Mostrar mensagens com a etiqueta Deriva dos Continentes. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Deriva dos Continentes. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, junho 19, 2013

Mais uma notícia sobre a possível zona de subducção ao largo da costa oeste portuguesa

Descoberta fratura tectónica ao largo da costa
por Filomena Naves - 18.06.2013

Fratura descoberta no fundo oceânico mostra que a zona de fronteira entre o oceano e o continente está a ficar activa.

Até agora era uma suspeita de geólogos portugueses, mas um grupo internacional de investigadores, cujo principal autor foi justamente um português, João Duarte, nesta altura a trabalhar na universidade australiana de Monash, acaba de observar os primeiros sinais de que uma zona de subducção está a formar-se ao largo da costa ocidental de Portugal. No final de contas, essa poderá ser a explicação para a particular violência do sismo que em 1755 arrasou Lisboa.

De forma simples, o que parece estar a acontecer é que, no fundo do Atlântico, ao largo da costa portuguesa, o ponto de contacto (que os geólogos designam como margem), entre o oceano e o continente está a tornar-se activo. E isso significa que está ali a iniciar-se uma nova zona de subdução, em que que a litosfera oceânica mergulha sob a litosfera continental - a litosfera é constituída pela crosta terrestre e a parte superficial do manto terrestre.

Para chegar a esta conclusão, a equipa, que incluiu os portugueses Filipe Rosas, Pedro Terrinha e António Ribeiro, da Universidade de Lisboa, além de investigadores franceses e australianos, fez mapeamento do fundo oceânico naquela zona. E o que verificou foi que uma fractura está ali em formação. O estudo foi publicado este mês na revista Geology.

"O que detetámos foi o início de uma margem ativa que parece ser uma zona de subducção embrionária", afirmou João Duarte, citado num comunicado da Universidade de Monash.

A ideia de que uma zona de subdução poderia estar a nascer ao largo da costa ocidental da Península Ibérica foi publicada pela primeira vez em 1986 pelos geólogos portugueses António Ribeiro e João Cabral. Para ambos essa era a explicação lógica para a ocorrência de um sismo tão violento como o de 1755 nesta região.

Os dados do estudo agora publicado indicam que os dois geólogos portugueses estavam certos, como nota o principal autor, João Duarte: "Actividade sísmica significativa, incluindo o sismo de 1755 que devastou Lisboa, indicavam que poderia haver movimento tectónico convergente na região. Pela primeira vez, conseguimos encontrar provas de que é esse o caso e de que há um mecanismo na sua base".

Segundo os investigadores, esta zona de subducção incipiente poderá indicar que uma nova fase da vida geológica da Terra pode estar a iniciar-se, neste caso com o fechamento do Atlântico e o retorno à junção dos continentes. O processo ainda vai durar mais 220 milhões de anos, mas também fica claro que sismos como o de 1755 vão voltar a acontecer por cá.

in DN - ler notícia

terça-feira, junho 18, 2013

Começou a subdução ao largo da costa portuguesa?!?

Cientistas descobriram fractura tectónica em formação ao largo da costa portuguesa
Ana Gerschenfeld
18.06.2013

Após os grandes terramotos de 1755 e 1969 em Portugal, já se suspeitava que algo estivesse a acontecer no fundo do Atlântico, próximo da Península Ibérica. Agora, cientistas portugueses, australianos e franceses afirmam ter descoberto os primeiros indícios desse fenómeno.

Um "embrião" de placa tectónica foi detectado a sudoeste de Portugal

A descoberta de uma zona de subducção nas suas primeiríssimas fases de formação, ao largo da costa de Portugal, acaba de ser anunciada por um grupo internacional de cientistas liderados por João Duarte, geólogo português a trabalhar na Universidade de Monash, na Austrália.
A confirmar-se que o fenómeno, em que uma placa tectónica da Terra mergulha debaixo de outra, está mesmo a começar a acontecer, como concluem estes cientistas num artigo publicado online pela revista Geology, isso significa que, daqui a uns 200 milhões de anos, o Oceano Atlântico poderá vir a desaparecer e as massas continentais de Europa e América a juntar-se num novo supercontinente.
João Duarte e a sua equipa de Monash, juntamente com Filipe Rosas, Pedro Terrinha e António Ribeiro, da Universidade de Lisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera – e ainda Marc-André Gutcher, da Universidade de Brest (França) – detectaram os primeiros indícios de que a margem Sudoeste Ibérica – uma margem “passiva” do Atlântico, isto é, onde aparentemente nada acontecia –, está na realidade a tornar-se activa, explica em comunicado aquela universidade australiana. A formação da fractura foi detectada através do mapeamento pelos cientistas, ao longo de oito anos, do fundo do oceano nessa zona.
“Detectámos os primórdios da formação de uma margem activa – que é como uma zona de subducção embrionária”, diz João Duarte, citado no mesmo comunicado.
E o investigador salienta que a actividade sísmica significativa patente naquela zona, incluindo o terramoto de 1755 que devastou Lisboa, já fazia pensar que estivesse a produzir-se aí uma convergência tectónica.
A existência desta zona de subducção incipiente ao largo de Portugal poderá indiciar que a geografia dos actuais continentes irá evoluir, ao longo dos próximos 220 milhões de anos, com a Península Ibérica a ser empurrada em direcção aos Estados Unidos. Este tipo de fenómeno já terá acontecido três vezes ao longo de mais de quatro mil milhões de anos de história do nosso planeta, com o movimento das placas tectónicas a partir antigos supercontinentes (como o célebre Pangeia, que reunia todos os continentes actuais) e a abrir oceanos entre as várias massas continentais resultantes.
O processo de formação da nova zona de subducção deverá demorar cerca de 20 milhões de anos, fornecendo aos cientistas uma “oportunidade única” de observar o fenómeno de activação tectónica.
  
