Dresden após o ataque aéreo
O bombardeamento de Dresden foi um bombardeamento militar efetuado durante a Segunda Guerra Mundial pelos aliados da Força Aérea Real (RAF) e a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos da América (USAAF) entre 13 e 15 de fevereiro de 1945. Em quatro ataques-surpresa, 1.300 bombardeiros pesados lançaram mais de 3.900 toneladas de dispositivos incendiários e bombas altamente explosivas na cidade, a capital barroca do estado alemão de Saxónia. A tempestade de fogo resultante destruiu 39 quilómetros quadrados do centro da cidade.
Um relatório da Força Aérea dos Estados Unidos escrito em 1953
por Joseph W. Angell defendeu a operação como o bombardeamento
justificado de um alvo militar, industrial e centro importante de
transportes e comunicação, sediando 110 fábricas e 50.000 trabalhadores
em apoio aos esforços nazis.
Em contrapartida, diversos pesquisadores argumentaram que nem toda a
infraestrutura comunicacional, como pontes, foram de facto alvo do
bombardeamento, assim como extensas áreas industriais distantes do
centro da cidade. Alega-se que Dresden era um marco cultural de pouca
ou nenhuma significância militar, uma "Florença do Elba",
como era conhecida, e que os ataques foram um bombardeamento
indiscriminado e desproporcional aos comensuráveis ganhos militares.
Nas
primeiras décadas após a guerra, estimativas de mortos chegavam a
250.000, número atualmente considerado absurdo. Uma investigação
independente encomendada pelo conselho municipal de Dresden em 2010 chegou a um total mínimo de 22.700 vítimas, com um número máximo de mortos em torno de 25.000 pessoas.
Em comparação direta com o bombardeamento de Hamburgo de 1943,
que criou uma das maiores tempestades de fogo provocadas pela RAF e a
Força Aérea dos Estados Unidos, matando aproximadamente 50.000 civis e
destruindo praticamente toda a cidade, e o bombardeamento de Pforzheim, em 1945,
que matou aproximadamente 18.000 civis, os ataques aéreos contra
Dresden não podem ser considerados os mais graves da Segunda Guerra
Mundial. No entanto, eles continuam conhecidos como um dos piores
exemplos de sacrifício civil provocado por bombardeamento estratégico, ocupando lugar de destaque entre as causes célèbres morais da Segunda Guerra. Discussões pós-guerra, lendas populares, revisionismo histórico e propaganda da Guerra Fria
levantaram debates entre comentaristas, oficiais e historiadores a
respeito da fundamentação ou não do bombardeamento, e se sua realização
teria constituído um crime de guerra.
Apesar
de nenhum dos envolvidos no bombardeamento de Dresden jamais ter sido
acusado de crime de guerra, muitos defendem que o bombardeamento foi um crime de guerra. Segundo o Dr. Gregory H. Stanton, advogado e presidente da Genocide Watch:
O Holocausto nazi está entre os genocídios mais perversos da história. Mas o bombardeamento de Dresden pelos Aliados e a destruição nuclear de Hiroshima e Nagasaki também foram crimes de guerra... |
- Gregory H. Stanton
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