De pé (Saudação a Antero) - José Mário Branco
Força é reconhecerQue a morte, quando escolhidaÉ uma espécie de anteverA vida dentro da vidaÉ parecidaSó parecidaCom a vida por viver
Num jardim quadrangularÀ vista do oceanoPode perder-se o olharNa praia do desenganoÉ humanoSobre-humanoÉ ter um canto p'ra salvar
De pé meu canto não te rendasSaúda o mestre das oferendasCanta, canta, coraçãoQue o poeta só te dá o que lhe dão
De pé memória do futuroHá sempre luz ao fim do escuroNuma ilha só morre o que lá estáO que conta no que foi, é o que será
É bem pobre condiçãoRender-se ao desesperoE ver só morte na mãoDireita de AnteroO que eu queroPorque queroÉ negar a negação
Há uma ausência ferozQue veste a nossa mágoaE esquecemos que é por nósQue a fonte deita águaMas eu trago-aSim eu trago-aÉ a razão da minha voz
De pé meu canto não te rendasSaúda o mestre das oferendasCanta, canta, coraçãoQue o poeta só te dá o que lhe dão
De pé memória do futuroHá sempre luz ao fim do escuroNuma ilha só morre o que lá estáO que conta no que foi, é o que será
Num jardim quadrangularÀ vista do oceanoPode perder-se o olharNa praia do desenganoÉ humanoSobre-humanoÉ ter um canto p'ra salvar
De pé meu canto não te rendasSaúda o mestre das oferendasCanta, canta, coraçãoQue o poeta só te dá o que lhe dão
De pé memória do futuroHá sempre luz ao fim do escuroNuma ilha só morre o que lá estáO que conta no que foi, é o que será
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