in Público - ler notícia

ADENDA: esta hipótese (início de subducção ao largo da costa portuguesa) já tinha sido avançada, há muitos anos, por António Ribeiro; diz-nos um leitor atento que falta salientar o papel de Filipe Rosas, Pedro Terrinha e do filho do geógrafo Orlando Ribeiro (António Ribeiro) no paper publicado na Geology.

terça-feira, dezembro 18, 2012

Mais um dinossáurio estudado e descrito por um cientista português

Investigadores da Universidade Nova descobrem nova espécie de dinossauro

Descrição da espécie foi feita no Journal of Systematic Palaeontology

Espécie que existiu na América do Norte é semelhante a dinossauros encontrados na Lourinhã, em Portugal.

O português Octávio Mateus e o suíço Emanuel Tschopp, investigadores da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã, divulgaram este domingo a descoberta de uma nova espécie de dinossauro a partir de achados escavados nos Estados Unidos da América.
"Verificámos que este dinossauro do Jurássico Superior [com 150 milhões de anos] que existiu na América do Norte é um novo género e uma nova espécie para a ciência”, afirmou à Agência Lusa Octávio Mateus, investigador e orientador da tese de doutoramento de Emanuel Tschopp.
O Kaatedocus siberi, como veio a ser designado, é um saurópode, um dinossauro de grande porte físico, de pescoço e cauda compridos.
O paleontólogo explicou que “é semelhante a um pequeno ‘diplodocus’, com 12 a 14 metros de comprimento”, que tinha diferenças anatómicas no crânio e nas vértebras por comparação a outros do mesmo grupo”.
Outra das características do animal é ser “relativamente pequeno”, ao contrário de outros géneros e espécies do mesmo grupo dos ‘diplodocídeos”, que eram por norma gigantescos.
“Não sabemos se seria uma espécie pequena ou se seria um dinossauro juvenil”, adiantou.
O facto de ter sido descoberto entre sedimentos rochosos mais antigos do que aqueles em que foram encontrados outros dinossauros do mesmo grupo leva os cientistas a afirmar, mais uma vez, que “os animais tendem a aumentar de tamanho ao longo dos anos”.
A descrição da nova espécie, que constituiu um avanço na compreensão da família dos ‘diplodocídeos’, consta de um artigo que acaba de ser publicado na última edição online do Journal of Systematic Palaeontology.
Em 1991, uma equipa de investigadores suíços, liderada por por Hans-Jakob Kirby Siber, escavou no estado do Wyoming, nos Estados Unidos da América, o crânio e o pescoço completo “muito bem conservados” deste dinossauro.
Octávio Mateus e Emanuel Tschopp foram escolhidos pelo museu Sauriermuseum Aathal, da Suíça, para estudar o achado.
O animal foi descoberto numa jazida onde veio a encontrar-se uma “grande concentração de dinossauros, tanto herbívoros como carnívoros”, que ainda não está de todo explicada pelos cientistas.
O dinossauro é semelhante a outros descobertos no concelho da Lourinhã, um dos locais do país mais ricos em achados paleontológicos, o que leva os cientistas a concluir que a existência de dinossauros semelhantes no continente americano e na costa portuguesa é indicadora da proximidade entre os dois continentes há 150 milhões de anos atrás.

 in Público - ler notícia

sábado, janeiro 07, 2012

A teoria da Deriva dos Continentes fez ontem um século!

Deriva continental


Faz hoje, 6 de janeiro, exactamente cem anos que o geofísico alemão Alfred Lothar Wegener (1880-1930) apresentou, numa reunião da Associação Geológica Alemã, ocorrida no Museu Senckenberg, em Frankfurt, a sua teoria da deriva continental e a sua ideia da existência em eras geológicas muito recuadas de um supercontinente, a que chamou “pangea” (a partir do grego pan + gea, que significa “toda a terra”) rodeado por um único oceano, designado por "pantalassa" (do grego, pan + talasso, que significa "todos os mares").


O seu livro “A Origem dos Continentes e Oceanos” foi publicado em 1915. Mas foi com a terceira edição em 1922, traduzida em várias línguas, que as suas ideias sobre a evolução da crusta continental e oceânica ficaram melhor conhecidas. A sua obra é a rocha fundadora da tectónica de placas, que só viria a ser confirmada e melhor compreendida depois de detectada a expansão do fundo dos oceanos na década de 1960.


O impacto das ideias de Wegener, que se vieram a confirmar experimentalmente cinco décadas após a sua formulação, com a mudança de paradigma que elas produziram, é comparável na Geologia à revolução que a teoria heliocêntrica de Copérnico causou na Astronomia no século XVI.

in De Rerum Natura - post de António Piedade