José Tomás de Sousa Martins (Alhandra, 7 de março de 1843 - Alhandra, 18 de agosto de 1897) foi um médico e professor catedrático da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, antecessora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Formado em Farmácia e Medicina, trabalhou intensa e, na maioria dos casos, gratuitamente, sobretudo no combate à tuberculose. Orador brilhante, dotado de humor e inteligência, homem de atividade inesgotável e praticante incansável da caridade
junto aos mais desfavorecidos, exerceu uma forte influência sobre os
colegas de profissão, os alunos e os pacientes que tratou. Esta
influência metamorfoseou-se e perpetuou-se no tempo, tendo a figura de
Sousa Martins assumido contornos de santo laico, num culto atual, bem visível nos ex-votos colocados em torno da sua estátua no Campo dos Mártires da Pátria, em Lisboa, e no cemitério de Alhandra, onde está sepultado. Foi sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa.
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Foi também escolhido para representar Portugal em diversos eventos internacionais na área da Medicina: em 1874 foi nomeado delegado à Conferência Sanitária Internacional realizada em Viena; e em 1897 foi delegado à Conferência Sanitária Internacional, realizada em Veneza, onde foi eleito vice-presidente.
Adoeceu quando se encontrava em Veneza, regressando a Lisboa muito debilitado. Diagnosticada tuberculose, partiu para a Serra da Estrela
à procura de alívio. Aparentemente convalescendo, recolheu-se a
Alhandra, onde se instalou numa quinta, propriedade de amigos, tentando
recuperar.
A doença agravou-se e aos 54 anos, tuberculoso terminal e sofrendo de lesão cardíaca, Sousa Martins cometeu suicídio, com uma injeção de morfina. Pouco antes, havia confidenciado a um amigo: "A morte não é mais forte do que eu" e "Um médico ameaçado de morte por duas doenças, ambas fatais, deve eliminar-se por si mesmo".
Na mensagem que enviou ao saber da morte de Sousa Martins, o rei D. Carlos I de Portugal afirmou: Ao
deixar o mundo, chorou-o toda a terra que o conheceu. Foi uma perda
irreparável, uma perda nacional, apagando-se com ele a maior luz do meu
reino.
Também sobre ele, António Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina, disse: Notável
professor que deixou, atrás de si, um nome aureolado de preletor
admirável, de clínico, de orador consagrado, sempre alerta nas justas da
Sociedade das Ciências Médicas.
Por sua vez Guerra Junqueiro considerou-o Eminente
homem que radiou amor, encanto, esperança, alegria e generosidade. Foi
amigo, carinhoso e dedicado dos pobres e dos poetas. A sua mão guiou. O
seu coração perdoou. A sua boca ensinou. Honrou a medicina portuguesa e
todos os que nele procuraram cura para os seus males.
O principal hospital da cidade da Guarda tem o nome de Hospital Sousa Martins, em homenagem ao trabalho pioneiro de Sousa Martins sobre a tuberculose e climoterapia que conduziu à promoção da Serra da Estrela como área propícia à instalação de sanatórios
para o tratamento de tuberculosos. Para além disso, existem vários
sítios que homenageiam o Dr. Sousa Martins, entre os quais um concorrido
monumento, de autoria de Costa Motta (tio) no Campo de Santana, em Lisboa; um jazigo no Cemitério de Alhandra, onde se encontra sepultado; a Casa-Museu Dr. Sousa Martins, em Alhandra; e o busto do Dr. Sousa Martins, no Largo 7 de março, na baixa alhandrense. Também a toponímia da cidade da Guarda, à qual o nome de Sousa Martins está associado desde o início do século XX
mercê da estrutura sanatorial que ali existiu, o recorda no nome de uma
das ruas do moderno Bairro da Senhora dos Remédios. Um pequeno
monumento erguido dentro dos muros do antigo Sanatório da Guarda
continua, diariamente, a receber preces e agradecimentos e, à semelhança
do monumento lisboeta do Campo de Santana, está quase sempre emoldurado
de flores e de ex-votos diversos.
Os adeptos do espiritismo
pretendem que ele tenha sido seguidor desta crença, embora não haja
nenhuma prova que o confirme; muitos dos adeptos dessa crença
atribuem-lhe curas milagrosas por intermédio das suas comunicações mediúnicas, como aliás fazem com outros não membros da sua crença, veja-se por exemplo o famoso Padre Miguel do Soito (Sabugal), que era um sacerdote católico. A 7 de março e a 18 de agosto
de cada ano, aniversários do seu nascimento e morte, milhares de
devotos visitam e rezam sobre o seu túmulo e outros locais onde está
representado (por exemplo, junto da sua estátua no Campo dos Mártires da Pátria, em Lisboa).
in Wikipédia
2 comentários:
António Nunes RIBEIRO SANCHES (Penamacor, 1699 – Paris, 1783) "médico, humanista, pedagogo e filósofo português, um dos nomes cimeiros da cultura intelectual da Europa das Luzes", nasceu em 7/3/1699.
Ver:
https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/112/antonio-nunes-ribeiro-sanches
https://www.cm-penamacor.pt/o-concelho/ribeiro-sanches/antonio-nunes-ribeiro-sanches
Será publicado um post hoje, às 22.30 horas sobre Ribeiro Sanches...
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