Biografia
Hemingway fazia parte da comunidade de escritores expatriados em
Paris, conhecida como "geração perdida", nome inventado e popularizado por
Gertrude Stein.
Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro vezes, além de
ter tido vários relacionamentos românticos. Em 1952 publica "
O Velho e o Mar", com o qual ganhou o prémio
Pulitzer (1953), considerada a sua obra-prima. Foi laureado com o
Nobel de Literatura de 1954.
A vida e a obra de Hemingway tem intensa relação com a
Espanha,
país onde viveu durante quatro anos. Uma breve passagem, mas marcante para
um escritor americano que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica
com os espanhóis. Em
Pamplona, meados do
século XX, fascinado pelas touradas, a ponto de tornar-se um toureiro amador, transporta essa experiência para dois livros:
O Sol Também Se Levanta (1926) e
Por Quem os Sinos Dobram (1940). Ao cobrir a
Guerra Civil Espanhola (1937) – como jornalista do
North American Newspaper Alliance, não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o
fascismo.
Ainda muito jovem, decidiu ir à
Europa pela primeira vez, quando a
Grande Guerra assombrava o mundo (1918). Hemingway havia terminado o ensino secundário em Oak Park e trabalhado como jornalista no
Kansas City Star.
Tentou alistar-se, mas foi preterido, por ter um problema na visão.
Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na
Cruz Vermelha. Em
Itália apaixonou-se pela enfermeira Agnes Von Kurowsky, a sua inspiração na criação da heroína de
Adeus às Armas
(1929) – a inglesa Catherine Barkley. Atingido por uma bomba, retornou
para Oak Park que, depois do que viu na Itália, tornou-se monótona
demais.
Casamentos
Volta à
Europa (
Paris),
em 1921, recém-casado com Elizabeth Hadley Richardson, no seu primeiro
casamento, com quem teve um filho. Na ocasião, trabalhava para o
Toronto Star Weeky e, em início de carreira, aproximou-se de outros principiantes na escrita:
Ezra Pound (1885 – 1972),
Scott Fitzgerald (1896 – 1940) e
Gertrude Stein (1874 – 1940).
O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de moda Pauline
Pfeiffer. Com ela teve dois filhos. Em 1928, o casal decidiu morar em
Key West, na
Flórida.
O escritor sentiu falta da vida de jornalista e correspondente
internacional. O casamento com Pauline era instável. Nessa época conhece
Joe Russell, dono do
Sloppy Joe’s Bar e companheiro de farra. Já na
década de 30, resolveu partir com o amigo para uma pescaria. Dois dias em alto-mar que terminaram em
Havana, capital cubana, para onde voltava anualmente na época da pesca do
merlim (entre os meses de maio e julho). Hospedava-se no hotel
Ambos Mundos, em plena
Habana Vieja,
bairro mais antigo da cidade que se tornava o lar do escritor, e os
cenários que comporiam a sua história e a da própria ilha pelos próximos
23 anos. Duas décadas de turbulências que teriam como desfecho a
revolução socialista e o suicídio do escritor.
Em
Cuba, o escritor apaixonou-se por Jane Mason, casada com o diretor de operações da
Pan American Airways
e tornaram-se amantes. Em 1936, novamente apaixonado, desta feita pela
destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do segundo divórcio,
confirmando o que previu o seu amigo, Scott Fitzgerald, quando eles se
conheceram em Paris:
“Você vai precisar de uma mulher a cada livro”.
Assim, Hemingway partiu para a Espanha, onde Martha já estava e, no
meio da guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu terceiro
casamento. Quando a república caiu e a Europa vivia o prenúncio de um
conflito generalizado, Hemingway retornou a Cuba com Martha.
Em 1946, o escritor casa-se pela quarta e última vez com Mary Welsh,
também jornalista, mas tímida e disposta a viver ao lado de um Hemingway
cada vez mais instável emocionalmente.
Suicídio
Ao longo da vida do escritor, o tema
suicídio
aparece em textos, cartas e conversas com muita frequência. O seu pai
suicidou-se em 1929, por causa de problemas de saúde e financeiros. A
sua mãe,
Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, atormentava-o com a
sua personalidade dominadora. Ela enviou-lhe pelo correio a pistola com a
qual o seu pai se havia matado. O escritor, atónito, não sabia se ela
queria que ele repetisse o ato do pai ou que guardasse a arma, como
lembrança.
Todas as personagens deste escritor se defrontaram com o problema da
"evidência trágica" do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira
jogou com a morte, até que, na manhã de 2 de julho de 1961, em
Ketchum,
Idaho, utilizou uma arma de caça e disparou contra si mesmo.