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sexta-feira, maio 10, 2013

Artur Paredes nasceu ha 114 anos

(imagem daqui)

Artur Paredes (Coimbra, 10 de maio de 1899 - Lisboa, 20 de dezembro de 1980), pai de Carlos Paredes, foi um compositor e intérprete de guitarra portuguesa.









O enorme e incontornável Artur Paredes, verdadeiro "Pai" da Guitarra de Coimbra, como hoje a conhecemos. Pequena biografia retirada do livro de José Niza, Fado de Coimbra II, da editora Ediclube, inserido na colecção Um Século de Fado, lançada em 1999 e por nós "pescada" no blog do nosso amigo e Mestre Octávio Sérgio.


segunda-feira, julho 23, 2012

Carlos Paredes morreu há oito anos

Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pai, avô, e tio, tendo sido o pai, Artur Paredes, o grande mestre da guitarra de Coimbra - mantém um estilo coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação era do Fado de Coimbra. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições. Ficou conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos.

Filho do famoso compositor e guitarrista, mestre Artur Paredes, neto e bisneto de guitarristas, Gonçalo Paredes e António Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".
Em 1934, a família muda-se para Lisboa, o pai era funcionário do BNU e vem transferido para a capital. Abandona a aprendizagem do violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai e do meu avô".
Carlos Paredes inicia em 1949 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Não chega a concluir o curso liceal e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.
Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»
Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes Anos”.
Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".
Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.
A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».
Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Carlos Paredes nasceu há 87 anos

Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pai, avô, e tio, tendo sido o pai, Artur Paredes, o grande mestre da guitarra de Coimbra - mantém um estilo coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação também. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições. É conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos.


terça-feira, dezembro 20, 2011

Artur Paredes morreu há 31 anos

ARTUR PAREDES: A AFIRMAÇÃO DA GUITARRA DE COIMBRA NA PRIMEIRA DÉCADA DE OIRO DO FADO/CANÇÃO DE COIMBRA



Como já mencionámos no número anterior, a primeira década de oiro foi de transformação nos temas, na voz e na Guitarra de Coimbra, instrumento que se consagra na virtuosidade de um génio: Artur Paredes, já descendente de uma família de guitarristas a que daria continuidade e atingiria o Olimpo musical o seu filho Carlos Paredes.

Segundo consta no Livro de Registo de Baptismos da Freguesia de Santa Cruz – Coimbra de 1899, Artur Paredes nasceu em Coimbra, no dia 10 de maio de 1899, sendo filho do guitarrista Gonçalo Paredes e de Maria do Céu.

Da sua infância pouco se conhece. O Dr. Afonso de Sousa refere que foi duplamente órfão desde tenra idade, e que iniciou os estudos num colégio em Coimbra. No entanto, desconhecem-se referências ao facto de ter ou não frequentado o Liceu.

Apenas temos informações suas a partir dos anos vinte do Século XX, nomeadamente, quando contrai matrimónio na Freguesia da Sé, em Bragança, com a estudante da Faculdade de Letras Alice Candeias Duarte Rosas e no ano seguinte quando nasce o filho de ambos: Carlos Paredes. No registo de casamento já vem mencionado o ofício de “Empregado Bancário”, que terá sido a sua profissão pela vida fora pois, segundo José Niza, terá sido empregado do BNU em Coimbra, transferindo-se para Lisboa em 1934.

Quando terá começado a tocar Guitarra, também é uma incógnita, possivelmente através de influência familiar, visto ter nascido no seio de uma família de guitarristas. Certo é que em 1925 vai com a Tuna Académica da Universidade de Coimbra na célebre digressão ao Brasil. Além disso, segundo António Nunes, já tocava nos anos vinte do século XX, tendo tocado numa serenata em 1922 ou 1923, além de já ter um grupo de Fados de Coimbra composto pelos seguintes elementos: Roseiro Boavida, Aires Abreu, Edmundo Bettencourt e o próprio Artur Paredes.

Em relação ao Fado/Canção de Coimbra, transformou completamente a maneira de tocar Guitarra, contribuindo para o abandono progressivo da chamada “Guitarra Toeira de Coimbra” em proveito da Guitarra de Coimbra nas formas que actualmente conhecemos, mas não foi apenas isso. Também introduziu novos instrumentais da sua autoria ainda hoje tocados e de difícil execução.

Continuou sempre a tocar, mesmo já em Lisboa, sempre com o Dr. Afonso de Sousa como segundo Guitarra e já mesmo no final da vida, também o Dr. Octávio Sérgio foi seu segundo Guitarra.

Faleceu em Lisboa, na Freguesia de Anjos, a 20 de dezembro de 1980, tendo por visita constante no Hospital o Dr. Octávio Sérgio que lhe terá reconhecido o corpo no dia em que faleceu.

A sua memória manteve-se, não só na herança que deixou na Guitarra através do filho, Carlos Paredes, como na poesia de que foi alvo ou na placa que está na casa onde morou no Quebra-costas, assim como nos instrumentais que ficaram célebres, destacando-se a célebre “Balada de Coimbra” que, embora seja da autoria de José Eliseu, os arranjos são de Artur Paredes e outros instrumentais: Variações em Sol Maior, Variações em Si Menor, Marcha em Fá, Variações em Ré Menor, Variações em Ré Maior, Desfolhada, e muitos mais temas haveria a mencionar.

Também a sua Guitarra está hoje no Museu Académico de Coimbra.


NOTA: Para memória futura, uma das suas músicas, tocada pelo filho Carlos Paredes, na Guitarra Portuguesa, e Luísa Amaro, na Viola, em 1992, no Teatro São Luís em Lisboa: