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sábado, junho 09, 2012

O Congresso de Viena acabou, reconhecendo Olivença como teritório português, há 197 anos

 O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes potências europeias que aconteceu na capital austríaca, entre 2 de maio de 1814 e 9 de junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleónica na primavera anterior, iniciar a colonização (como visto na Revolução Liberal do Porto, no caso do Brasil), restaurar os respectivos tronos às famílias reais derrotadas pelas tropas de Napoleão Bonaparte (como a restauração dos Bourbons) e firmar uma aliança entre os burgueses.
Os termos de paz foram estabelecidos com a assinatura do Tratado de Paris (30 de maio de 1814), no qual se estabeleciam as indemnizações a pagar pela França aos países vencedores. Mesmo diante do regresso do imperador Napoleão I do exílio, tendo reassumido o poder da França em março de 1815, as discussões prosseguiram. O Ato Final do Congresso foi assinado nove dias antes da derrota final de Napoleão na batalha de Waterloo em 18 de junho de 1815.

Objetivos
O principal objetivo foi reorganizar as fronteiras europeias, alteradas pelas conquistas de Napoleão, e restaurar a ordem absolutista do Antigo Regime. Após o fim da época napoleónica, que provocou mudanças políticas e económicas em toda a Europa, os países vencedores (Áustria, Rússia, Prússia e Reino Unido) sentiram a necessidade de selar um tratado para restabelecer a paz e a estabilidade política na Europa, já que momentos de instabilidade eram vividos e temia-se uma nova revolução.

Participantes
O congresso foi presidido pelo estadista austríaco Príncipe Klemens Wenzel von Metternich (que também representava seu país), contando ainda com a presença do seu Ministro de Negócios Estrangeiros e do Barão Wessenberg como deputado.
Portugal é representado por três Ministros Plenipotenciários: D. Pedro de Sousa Holstein, Conde de Palmela, António de Saldanha da Gama, diplomata destacado na Rússia, e D. Joaquim Lobo da Silveira, diplomata destacado em Estocolmo.
A Prússia foi representada pelo príncipe Karl August von Hardenberg, o seu Chanceler e o diplomata e acadêmico Wilhelm von Humboldt.
O Reino Unido foi inicialmente representado pelo seu Secretário dos Negócios Estrangeiros, o Visconde de Castlereagh; após fevereiro de 1815 por Arthur Wellesley, Duque de Wellington; nas últimas semanas, após Wellington ter partido para dar combate a Napoleão, pelo Conde de Clancarty.
A Rússia foi defendida pelo seu Imperador Alexandre I, embora fosse nominalmente representada pelo seu Ministro de Negócios Estrangeiros.
A França estava representada pelo seu Ministro de Negócios Estrangeiros Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord.
Inicialmente, os representantes das quatro potências vitoriosas esperavam excluir os franceses de participar nas negociações mais sérias, mas o Ministro Talleyrand conseguiu incluir-se nesses conselhos desde as primeiras semanas de negociações.

O congresso nunca teve uma sessão plenária de facto: as sessões eram informais entre as grandes potências. Devido à maior parte dos trabalhos ser feito por estas cinco potências (com, algumas questões dos representantes de Espanha, Portugal, Suécia e dos estados alemães), a maioria das delegações pouco tinha que fazer, pelo que o anfitrião, Francisco II, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, oferecia entretenimento para as manter ocupadas. Isto levou a um comentário famoso pelo Príncipe de Ligne: le Congrès ne marche pas; il danse (o Congresso não anda; ele dança).
No encerramento do Congresso de Viena, pelo Artigo 105º do Acto Final, o direito português ao território de Olivença foi reconhecido. 
Detalhe de um mapa de 1773 espanhol , no qual Olivença aparece como parte do território português
in Wikipédia

Porta manuelina nos Paços do Concelho de Olivença

Terminada a guerra e vencido Napoleão foi assinado o Tratado de Paris de 1814 onde, no artigo 3.º se dizia "especialmente os tratados assinados em Badajoz e Madrid em 1801, ficam nulos e de nenhum efeito". No Congresso de Viena que se seguiu, a delegação portuguesa, chefiada pelo Duque de Palmela, voltou a exigir a anulação do Tratado de Badajoz e a devolução de Olivença. Isto foi conseguido pela inclusão do 105.º Artigo, no qual se diz: "As Potências, reconhecendo a justiça da reclamações formuladas por Sua Alteza, o Príncipe Regente de Portugal e do Brasil, sobre a vila de Olivença e os outros territórios cedidos à Espanha pelo tratado de Badajoz de 1801, e considerando a restituição destes objectos como uma das medidas adequadas a assegurar entre os dois Reinos da Península aquela boa harmonia, completa e estável, cuja conservação em todas as partes da Europa tem sido o fim constante das suas negociações, formalmente se obrigam a empregar por meios conciliatórios os seus mais eficazes esforços a fim de que se efectua a retrocessão dos ditos territórios a favor de Portugal. E as Potências reconhecem, tanto quanto depende de cada uma delas, que este ajuste deve ter lugar o mais brevemente possível".
O plenipotenciário espanhol presente em Viena, D. Pedro Gómez Labrador, negou-se a assinar o tratado, apresentando um protesto contra várias deliberações do congresso, entre as quais a retrocessão de Olivença. A Espanha só veio a assinar o Tratado de Viena em 10 de junho de 1817 mas, mesmo assim, foi adiando sucessivamente o cumprimento do estabelecido.

