Lazzaro Spallanzani, italiano (Scandiano, 10 de janeiro de 1729 - Pavia, 12 de fevereiro de 1799) foi um padre, fisiologista e um estudioso das ciências naturais. Educado num colégio de jesuítas,
Spallanzani abandonou os seus estudos em Direito na Universidade de
Bolonha para se dedicar à ciência. O seu trabalho centrou-se na
investigação da teoria da geração espontânea. Com suas experiências, Spallanzani mostrou que os micróbios movem-se pelo ar e que podem ser eliminados por fervura.
O seu intuito era derrubar as ideias de John Needham,
que através das suas experiências havia "comprovado" que a vida poderia
surgir espontaneamente de um caldo nutritivo, colocado num recipiente
vedado e aquecido até à sua fervura. O problema do experimento de Needham
eram os recipientes, que não foram bem vedados, permitindo a entrada de
micro-organismos e a contaminação do caldo nutritivo, e uma fervura
branda, que possivelmente não haveria matado todos os microrganismos que
já estavam no caldo nutritivo. Spallanzani mostra que com os
recipientes vedados de outra maneira mais eficiente e realizando a
fervura por mais tempo, a vida não surge espontaneamente.
Porém Needham retorquiu afirmando que com aquela fervura Spallanzani
havia acabado com o ar dos recipientes, impossibilitando o surgimento da
vida. Realmente a experiência acabava com o oxigénio dos frascos. A controvérsia só veio a ser esclarecida mais tarde, com as descobertas de Louis Pasteur.
Além disso, aprofundou os estudos de René-Antoine Reaumur, ao
demonstrar que o suco gástrico era um fator decisivo na digestão.
Obteve suco gástrico fazendo um animal engolir um tubo atado a um fio
para posteriormente o retirar cheio do suco digestivo. Com este suco
realizava experiências sobre a digestão no estômago. Para assegurar as
condições corretas de temperatura, mantinha os tubos de ensaio nas suas
axilas, dispensando assim a necessidade de um termostato (que não
existia na altura). Também fez experiências com animais, fazendo com que
estes engolissem pedaços de carne presos por fios, que depois
recuperava para observar a progressão da digestão, assim como os fazia
engolir objetos metálicos. Também estudou o fenómeno nele próprio,
engolindo, numa das vezes, uma saqueta de tela contendo pão e carne.
Deixou ficar a saqueta durante 2 dias, retirando-a repetidamente para
verificar a evolução da digestão. Concluiu que, ao fim de 18 horas, a
carne estava completamente digerida mas o pão ficara intacto.
in Wikipédia
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