Pequeno nicho com imagem de Santa Bárbara, na Mina de Sal Gema de Campina de Cima - Loulé (foto FJFOM)
Bárbara de Nicomédia (Nicomédia, c. 280 - Nicomédia, c. 317) foi uma virgem mártir do século III comemorada como santa cristã na Igreja Católica Romana, na Igreja Ortodoxa e na Igreja Anglicana. É padroeira dos artilheiros, mineiros e dos que lidam com o fogo (bombeiros); contra tempestades, raios e trovões. Em Portugal e no Brasil, tornou-se popular a devoção à Santa Bárbara, invocada como protetora por ocasião de tempestades, raios e trovões, dando origem à expressão Só se lembram de Santa Bárbara quando troveja.
Ela é comemorada no dia 4 de dezembro de cada ano.
História
Santa Bárbara foi, segundo a tradição católica, uma jovem nascida na cidade de Nicomédia (na região da Bitínia), atual İzmit, Turquia nas margens do Mar de Mármara, isto nos fins do século III da era cristã. A moça era a filha única de um rico e nobre habitante desta cidade do Império Romano chamado Dióscoro.
Por ser filha única e com receio de deixar a filha no meio da sociedade corrupta daquele tempo, Dióscoro decidiu fechá-la numa torre.
Santa Bárbara, na sua solidão, tinha a mata virgem como quintal, e
questionava-se se de facto, tudo aquilo era criação dos ídolos que
aprendera a adorar com os seus tutores naquela torre.
Por ser muito bela e, acima de tudo, rica, não lhe faltavam pretendentes para casamentos, mas Bárbara não aceitava nenhum.
Desconcertado diante da cidade, Dióscoro estava convencido que as
"desfeitas" da filha justificavam-se pelo facto dela ter ficado trancada
muitos anos na torre. Então permitiu que ela fosse conhecer a cidade;
durante essa visita ela teve contacto com cristãos, que lhe contaram
sobre os ensinamentos de Jesus sobre o mistério da união da Santíssima Trindade. Pouco tempo depois, um padre vindo de Alexandria batizou-a.
Em certa ocasião, seu pai "decidiu construir uma casa de banho com duas
janelas para Bárbara. Todavia, dias mais tarde, ele viu-se obrigado a
fazer uma longa viagem. Enquanto Dióscoro viajava, Barbara ordenou a
construção de uma terceira janela na torre, visto que a casa de banho ficara na torre. Além disso, ela esculpira uma cruz sobre a fonte".
O seu pai, Dióscoro, quando voltou, reparou que a torre onde tinha
trancado a filha tinha agora três janelas em vez das duas que ele
mandara abrir. Ao perguntar à filha o porquê das três janelas, ela
explicou-lhe que isso era o símbolo da sua nova Fé. Este facto deixou o
pai furioso, pois ela recusava-se a seguir a religião politeísta romana.
Morte
Debaixo de um impulso e fúria, e obedecendo a suas tradições romanas, Dióscoro denunciou a própria filha ao prefeito Marciniano,
que a mandou torturar, numa tentativa de a fazer renunciar sua fé,
facto que não aconteceu. Assim, Márcio condenou-a à morte, por
degolação.
Durante a sua tortura em praça pública, uma jovem cristã de nome Juliana denunciou os nomes dos carrascos, e imediatamente foi presa e entregue à morte, juntamente com Bárbara.
Ambas foram levadas pelas ruas de Nicomédia por entre os gritos de raiva da multidão. Bárbara teve os seios
cortados, depois foi conduzida para fora da cidade onde o seu próprio
pai a executou, degolando-a. Quando a cabeça de Bárbara rolou pelo
chão, um imenso trovão rebentou pelos ares, fazendo tremer os céus. Um relâmpago flamejou pelos ares e atravessando o céu fez cair por terra o corpo sem vida de Dióscoro.
Santa Bárbara passou a ser conhecida como "protetora contra os relâmpagos e tempestades" e é considerada a padroeira dos artilheiros, dos mineiros e de todos quantos trabalham com o fogo.
Santa Bárbara é frequentemente retratada com correntes em miniatura e uma torre.
Como uma das catorze santas auxiliares, Barbara continua a ser uma santa popular nos tempos modernos.
in Wikipédia
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