Ó meu amor não te atrases
Ó meu amor não te atrases
Vou agora pôr-te à prova
Esta noite é Lua Nova
E tu não sabes de fases
Se chegas tarde te acuso
De que andarás a enganar-me
Vindo de ti cada abuso
Me soa a sinal de alarme
Teus olhos arregalados
Não são desculpa melhor
Sabes cá chegar de cor
E mesmo de olhos fechados
Nem um cego se perdia
Lá fora agitam-se os ramos
Nas brenhas da ventania
É tarde porém juramos
Que enquanto este amor se guarde
E seja o nosso segredo
Virias cedo, bem cedo
E havias de partir tarde
Sendo a Lua Nova ou Cheia
Ou Crescente ou Minguante
O que a nós nos incendeia
É fogo de outro quadrante
É clarão de uma outra luz
Que ao pressentir os teus passos
Acendi quando dispus
Quatro quartos nos teus braços
Quatro quartos nos teus braços
Quatro quartos nos teus braços
Quatro quartos
Nos teus braços
Vasco Graça Moura
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