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segunda-feira, julho 05, 2021

A Rainha D.ª Maria Pia morreu há cento e dez anos...

  
D.ª Maria Pia de Saboia (Turim, 16 de outubro de 1847 - Turim, 5 de julho de 1911) foi uma princesa da Itália e rainha consorte de Portugal, durante o reinado de seu marido, D. Luís I.
Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: "Quem quer Rainhas paga-as!"
   
Família
D. Maria Pia era a segunda filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha e Piemonte (que, em 1861, se tornou o primeiro rei da Itália) e da arquiduquesa austríaca Adelaide de Habsburgo. Teve sete irmãos, entre os quais os Reis Humberto I de Itália e Amadeu I de Espanha. A irmã mais velha, Maria Clotilde de Saboia, desposou um sobrinho de Napoleão Bonaparte.
No dia de seu batismo, o Papa Pio IX, o seu padrinho, concedeu-lhe a Rosa de Ouro.
    
     
Casamento e vida como Rainha de Portugal
No dia 6 de óutubro de 1862, um dia depois de chegar a Lisboa, D. Maria Pia casou-se com o rei D. Luís I, tornando-se assim rainha de Portugal. A cerimónia ocorreu na Igreja de São Domingos.
Rainha aos quinze anos, D. Maria Pia cumpriu rapidamente o seu principal papel, assegurando a sucessão ao trono com o nascimento do Príncipe D. Carlos, em 28 de setembro de 1863, e do infante D. Afonso Henriques, em 31 de julho de 1865, titulado como Duque do Porto.
Mulher de temperamento meridional, ela foi mãe extremosa dos seus filhos e mulher atenta aos mais necessitados, tendo-se destacado pela sua solidariedade para com os parentes das vítimas do incêndio do Teatro Baquet, em 1888. Habituada aos luxos da corte de Turim, D. Maria Pia era amante da alta costura e de festas, como bailes de máscaras.
Manteve-se alheia aos assuntos políticos, excepto quando o Marechal Saldanha, que cercou o Palácio da Ajuda em 1870, obrigou o rei a nomeá-lo presidente do Conselho de Ministros. Reza a lenda que D. Maria Pia teria exclamado ao Marechal:
Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!
Assistiu, de forma excepcional, o seu marido durante a sua terrível agonia.
     
Reinado do filho e neto
Após a subida ao trono português de seu filho, o rei D. Carlos I, D. Maria Pia cedeu o protagonismo à sua nora, a princesa Amélia de Orleães, continuando a residir oficialmente no Palácio da Ajuda (cuja decoração se deve ao seu gosto), utilizando como residências de recreio o Palácio da vila de Sintra e um chalé que adquiriu no Estoril. Serviu diversas vezes como regente do Reino durante as visitas oficiais do seu filho e da nora ao estrangeiro.
Na sequência do Regicídio de 1908, em que seu filho, D. Carlos I, e seu neto, o herdeiro do trono D. Luís Filipe, Duque de Bragança, foram assassinados, D. Maria Pia ficou abatida pelo desgosto e, durante o breve reinado do seu outro neto, D. Manuel II, a rainha manteve-se praticamente retirada do público e quase sempre estava acompanhada do segundo filho, D. Afonso, Duque do Porto.
    
Morte
Com a implantação da república, em 5 de outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu então para o exílio, mas não com os restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de julho de 1911. Foi sepultada no Panteão Real dos Saboias, na Basílica de Superga, em Itália. Momentos antes de expirar, ela pediu que a voltassem no leito na direção de Portugal, país onde permaneceu durante quarenta e oito anos. Espera ainda hoje que seja cumprido o seu último desejo, o regresso a Portugal, onde possa descansar em paz junto do marido, dos seus filhos, dos seus netos e restante família. É o único membro da Família Real exilada que ainda não voltou para Portugal.
   

sábado, janeiro 09, 2021

V.E.R.D.I., o rei Vítor Emanuel II, morreu há 143 anos

  
Vítor Emanuel II
(Turim, 14 de março de 1820Roma, 9 de janeiro de 1878), também chamado pelos italianos de "Pai da Pátria", foi o Rei da Sardenha, de 23 de março de 1849 até 17 de março de 1861, quando unificou a Península Itálica numa único estado, continuando a partir de então a reinar como Rei da Itália até à sua morte. Era filho do rei Carlos Alberto da Sardenha e da sua esposa, a arquiduquesa Maria Teresa da Áustria.

Nascimento
Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, nasceu em Turim, no Piemonte. Primogénito de Carlos Alberto de Savoia-Carignano e de Maria Teresa de Hasburgo-Lorena (em italiano, Maria Teresa d'Asburgo-Lorena), casou-se, aos 22 anos, com a sua prima Maria Adelaide, filha do arquiduque Rainier de Áustria.
 
