quinta-feira, outubro 02, 2008

Ministério da Propaganda

Recentemente, ao ler números antigos do Jornal de Notícias guardados pelo meu pai, apercebi-me de um duvidosos textos jornalísticos, tecendo formidáveis elogios aos fantásticos programas do Ministério da Educação, sempre a encabeçar a secção de Anúncios.

Jornalistas que comam e regurgitem o paleio feito pelas cabeças pensadoras dos Ministérios sempre os houve, até porque é mais fácil escrever o que já está escrito e o muitas vezes o chefe gosta, mas o facto de não serem assinados tais encómios deixou-me sempre de pulga atrás da orelha.

Finalmente um texto no Blog 31 da Armada fez-me entender a coisa: tais peças eram propaganda disfarçada (coisa que a lei proíbe...) e pagas à unidade pelo Ministério da Propaganda, perdão, da Educação. Não fosse a oportuna questão que um grupo de deputados colocou à Ministra da Educação e ainda agora estávamos a comer palha, perdão, propaganda, perdão, anúncios pagos, nesse jornal de grande circulação...

Onde está a ética jornalística, que encapota um anúncio pago como uma notícia? Onde está a ética republicana dos políticos (pressuponho que os responsáveis políticos de um Ministério o sejam...) que aldrabam e só assumem quando confrontados com uma questão, por escrito, dentro das imposições da nossa lei?

Aqui fica o post original, para memória futura:

Peça jornalística na primeira página da secção de "Anúncios" do Jornal de Notícias.

Fala-nos das maravilhas que o Governo faz às escolas através do Plano Tecnológico.

O generoso artigo de opinião, laudatório das medidas do Governo não está assinado e não diz quem paga.

Pedido o esclarecimento e dada a resposta, sabe-se que a simpatia custou aos contribuintes "728 euros, acrescidos de IVA".

A dividir por todos, não custa nada.



Adenda: O Blog 31 da Armada publicou mais dois posts (II e III) sobre o assunto.

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