segunda-feira, setembro 12, 2011

As fronteiras portuguesas foram definidas há 714 anos

 (imagem daqui)

O tratado de Alcanizes ou Alcañices foi assinado entre os soberanos de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), a 12 de Setembro de 1297, na povoação leonesa-castelhana de Alcanizes (em língua castelhana: Alcañices).
Por ele, se restabelecia a paz fixando-se os limites fronteiriços entre os dois reinos, em fins do século XIII. A 'câmbio' de direitos portugueses nos termos de Arouche e de Aracena, passavam para a posse definitiva de D. Dinis de Portugal
E em troca de direitos portugueses nos domínios de Aiamonte, Esparregal, Ferreira de Alcantara e Valença de Alcantara, e outros lugares nos 'Reinos de Leão e de Galiza', era reconhecida a posse portuguesa das chamadas terras de Riba-Côa, que compreendiam as seguintes povoações e respectivos castelos:
Uma versão do tratado, cujo exemplar em Castelhano hoje se encontra depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, encontra-se transcrita por Rui de Pina na Crónica de El-Rei D. Dinis. No século XIX, o original foi publicado pelo Visconde de Santarém (1846).

domingo, agosto 14, 2011

Os massacres de Badajoz, onde imensos oliventinos lusofalantes foram asssassinados, começaram há 75 anos

Capa do Diário de Lisboa do sábado 15 de Agosto de 1936. A manchete diz: "Badajoz foi entregue aos legionários e regulares marroquinos.""Cenas de horror e desolação na cidade conquistada pelos rebeldes." A crónica a assinatura Mário Neves e inclui a entrevista com Juan Yagüe, onde informa que já há 2.000 fuzilados.

O massacre de Badajoz ocorreu nos dias posteriores à Batalha de Badajoz, durante a Guerra Civil Espanhola, e foi o resultado da repressão exercida pelo exército sublevado contra civis e militares defensores da Segunda República, após a tomada da cidade de Badajoz pelas forças sublevadas contra a Segunda República, em 14 de Agosto de 1936.
Constitui um dos acontecimentos mais controvertidos desta guerra, pois o número de vítimas desta matança varia ostensivamente dependendo dos historiadores que a investigaram. Além disso, ao resultar vencedor da contenda o bando sublevado, nunca houve uma pesquisa oficial em relação ao sucedido na cidade da  Estremadura. Em qualquer caso, as estimações mais comuns indicam que entre 2000 e 4000 pessoas foram executadas, em uns fatos tipificados por várias associações de direitos humanos como crimes contra a humanidade. Também é considerado provado que foi cometido genocídio, e desde 2007 existem várias denúncias interpostas para tal consideração.
No comando das tropas que perpetraram o massacre de Badajoz encontrava-se o general Juan Yagüe, que, após a guerra civil, foi designado ministro do Ar pelo general Franco. A partir destes fatos, Yagüe foi popularmente conhecido como o carniceiro de Badajoz.
Segundo o censo, Badajoz tinha 41.122 habitantes em 1930, pelo qual de ser correta a cifra de 4000 executados, a percentagem de retaliados atingiria 10% da população.

quinta-feira, junho 09, 2011

O Congresso que nos devia devolver Olivença acabou há 196 anos

(imagem daqui)

O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes potências europeias que aconteceu na capital austríaca, entre 2 de maio de 1814 e 9 de Junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleónica na primavera anterior, iniciar a colonização (como visto na Revolução Liberal do Porto, no caso do Brasil), restaurar os respectivos tronos às famílias reais derrotadas pelas tropas de Napoleão Bonaparte (como a restauração dos Bourbon) e firmar uma aliança entre os burgueses.
Os termos de paz foram estabelecidos com a assinatura do Tratado de Paris (30 de Maio de 1814), no qual se estabeleciam as indenizações a pagar pela França aos países vencedores. Mesmo diante do regresso do imperador Napoleão I do exílio, tendo reassumido o poder da França em Março de 1815, as discussões prosseguiram. A Acta Final do Congresso foi assinado nove dias antes da derrota final de Napoleão na batalha de Waterloo em 18 de Junho de 1815.


(imagem daqui)

quinta-feira, junho 10, 2010

Hoje é dia de lusofonia...

... e, por causa dos 195 anos que ontem passaram do Congresso de Viena, hoje há que recordar Olivença. Assim aqui fica uma música portuguesa, dos Acetre, grupo que conseguiu resgatar algum folclore português dessa localidade:




NOTA: tive o prazer de visitar a vila em final dos anos 90 e de falar em português com alguns resistentes desse território. Hoje as coisas estão muito mais fáceis e há até uma associação legal (Além Guadiana) que pode fazer actividades e divulgar a nossa língua - ver site e blog. Qualquer dia ainda os deixam voltar aos antigos apelidos ou vão pedir perdão por 170 anos de guerra contra os oliventinos...

quarta-feira, junho 09, 2010

O Congresso de Viena terminou há 195 anos



Nove dias antes da derrota definitiva do Imperador Napoleão I, em Waterloo, a Europa redefiniu-se num Congresso em Viena. Neste, por exemplo, Portugal consignou com Espanha a devolução do território de Olivença, facto que ainda não aconteceu.

Tendo nós agora um Primeiro Ministro que, antes de ir para o poleiro, falava muito de novas fronteiras, é a altura ideal para o senhor em causa ir pedir a Madrid, no seu portunhol ou inglês técnico tão característicos, que se cumpra o que se estipulou em tratado...