Rei da Sardenha
Quando rebentou a primeira guerra de independência comandou uma divisão da reserva do exército. Na batalha de Goito (30 de maio de 1848) conduziu pessoalmente a companhia "Guardia" ao ataque e foi ferido. Depois da batalha de Novara e da abdicação de Carlos Alberto (23 de março de 1849), sucedeu ao seu pai, como rei da Sardenha, num momento difícil para o país.
Não tendo condições de continuar a guerra, Vítor Emanuel II teve que assinar o armistício de Vignale (24 de março de 1849) com o marechal austríaco Radetzky. Se o exército foi posto a dura prova pela derrota, a situação interna do reino não era melhor, estremecido também por uma revolta republicana em Génova (abril de 1849). A maior dificuldade política encontrava-se na hostilidade da Câmara dos Deputados (de maioria democrática) para ratificar o tratado de paz com a Áustria.
Para superar a oposição da câmara, Vítor Emanuel II chegou ao limite extremo da honestidade constitucional anunciando o decreto de Moncalieri (20 de novembro de 1849) com que dissolvia o parlamento e convocava novas eleições. A convocação real conseguiu o seu efeito no Piemonte. Assinada a paz com a Áustria pode dedicar-se a solução dos grandes problemas internos, primeiro entre todos o da consolidação do regime constitucional.
Vítor Emanuel II era propenso a exercer a autoridade régia além dos limites do estatuto, mas provou a sua lealdade constitucional proclamando as leis "Siccardi" contra os privilégios do clero. Todavia o monarca também foi induzido a recorrer a estes instrumentos pela firme postura do governo presidido por Massimo D'Azeglio.
No mês de novembro de 1852, Camillo Benso, Conde de Cavour sucedeu a D'Azeglio. O relacionamento de Vítor Emanuel II com Cavour nem sempre foi cordial e fácil, porque o "grande ministro" não hesitava em expor ao rei os seus pontos de vista que nem sempre estavam de acordo com aqueles do soberano. Mas geralmente, o monarca seguiu as linhas gerais da política de Cavour, com o desejo de restaurar a fama do seu exército, como no caso da intervenção na Crimeia. Para aumentar o prestígio e o domínio da sua casa aprovou a aliança com Napoleão III, com quem ele compartilhava um certo gosto pela política secreta.
 
Rei de Itália
Os anos de 1858 até 1861 foram os mais favoráveis ao reino de Vítor Emanuel II. No mês de abril de 1859 partiu para a guerra contra a Áustria, e menos de dois anos depois era proclamado o Reino de Itália, com Vítor Emanuel como soberano. Certamente, para a rápida ascensão do monarca, contribuiu em muito a obra do Conde de Cavour e de Giuseppe Garibaldi que, com a Expedição dos Mil, deu a Vítor Emanuel II o Reino das Duas Sicílias. Mas deve-se reconhecer que naqueles anos decisivos ele esteve decididamente solidário com a causa da unidade nacional.
A terceira guerra de independência (1866) trouxe o Veneto para a coroa, mas sem aquela vitória militar que o rei desejava. Para completar a unidade da Itália faltava ainda Roma. Quando, no verão de 1870, rebentou a guerra franco-prussiana, Vitor Emanuel II era mais propenso a correr em socorro do imperador francês Napoleão III, o antigo companheiro de armas e de intrigas, mas cedeu à vontade dos seus ministros que quiseram aproveitar da ocasião favorável para tomar Roma, então sob domínio do Papa, com apoio de tropas francesas. O rei tomou Roma, que se tornou então capital do Reino de Itália. Porém do mesmo modo que não se adaptou a Florença, que tinha sido escolhida para ser capital depois da Convenção de setembro (1864), não se adaptou também em Roma. Nunca morou no Palacio Quirinal, preferindo o retiro numa residência mais modesta, juntamente com a esposa morganática Rosa Vercellana, posteriormente condessa de Mirafiori.
Concluído o período heróico do Risorgimento, o rei era, num certo sentido, um sobrevivente, como muitos outros protagonistas do pátrio resgate. Em 1876, viu sair do governo, por voto contrário do parlamento, a direita histórica de onde vieram os seus ministros mais hábeis e os seus mais confiáveis conselheiros. Respeitoso das indicações do parlamento, chamou ao governo a esquerda. Isto aconteceu no ano da sua morte.
  
