Auto-retrato com 24 anos, 1804
Jean-Auguste Dominique Ingres (29 de agosto de 1780, Montauban – 14 de janeiro de 1867, Paris), mais conhecido simplesmente por Ingres, foi um celebrado pintor e desenhador francês, atuando na passagem do neoclassicismo para o romantismo. Foi um discípulo de David
e em sua carreira encontrou grandes sucessos e grandes fracassos, mas é
considerado hoje um dos mais importantes nomes da pintura do século
XIX.
Filho de um escultor ornamentista, fez os estudos iniciais em Toulouse.
Depois, formado na oficina de David, permaneceu fiel aos postulados
neoclássicos do seu mestre ao longo de toda a vida. Passou muitos anos
em Roma, onde assimilou aspectos formais de Rafael e do maneirismo.
Ingres sobreviveu largamente à época de predomínio do seu estilo, dado
que morreu em 1867. A partir de 1830 opôs-se com veemência, da sua
posição de académico, ao triunfo do romantismo pictórico representado
por Delacroix.
Ingres preferia os retratos e os nus às cenas mitológicas e históricas. Entre os seus melhores retratos contam-se Bonaparte Primeiro Cônsul, A Bela Célia, O Pintor Granet e A Condessa de Hassonville. Nos nus que pintou (A Grande Odalisca, Banho Turco e, sobretudo, A Banhista) é patente o domínio e a graça com que se serve do traço. A sua obra mais conhecida é Apoteose de Homero, de desenho nítido e equilibrada composição.
A sua obra representa a última grande revisitação da veneranda tradição
de pintura histórica e mitológica. Também deixou obra notável no retrato
e no nu feminino. A sua pintura tinha um acabamento técnico impecável e
a qualidade de sua linha foi sempre altamente elogiada. Respeitava
profundamente os mestres do passado, assumindo depois da morte de David
o papel de paladino da ortodoxia clássica contra a ascensão do Romantismo. Esclareceu a sua posição afirmando que seguia "os grandes mestres que floresceram naquele século de gloriosa memória quando Rafael
estabeleceu os eternos e incontestáveis padrões do sublime em arte…
Sou, assim, um conservador de boa doutrina, e não um inovador".
Não obstante a crítica moderna tende a considerá-lo como uma encarnação
do mesmo espírito romântico que ele procurava evitar - opinião que foi
expressa também por vários de seus contemporâneos -, enquanto que as
suas distorções expressivas da forma e do espaço tornam-o um pouco um
precursor da arte moderna, exercendo influência sobre artistas como Degas, Picasso, Matisse e Willem de Kooning, entre outros.
A apoteose de Homero, 1827
in Wikipédia
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