domingo, fevereiro 25, 2024

Mais uma notícia sobre extinções e evolução...

Uma forma de vida ancestral sobreviveu aos dinossauros (e vai sobreviver aos humanos)

 

 

 

Há cerca de 66 milhões de anos, um colossal asteroide colidiu com a Terra, marcando o fim da era Mesozoica - um evento que resultou na extinção dos dinossauros e de 75% das espécies da Terra. No meio desta devastação, muitas linhagens de plantas antigas sobreviveram e prosperaram.

Qualquer criatura que tivesse olhado para os céus num certo dia de primavera poderá ter visto, por uns segundos, um asteroide brilhante do tamanho de uma montanha a entrar incandescente na atmosfera - e a colidir com a Terra.

Conhecida como a extinção em massa do Cretácico-Paleogénico, ou “Evento KP“, a catástrofe resultou na extinção dos dinossauros não-avianos e de pelo menos 75% das espécies da Terra.

Mas enquanto criaturas ferozes como os míticos T-rex e Velociraptor desapareceram da face do planeta, um grupo particular de espécies sobreviveu à catástrofe, resistiu até aos nossos dias, e vai provavelmente assistir ao desaparecimento dos humanos: as angiospérmicas, ou “plantas com flores”.

Esse é o caso das  rosas, cuja família ancestral teve origem muitos milhões de anos antes do Evento KP, e que continuam a florescer.

Com efeito, estudos sugerem que a origem de uma grande parte das famílias de angiospérmicas é anterior ao impacto do asteroide. Essas linhagens antigas, incluindo famílias de plantas como as das orquídeas, magnólias, gramíneas e batatas, coexistiram com os dinossauros e prosperaram após o Evento KP.

Embora a razão exata para a notável resiliência das angiospérmicas seja ainda hoje um mistério, estudos recentes oferecem algumas pistas.

Num estudo recente, os investigadores Jamie Thompson, da Universidade de Bath, e Santiago Ramírez-Barahona, da Universidad Nacional Autónoma do México, usaram uma nova abordagem e modelos matemáticos para analisar as árvores genealógicas das angiospérmicas.

 

 

Na sequência do estudo, apresentado num artigo publicado a semana passada na revista Biology Letters, os dois cientistas concluíram que as angiospérmicas tiveram taxas de extinção consistentes durante pelo menos 240 milhões de anos - não tendo registado qualquer efeito notório do Evento KP nestas taxas.

Qual será então o segredo da capacidade de sobrevivência das angiospérmicas?

Segundo explica Thompson no The Conversation, a sua resiliência poderá ser devida à sua capacidade de se reinventar - criando novas de dispersão de sementes e de polinização - e de duplicar todo o seu genoma, permitindo uma maior adaptabilidade e diversidade.

O sexto evento de extinção em massa, que já estamos atualmente a enfrentar, coloca ameaças significativas para muitas espécies de angiospérmicas. Ainda assim, dada a sua história de resiliência, as angiospérmicas vão provavelmente adaptar-se de novo - e sobreviver à humanidade.

 

 

in ZAP

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