Descendência
Com a morte de Vítor Emanuel II, em 9 de janeiro de 1878, subiu ao trono do Reino de Itália o seu filho Humberto I. Era ainda pai da princesa Maria Clotilde de Saboia,  do rei de Espanha Amadeu I, do príncipe  Otão, Duque de Montferrat e da Rainha de Portugal  Maria Pia de Saboia.
  

sexta-feira, outubro 16, 2020

A rainha Maria Pia nasceu há 173 anos

   
Dona Maria Pia de Saboia (Turim, 16 de outubro de 1847 - Turim, 5 de julho de 1911) foi uma princesa da Itália e rainha consorte de Portugal, durante o reinado de seu marido, D. Luís I.
Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: "Quem quer Rainhas paga-as!"
   
Família
D. Maria Pia era a segunda filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha e Piemonte (que, em 1861, se tornou o primeiro rei da Itália) e da arquiduquesa austríaca Adelaide de Habsburgo. Teve sete irmãos, entre os quais os Reis Humberto I de Itália e Amadeu I de Espanha. A irmã mais velha, Maria Clotilde de Saboia, desposou um sobrinho de Napoleão Bonaparte.
No dia de seu batismo, o Papa Pio IX, seu padrinho, concedeu-lhe a Rosa de Ouro.
  
     
Casamento e vida como Rainha de Portugal
No dia 6 de óutubro de 1862, um dia depois de chegar a Lisboa, D. Maria Pia casou-se com o rei D. Luís I, tornando-se assim rainha de Portugal. A cerimónia ocorreu na Igreja de São Domingos.
Rainha aos quinze anos, D. Maria Pia cumpriu rapidamente o seu principal papel, assegurando a sucessão ao trono com o nascimento do Príncipe D. Carlos, em 28 de setembro de 1863, e do infante D. Afonso Henriques, em 31 de julho de 1865, titulado como Duque do Porto.
Mulher de temperamento meridional, ela foi mãe extremosa dos seus filhos e mulher atenta aos mais necessitados, tendo-se destacado pela sua solidariedade para com os parentes das vítimas do incêndio do Teatro Baquet, em 1888. Habituada aos luxos da corte de Turim, D. Maria Pia era amante da alta costura e de festas, como bailes de máscaras.
Manteve-se alheia aos assuntos políticos, excepto quando o Marechal Saldanha, que cercou o Palácio da Ajuda em 1870, obrigou o rei a nomeá-lo presidente do Conselho de Ministros. Reza a lenda que D. Maria Pia teria exclamado ao Marechal:
 
Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!
  
Assistiu, de forma excepcional, o seu marido durante a sua terrível agonia.
   
Reinado do filho e neto
Após a subida ao trono português de seu filho, o rei D. Carlos I, D. Maria Pia cedeu o protagonismo à sua nora, a princesa Amélia de Orleães, continuando a residir oficialmente no Palácio da Ajuda (cuja decoração se deve ao seu gosto), utilizando como residências de recreio o Palácio da vila de Sintra e um chalé que adquiriu no Estoril. Serviu diversas vezes como regente do Reino durante as visitas oficiais do seu filho e da nora ao estrangeiro.
Na sequência do Regicídio de 1908, em que seu filho, D. Carlos I, e seu neto, o herdeiro do trono D. Luís Filipe, Duque de Bragança, foram assassinados, D. Maria Pia ficou abatida pelo desgosto e, durante o breve reinado do seu outro neto, D. Manuel II, a rainha manteve-se praticamente retirada do público e quase sempre estava acompanhada do segundo filho, D. Afonso, Duque do Porto.
  
Morte
Com a implantação da república, em 5 de outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu então para o exílio, mas não com os restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de julho de 1911. Foi sepultada no Panteão Real dos Saboias, na Basílica de Superga, em Itália. Momentos antes de expirar, ela pediu que a voltassem no leito na direção de Portugal, país onde permaneceu durante quarenta e oito anos. Espera ainda hoje que seja cumprido o seu último desejo, o regresso a Portugal, onde possa descansar em paz junto do marido, dos seus filhos, dos seus netos e restante família. É o único membro da Família Real exilada que ainda não voltou para Portugal.
   

domingo, julho 05, 2020

A rainha D.ª Maria Pia morreu há 109 anos


D.ª Maria Pia de Saboia (Turim, 16 de outubro de 1847 - Turim, 5 de julho de 1911) foi uma princesa da Itália e rainha consorte de Portugal, durante o reinado de seu marido, D. Luís I.
Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: "Quem quer Rainhas paga-as!"
   
