paulo Felgueiras, membro do grupo
Ala dos Namorados. Deste álbum, destacam-se os temas "Tatuagens", em dueto com
Jorge Palma, "Cada Lugar Teu", "Um Pouco de Céu", "Uma Noite Para Comemorar" e ainda os temas "No Rasto do Sol" e "Gente Perdida", que viriam alguns anos depois a fazer parte de trilhas sonoras de novelas da
Rede Globo.
Mafalda Veiga apresentou "Tatuagem" em três concertos esgotados no grande auditório do
CCB e no
Rivoli do
Porto. Destes concertos resultou o álbum "Mafalda Veiga ao Vivo", disco de platina.
A
10 de dezembro de
1999 nasce o seu filho Tomás, fruto do seu casamento com o engenheiro António Cordovil.
O ano de
2000 terminou com a composição de quatro temas originais para a novela "Olhos de Água", transmitida pela
TVI.
Em
2002, o tema "No Rasto do Sol" é escolhido para integrar a banda sonora de uma novela da
Rede Globo, intitulada
Sabor da Paixão. Em janeiro de
2003, Mafalda é convidada a deslocar-se ao
Rio de Janeiro para participar em dois episódios da novela, interpretando ao vivo algumas das suas canções.
Em março de
2003 surge o sétimo disco da carreira de Mafalda Veiga, "Na Alma e Na Pele". Este trabalho conta com a produção do ex-baixista dos
Silence 4, Rui Costa. O álbum é constituído por onze canções originais onde se destacam o single de apresentação, "Uma Gota", e o tema "Cúmplices" dedicado ao Clube de Fãs e conta também com uma faixa interactiva. Neste ano foram realizados espectáculos por todo o país
que culminaram com dois concertos esgotados no
Coliseu dos Recreios em
Lisboa.
No âmbito das Festas da Cidade para o
Euro 2004, Mafalda teve, finalmente, o prazer e a honra de fazer a primeira parte do concerto de
Suzanne Vega - lugar com que sonhara mas que fora ocupado em
1991 pela sublime
Pilar Homem de Melo - tendo sido muito calorosamente recebida pelas mais de quinze mil pessoas que assistiram ao seu concerto e cantaram com ela a maior parte das suas canções.
O ano de
2003 termina com a edição do DVD, do segundo concerto realizado no Coliseu dos Recreios de Lisboa, a
5 de outubro de
2003. Também em Dezembro, a Quasi Edições lança o primeiro
Songbook de Mafalda Veiga, reunindo as letras e cifras de 16 canções escolhidas de cada um dos seus discos.
Em junho de
2004, a
TV Globo voltou a integrar uma canção de Mafalda Veiga ("Gente perdida", do disco "Tatuagem") na banda sonora de uma nova novela,
Senhora do Destino.
Em
2005, é editado também pela
Quasi Edições, o seu primeiro conto infantil "O carocho pirilampo que tinha medo de voar", integrado na colecção "Tempo dos mais novos", feita em parceria com o
Jornal de Notícias.
No dia
20 de outubro de
2005, Mafalda Veiga recebe o Prémio Carreira Prestígio da Rádio Central FM de Leiria.
Em
2006, Mafalda Veiga afastou-se um pouco dos palcos, dedicando-se essencialmente à composição e preparação do seu próximo disco de originais.
Discografia