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O
Tunguska brasileiro, ou
evento do Curuçá, são os termos pelo qual ficou conhecido o
evento de impacto ocorrido no estado brasileiro do
Amazonas no dia 13 de agosto de 1930, análogo ao
evento de Tunguska. Trata-se de uma queda cósmica que teria ocorrido na região do
Rio Curuçá, localizada no município brasileiro de
Atalaia do Norte, no estado do
Amazonas.
À época, ribeirinhos e indígenas da região afirmaram que viram "bolas
de fogo" caindo do céu, tendo estas atingido a margem direita do
rio Curuçá.
O fenómeno ficou esquecido por mais de cinquenta anos, tendo sido
"reavivado" após o astrónomo inglês M. E. Bailey ter encontrado nos
arquivos do
Vaticano uma edição de 1931 do
L'Osservatore Romano que continha registos do monge capuchinho-franciscano
Fedele d'Alviano,
que visitou a região apenas cinco dias após o ocorrido. Na época,
Fedele d'Alviano entrevistou diversas pessoas da região, que lhe
disseram que ficaram assustadas com o ocorrido. Segundo Bailey, o evento
do
Rio Curuçá
foi uma das quedas cósmicas mais importantes do século XX.
Investigando a data do evento, acredita-se tratar de um meteorito
proveniente da chuva de meteoros das
Perseidas, que riscam os céus no mês de agosto.
Inspirado no artigo de Bailey e baseado em imagens dos satélites
LANDSAT, o astrofísico brasileiro
Ramiro de la Reza conseguiu identificar um
astroblema de 1 km de diâmetro, localizado a sudeste da localidade de Argemiro, nas seguintes coordenadas geográficas: 5° 11 S, 71° 38 W.
Na primeira semana de junho de 1997, de la Reza liderou uma expedição organizada pela
Rede Globo e co-financiada pela
ABC-TV da
Austrália,
até a região onde ocorreu o fenómeno. A suposta cratera realmente foi
encontrada, mas no entanto ainda faltam provas que atestem o facto de
que ela surgiu a partir do impacto do meteorito relatado em 1930. No
entanto um registo do Observatório Sismológico San Calixto em La Paz e
interpretado por A. Vega, da mesma instituição, mostrou que aquela
cratera poderia ter sido criada na mesma data, sugerindo que o sinal
sísmico estaria relacionado ao impacto de um meteorito daquele tamanho.
No entanto um grupo mexicano recentemente contestou que a cratera e o
registo sísmico estariam relacionados ao evento.
O governo brasileiro poderia, como fez o governo russo no evento de
Tunguska,
disponibilizar uma equipa qualificada para pesquisar, e, de facto,
caracterizar o que pode ter sido o segundo maior evento observado no
mundo moderno. Até o momento apenas um missionário religioso e uma
pequena expedição financiada pela TV avaliaram o evento.