Família
D. Maria Pia era a segunda filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha e Piemonte (que, em 1861, se tornou o primeiro rei da Itália) e da arquiduquesa austríaca Adelaide de Habsburgo. Teve sete irmãos, entre os quais os Reis Humberto I de Itália e Amadeu I de Espanha. A irmã mais velha, Maria Clotilde de Saboia, desposou um sobrinho de Napoleão Bonaparte.
No dia de seu batismo, o Papa Pio IX, seu padrinho, concedeu-lhe a Rosa de Ouro.
  
   
Casamento e vida como Rainha de Portugal
No dia 6 de óutubro de 1862, um dia depois de chegar a Lisboa, D. Maria Pia casou-se com o rei D. Luís I, tornando-se assim rainha de Portugal. A cerimónia ocorreu na Igreja de São Domingos.
Rainha aos quinze anos, D. Maria Pia cumpriu rapidamente o seu principal papel, assegurando a sucessão ao trono com o nascimento do Príncipe D. Carlos, em 28 de setembro de 1863, e do infante D. Afonso Henriques, em 31 de julho de 1865, titulado como Duque do Porto.
Mulher de temperamento meridional, ela foi mãe extremosa dos seus filhos e mulher atenta aos mais necessitados, tendo-se destacado pela sua solidariedade para com os parentes das vítimas do incêndio do Teatro Baquet, em 1888. Habituada aos luxos da corte de Turim, D. Maria Pia era amante da alta costura e de festas, como bailes de máscaras.
Manteve-se alheia aos assuntos políticos, excepto quando o Marechal Saldanha, que cercou o Palácio da Ajuda em 1870, obrigou o rei a nomeá-lo presidente do Conselho de Ministros. Reza a lenda que D. Maria Pia teria exclamado ao Marechal:
Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!
Assistiu, de forma excepcional, o seu marido durante a sua terrível agonia.
   
Reinado do filho e neto
Após a subida ao trono português de seu filho, o rei D. Carlos I, D. Maria Pia cedeu o protagonismo à sua nora, a princesa Amélia de Orleães, continuando a residir oficialmente no Palácio da Ajuda (cuja decoração se deve ao seu gosto), utilizando como residências de recreio o Palácio da vila de Sintra e um chalé que adquiriu no Estoril. Serviu diversas vezes como regente do Reino durante as visitas oficiais do seu filho e da nora ao estrangeiro.
Na sequência do Regicídio de 1908, em que seu filho, D. Carlos I, e seu neto, o herdeiro do trono D. Luís Filipe, Duque de Bragança, foram assassinados, D. Maria Pia ficou abatida pelo desgosto e, durante o breve reinado do seu outro neto, D. Manuel II, a rainha manteve-se praticamente retirada do público e quase sempre estava acompanhada do segundo filho, D. Afonso, Duque do Porto.
  
Morte
Com a implantação da república, em 5 de outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu então para o exílio, mas não com os restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de julho de 1911. Foi sepultada no Panteão Real dos Saboias, na Basílica de Superga, em Itália. Momentos antes de expirar, ela pediu que a voltassem no leito na direção de Portugal, país onde permaneceu durante quarenta e oito anos. Espera ainda hoje que seja cumprido o seu último desejo, o regresso a Portugal, onde possa descansar em paz junto do marido, dos seus filhos, dos seus netos e restante família. É o único membro da Família Real exilada que ainda não voltou para Portugal.
   

sexta-feira, julho 05, 2019

A Rainha Dª Maria Pia morreu há 108 anos

Dona Maria Pia de Saboia (Turim, 16 de outubro de 1847 - Turim, 5 de julho de 1911) foi uma princesa da Itália e rainha consorte de Portugal, durante o reinado de seu marido, D. Luís I.
Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: "Quem quer Rainhas paga-as!"
  
Família
D. Maria Pia era a segunda filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha e Piemonte (que, em 1861, se tornou o primeiro rei da Itália) e da arquiduquesa austríaca Adelaide de Habsburgo. Teve sete irmãos, entre os quais os Reis Humberto I de Itália e Amadeu I de Espanha. A irmã mais velha, Maria Clotilde de Saboia, desposou um sobrinho de Napoleão Bonaparte.
No dia de seu batismo, o Papa Pio IX, seu padrinho, concedeu-lhe a Rosa de Ouro.

