Nascida numa família de militares, Emmylou passou a infância e adolescência a mudar de cidade para cidade, entre os estados de
Alabama,
Carolina do Norte e
Virgínia. Enquanto estudava teatro na
University of North Carolina, ela aprendeu a tocar músicas de
Bob Dylan e
Joan Baez. Em seguida, mudou-se para
Nova York, para dedicar-se apenas à música. Trabalhou como empregada de café e apresentou-se em clubes
folk. Casou-se em
1969 com o compositor Tom Slocum e, nesse mesmo ano, lançou o seu primeiro álbum,
Gliding Bird, depois renegado (algumas fontes falam do ano de
1968).
Divorciando-se em seguida, e com uma filha para criar, Emmylou regressou a casa dos pais, nessa altura donos de uma fazenda perto de
Washington, DC. Logo formou um trio e voltou a tocar. Em
1971, enquanto se apresentavam em um pequeno clube, foram descobertos por Chris Hillman, ex-
The Byrds, na época na banda de
country rock Flying Burrito Brothers. Hillman indicou Emmylou a
Gram Parsons, que precisava de uma vocalista. Emmylou participou nos dois discos de Parsons,
G.P. (
1972) e
Grievous Angel (
1973) e de uma turnê que rendeu preciosos duetos entre os dois. Com a morte de Parsons, ainda em 1973, Emmylou regressou a Washington e formou a
Hot Band, com quem finalmente gravaria o seu primeiro disco com uma grande gravadora, o aclamado
Pieces of the Sky, em
1975. O álbum foi produzido por Brian Ahern, com quem se casaria depois.
Com a
Hot Band, nas suas várias formações, Emmylou gravou a maioria de seus discos seguintes até
Brand New Dance, de
1990. A banda revelou os músicos Ricky Skaggs, famoso nos círculos
bluegrass e Rodney Crowell, compositor cuja importância transcende a
música country, além de ter contado com nomes famosos, como
James Burton, o lendário guitarrista de
Elvis Presley.
Com o fim da
Hot Band, Emmylou formou a acústica
The Nash Ramblers, com quem gravou o álbum ao vivo
At The Ryman, em
1993. A essa altura, Emmylou já era dona de um prestígio invejável nos meios musicais e já vendera milhões de discos, mas, ao invés de sossegar, ela procurava novos caminhos e, em
1995, lançou o seminal
Wrecking Ball. Produzido por Daniel Lanois, que já trabalhara com
Bob Dylan,
U2 e
Peter Gabriel, o disco é o resultado de muita ousadia e experimentalismo, com o seu clima etéreo e ausência de fórmulas fáceis. Em
2000 saiu o premiado (com o Grammy de Melhor Disco de Folk Contemporâneo)
Red Dirt Girl, o primeiro só de composições próprias desde
The Ballad of Sally Rose, de
1985. O seu mais recente registo é
All the Roadrunning, de
2006, uma descontraída colaboração com o seu amigo
Mark Knopfler.
Apesar de ser colocada, para fins de referência, no género
country, Emmylou fez incursões igualmente por músicas como o
folk, country alternativo,
rock e, ocasionalmente, até o
pop. Sempre interessada pelas raízes da música americana, os seus discos quase sempre contêm antigas
canções folclóricas, canções
gospel e
bluegrass. Além de compor, cada vez com mais intensidade, Emmylou gravou praticamente todos os grandes compositores de música popular, de
Bob Dylan a
Lennon-McCartney, passando por
Bruce Springsteen, Hank Williams, Steve Earle, Louvin Brothers,
Neil Young,
Johnny Cash.