António Osório, nascido António Osório de Castro (
Setúbal,
1 de agosto de
1933), é um
escritor e
poeta português,
com antepassados galegos e italianos. É o poeta do amor e da
fulguração, dos afectos e dos silêncios. Embora tivesse começado a
escrever nos anos 50, apenas na década de 70 começa a publicar a sua
poesia em livros. Poeta e advogado em Lisboa, foi bastonário da Ordem
dos Advogados entre 1984 e 1986, administrador da Comissão Portuguesa da
Fundação Europeia da Cultura e presidente da Associação Portuguesa
para o Direito do Ambiente. É desde 1999, sócio correspondente
nacional, na Classe de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa.
Não é uma coisa só
Não é uma coisa só,
São muitas coisas nuas.
Não é o desabar de uma casa.
É percorrer os seus escombros.
Não é aguardar por um filho.
É voltar a sê-lo.
Não é penetrar em ti.
É sair de mim.
Não é pedir-te que faças.
É fazer-te.
Não é dormir lado a lado.
É estar jacente de mãos dadas.
Não é ouvir vento e chuva.
É franquear-lhes a cama.
E relâmpago que pela terra se funde.
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