  
Casamento e vida como Rainha de Portugal
No dia 6 de óutubro de 1862, um dia depois de chegar a Lisboa, D. Maria Pia casou-se com o rei D. Luís I, tornando-se assim rainha de Portugal. A cerimónia ocorreu na Igreja de São Domingos.
Rainha aos quinze anos, D. Maria Pia cumpriu rapidamente o seu principal papel, assegurando a sucessão ao trono com o nascimento do Príncipe D. Carlos, em 28 de setembro de 1863, e do infante D. Afonso Henriques, em 31 de julho de 1865, titulado como Duque do Porto.
Mulher de temperamento meridional, ela foi mãe extremosa dos seus filhos e mulher atenta aos mais necessitados, tendo-se destacado pela sua solidariedade para com os parentes das vítimas do incêndio do Teatro Baquet, em 1888. Habituada aos luxos da corte de Turim, D. Maria Pia era amante da alta costura e de festas, como bailes de máscaras.
Manteve-se alheia aos assuntos políticos, excepto quando o Marechal Saldanha, que cercou o Palácio da Ajuda em 1870, obrigou o rei a nomeá-lo presidente do Conselho de Ministros. Reza a lenda que D. Maria Pia teria exclamado ao Marechal:
Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!
Assistiu, de forma excepcional, o seu marido durante a sua terrível agonia.
  
Reinado do filho e neto
Após a subida ao trono português de seu filho, o rei D. Carlos I, D. Maria Pia cedeu o protagonismo à sua nora, a princesa Amélia de Orleães, continuando a residir oficialmente no Palácio da Ajuda (cuja decoração se deve ao seu gosto), utilizando como residências de recreio o Palácio da vila de Sintra e um chalé que adquiriu no Estoril. Serviu diversas vezes como regente do Reino durante as visitas oficiais do seu filho e da nora ao estrangeiro.
Na sequência do Regicídio de 1908, em que seu filho, D. Carlos I, e o seu neto, o herdeiro do trono D. Luís Filipe, Duque de Bragança, foram assassinados, D. Maria Pia ficou abatida pelo desgosto e, durante o breve reinado do seu outro neto, D. Manuel II, a rainha manteve-se praticamente retirada do público e quase sempre estava acompanhada do segundo filho, D. Afonso, Duque do Porto.
  
Morte
Com a implantação da república, em 5 de outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu então para o exílio, mas não com os restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de julho de 1911. Foi sepultada no Panteão Real dos Saboias, na Basílica de Superga, em Itália. Momentos antes de expirar, ela pediu que a voltassem no leito na direção de Portugal, país onde permaneceu durante quarenta e oito anos. Espera ainda hoje que seja cumprido o seu último desejo, o regresso a Portugal, onde possa descansar em paz junto do marido, dos seus filhos, dos seus netos e restante família. É o único membro da Família Real exilada que ainda não voltou para Portugal.
 

terça-feira, janeiro 09, 2018

O rei Vítor Emanuel II morreu há 140 anos

Vítor Emanuel II (Turim, 14 de março de 1820Roma, 9 de janeiro de 1878), também chamado pelos italianos de "Pai da Pátria", foi o Rei da Sardenha, de 23 de março de 1849 até 17 de março de 1861, quando unificou a Península Itálica numa único estado, continuando a partir de então a reinar como Rei da Itália até à sua morte. Era filho do rei Carlos Alberto da Sardenha e da sua esposa, a arquiduquesa Maria Teresa da Áustria.

Nascimento
Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, nasceu em Turim, no Piemonte. Primogénito de Carlos Alberto de Savoia-Carignano e de Maria Teresa de Hasburgo-Lorena (em italiano, Maria Teresa d'Asburgo-Lorena), casou-se, aos 22 anos, com a sua prima Maria Adelaide, filha do arquiduqueRainier de Áustria.
 
Rei da Sardenha
Quando rebentou a primeira guerra de independência comandou uma divisão da reserva do exército. Na batalha de Goito (30 de maio de 1848) conduziu pessoalmente a companhia "Guardia" ao ataque e foi ferido. Depois da batalha de Novara e da abdicação de Carlos Alberto (23 de março de 1849), sucedeu ao seu pai como rei da Sardenha num momento difícil para o país.
Não tendo condições de continuar a guerra, Vítor Emanuel II teve que assinar o armistício de Vignale (24 de março de 1849) com o marechal austríaco Radetzky. Se o exército foi posto a dura prova pela derrota, a situação interna do reino não era melhor, estremecido também por uma revolta republicana em Génova (abril de 1849). A maior dificuldade política encontrava-se na hostilidade da Câmara dos Deputados (de maioria democrática) para ratificar o tratado de paz com a Áustria.
Para superar a oposição da câmara, Vítor Emanuel II chegou ao limite extremo da honestidade constitucional anunciando o decreto de Moncalieri (20 de novembro de 1849) com que dissolvia o parlamento e convocava novas eleições. A convocação real conseguiu o seu efeito no Piemonte. Assinada a paz com a Áustria pode dedicar-se a solução dos grandes problemas internos, primeiro entre todos o da consolidação do regime constitucional.
Vítor Emanuel II era propenso a exercer a autoridade régia além dos limites do estatuto, mas provou a sua lealdade constitucional proclamando as leis "Siccardi" contra os privilégios do clero. Todavia o monarca também foi induzido a recorrer a estes instrumentos pela firme postura do governo presidido por Massimo D'Azeglio.
No mês de novembro de 1852, Camillo Benso, Conde de Cavour sucedeu a D'Azeglio. O relacionamento de Vítor Emanuel II com Cavour nem sempre foi cordial e fácil, porque o "grande ministro" não hesitava em expor ao rei os seus pontos de vista que nem sempre estavam de acordo com aqueles do soberano. Mas geralmente, o monarca seguiu as linhas gerais da política de Cavour, com o desejo de restaurar a fama do seu exército, como no caso da intervenção na Crimeia. Para aumentar o prestígio e o domínio da sua casa aprovou a aliança com Napoleão III, com quem ele compartilhava um certo gosto pela política secreta.
 
Rei de Itália
Os anos de 1858 até 1861 foram os mais favoráveis ao reino de Vítor Emanuel II. No mês de abril de 1859 partiu para a guerra contra a Áustria, e menos de dois anos depois era proclamado o Reino de Itália, com Vítor Emanuel como soberano. Certamente, para a rápida ascensão do monarca, contribuiu em muito a obra do Conde de Cavour e de Giuseppe Garibaldi que, com a Expedição dos Mil, deu a Vítor Emanuel II o Reino das Duas Sicílias. Mas deve-se reconhecer que naqueles anos decisivos ele esteve decididamente solidário com a causa da unidade nacional.
A terceira guerra de independência (1866) trouxe o Veneto para a coroa, mas sem aquela vitória militar que o rei desejava. Para completar a unidade da Itália faltava ainda Roma. Quando, no verão de 1870, rebentou a guerra franco-prussiana, Vitor Emanuel II era mais propenso a correr em socorro do imperador francês Napoleão III, o antigo companheiro de armas e de intrigas, mas cedeu à vontade dos seus ministros que quiseram aproveitar da ocasião favorável para tomar Roma, então sob domínio do Papa, com apoio de tropas francesas. O rei tomou Roma, que se tornou então capital do Reino de Itália. Porém do mesmo modo que não se adaptou a Florença, que tinha sido escolhida para ser capital depois da Convenção de setembro (1864), não se adaptou também em Roma. Nunca morou no Palacio Quirinal, preferindo o retiro numa residência mais modesta, juntamente com a esposa morganática Rosa Vercellana, posteriormente condessa de Mirafiori.
Concluído o período heróico do Risorgimento, o rei era, num certo sentido, um sobrevivente, como muitos outros protagonistas do pátrio resgate. Em 1876, viu sair do governo, por voto contrário do parlamento, a direita histórica de onde vieram os seus ministros mais hábeis e os seus mais confiáveis conselheiros. Respeitoso das indicações do parlamento, chamou ao governo a esquerda. Isto aconteceu no ano da sua morte.
  
Descendência
Com a morte de Vítor Emanuel II em 9 de janeiro de 1878, subiu ao trono do Reino de Itália o seu filho Humberto I. Era ainda pai da princesa Maria Clotilde de Saboia,  do rei de Espanha Amadeu I, do príncipe  Otão, Duque de Montferrat e da Rainha de Portugal  Maria Pia de Saboia.

sexta-feira, julho 05, 2013

A rainha Dona Maria Pia morreu há 102 anos

Dona Maria Pia de Saboia (Turim, 16 de outubro de 1847 - Turim, 5 de julho de 1911) foi uma princesa da Itália e rainha consorte de Portugal, durante o reinado de seu marido, D. Luís I.
Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: "Quem quer Rainhas paga-as!"
Família
D. Maria Pia era a segunda filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha e Piemonte (que, em 1861, se tornou o primeiro rei da Itália) e da arquiduquesa austríaca Adelaide de Habsburgo. Teve sete irmãos, entre os quais os Reis Humberto I de Itália e Amadeu I de Espanha. A irmã mais velha, Maria Clotilde de Saboia, desposou um sobrinho de Napoleão Bonaparte.
No dia de seu batismo, o Papa Pio IX, seu padrinho, concedeu-lhe a Rosa de Ouro.


Casamento e vida como Rainha de Portugal
No dia 6 de óutubro de 1862, um dia depois de chegar a Lisboa, D. Maria Pia casou-se com o rei D. Luís I, tornando-se assim rainha de Portugal. A cerimónia ocorreu na Igreja de São Domingos.
Rainha aos quinze anos, D. Maria Pia cumpriu rapidamente o seu principal papel, assegurando a sucessão ao trono com o nascimento do Príncipe D. Carlos, em 28 de setembro de 1863, e do infante D. Afonso Henriques, em 31 de julho de 1865, titulado como Duque do Porto.
Mulher de temperamento meridional, ela foi mãe extremosa dos seus filhos e mulher atenta aos mais necessitados, tendo-se destacado pela sua solidariedade para com os parentes das vítimas do incêndio do Teatro Baquet, em 1888. Habituada aos luxos da corte de Turim, D. Maria Pia era amante da alta costura e de festas, como bailes de máscaras.
Manteve-se alheia aos assuntos políticos, excepto quando o Marechal Saldanha, que cercou o Palácio da Ajuda em 1870, obrigou o rei a nomeá-lo presidente do Conselho de Ministros. Reza a lenda que D. Maria Pia teria exclamado ao Marechal:
Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!
Assistiu, de forma excepcional, o seu marido durante a sua terrível agonia.

Reinado do filho e neto
Após a subida ao trono português de seu filho, o rei D. Carlos I, D. Maria Pia cedeu o protagonismo à sua nora, a princesa Amélia de Orleães, continuando a residir oficialmente no Palácio da Ajuda (cuja decoração se deve ao seu gosto), utilizando como residências de recreio o Palácio da vila de Sintra e um chalé que adquiriu no Estoril. Serviu diversas vezes como regente do Reino durante as visitas oficiais do seu filho e da nora ao estrangeiro.
Na sequência do Regicídio de 1908, em que seu filho, D. Carlos I, e seu neto, o herdeiro do trono D. Luís Filipe, Duque de Bragança, foram assassinados, D. Maria Pia ficou abatida pelo desgosto e, durante o breve reinado do seu outro neto, D. Manuel II, a rainha manteve-se praticamente retirada do público e quase sempre estava acompanhada do segundo filho, D. Afonso, Duque do Porto.

Morte
Com a implantação da república, em 5 de outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu então para o exílio, mas não com os restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de julho de 1911. Foi sepultada no Panteão Real dos Saboias, na Basílica de Superga, em Itália. Momentos antes de expirar, ela pediu que a voltassem no leito na direção de Portugal, país onde permaneceu durante quarenta e oito anos. Espera ainda hoje que seja cumprido o seu último desejo, o regresso a Portugal, onde possa descansar em paz junto do marido, dos seus filhos, dos seus netos e restante família. É o único membro da Família Real exilada que ainda não voltou para Portugal.

domingo, julho 29, 2012

O Rei Humberto I de Itália foi assassinado há 112 anos

Humberto Rainiero Carlos Emanuel João Maria Fernando Eugénio de Saboia (em italiano: Umberto Rainerio Carlo Emanuele Giovanni Maria Ferdinando Eugenio di Savoia) (Turim, 14 de março de 1844 - Monza, 29 de julho de 1900), cognominado "o Rei Bom", foi o segundo rei da Itália.

Umberto era o segundo filho (primeiro varão) do rei Vítor Emanuel II e da arquiduquesa Maria Teresa de Áustria-Toscana. Seus avós paternos foram o rei Carlos Alberto da Sardenha e Maria Cristina da Saxónia; e seus avós maternos foram Fernando III, Grão-duque da Toscana e Luísa das Duas Sicílias. Entre seus irmãos estavam o rei Amadeu I de Espanha e Maria Pia, rainha-consorte de Portugal

Em 29 de julho de 1900, Umberto I foi convidado a Monza para participar de uma cerimónia de entrega de prémios organizada pela Società Ginnastica Monzese Forti e Liberi, evento que contou com equipas de atletas de Trento e Trieste. Embora ele costumasse usar uma cota de malha de proteção sob a camisa, decidiu não usá-la naquele dia em virtude do calor, atitude que contrariava as instruções de seus agentes de segurança. Entre os populares que o saudavam também se encontrava Gaetano Bresci, com um revólver no bolso.
O rei permaneceu no local por cerca de uma hora e, segundo testemunhas, estava de bom humor: "Entre esses jovens inteligentes sinto-me rejuvenescido.", teria declarado. Ele decidiu voltar ao palácio da Villa Reale di Monza por volta das 22.30 horas, caminhando entre a multidão e a banda de música, que iniciava a "Marcha Real" .
Aproveitando-se da confusão, Bresci postou-se à frente do rei e disparou três tiros. Umberto, baleado no ombro, pulmão e coração, dirigiu-se ao general Ponzio Vaglia: "Vamos, acho que estou ferido!".
Logo após, a polícia prendeu Brescia (que não ofereceu nenhuma resistência), livrando-o do linchamento pela multidão. Enquanto isso, a carruagem chegava à Villa Reale onde a rainha, já avisada do ocorrido gritava: "Façam algo, salvem o rei!"  Mas nada mais podia ser feito, o rei já estava morto.
Seu corpo foi sepultado Panteão de Roma, em 13 de agosto. Bresci foi julgado e condenado à morte por regicídio em 29 de agosto, mas a condenação foi comutada em prisão perpétua pelo novo rei, Vítor Emanuel III.
 

quinta-feira, julho 05, 2012

A penúltima Rainha de Portugal morreu há 101 anos

 D.ª Maria Pia em retrato de Joseph Layraud

Dona Maria Pia de Saboia (Turim, 16 de outubro de 1847 - 5 de julho de 1911) foi uma princesa da Itália e rainha consorte de Portugal, durante o reinado de seu marido, D. Luís I. Maria Pia ficou conhecida como O Anjo da Caridade e A Mãe dos Pobres por sua compaixão e causas sociais; entretanto, proferiu uma famosa frase em resposta à crítica de um dos seus ministros devido ao preço das suas extravagâncias: "Quem quer rainhas paga-as!".

Família
D. Maria Pia era a segunda filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha e Piemonte (em 1861, tornou-se o primeiro rei da Itália) e da arquiduquesa austríaca Adelaide de Habsburgo. Seus pais eram primos-irmãos. Teve sete irmãos, entre os quais o rei Humberto I de Itália e Amadeu I de Espanha. A irmã mais velha, Maria Clotilde de Sabóia, desposou um sobrinho de Napoleão Bonaparte.
No dia de seu batismo, o Papa Pio IX, seu padrinho, concedeu-lhe a Rosa de Ouro.

Brasão da Rainha Dª Maria Pia - Palácio Nacional de Sintra

Casamento e vida como Rainha
No dia 6 de outubro de 1862, um dia depois de chegar a Lisboa, D. Maria Pia casou-se com o rei D. Luís I, tornando-se assim rainha de Portugal. A cerimónia ocorreu na Igreja de São Domingos.
Rainha aos quinze anos, D. Maria Pia cumpriu rapidamente o seu principal papel, assegurando a sucessão ao trono com o nascimento do Príncipe D. Carlos, em 28 de setembro de 1863, e do infante D. Afonso Henriques, em 31 de julho de 1865, titulado como Duque do Porto.
Mulher de temperamento meridional, ela foi mãe extremosa dos seus filhos e mulher atenta aos mais necessitados, tendo-se destacado por sua solidariedade para com os parentes das vítimas do incêndio do Teatro Baquet, em 1888. Habituada aos luxos da corte de Turim, D. Maria Pia era amante da alta costura e de festas, como bailes de máscaras.
Manteve-se alheia aos assuntos políticos, excepto quando o Marechal Saldanha, que cercou o Palácio da Ajuda em 1870, obrigou o rei a nomeá-lo presidente do Conselho de Ministros. Reza a lenda que D. Maria Pia teria exclamado ao Marechal:
Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!
Assistiu, de forma excepcional, o seu marido durante a sua terrível agonia.

Reinado do filho e do neto
Após a subida ao trono português de seu filho, o rei D. Carlos I, D. Maria Pia cedeu o protagonismo à sua nora, a princesa Amélia de Orleães, continuando a residir oficialmente no Palácio da Ajuda (cuja decoração se deve ao seu gosto), utilizando como residências de recreio o Palácio da vila de Sintra e um chalé que adquiriu no Estoril. Serviu diversas vezes como regente do Reino durante as visitas oficiais do seu filho e da nora ao estrangeiro.
Na sequência do Regicídio de 1908, em que seu filho, D. Carlos I, e seu neto, o herdeiro ao trono D. Luís Filipe, Duque de Bragança, foram assassinados, D. Maria Pia foi abatida pelo desgosto, começando a dar sinais de demência mental. Durante o breve reinado de seu outro neto, D. Manuel II, a rainha manteve-se praticamente retirada do público e quase sempre estava acompanhada do segundo filho, D. Afonso, Duque do Porto.

Exílio e morte
Com a proclamação da República, em 5 de outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu então para o exílio, mas não junto aos restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de Julho de 1911. Foi sepultada no Panteão Real dos Saboia na Basílica de Superga, na Itália. Momentos antes de expirar, ela pediu que a voltassem no leito na direção de Portugal, país onde permaneceu durante quarenta e oito anos. Espera ainda hoje que seja cumprido o seu último desejo, o regresso a Portugal, onde possa descansar em paz junto de sua família.