Fóssil com cinco olhos pode mudar a história da evolução dos artrópodes
Reconstrução fotográfica do Kylinxia zhangia
Um novo fóssil, com cerca de 520 milhões de anos e muito semelhante a um camarão com cinco olhos, deu aos cientistas novas informações sobre a história evolutiva dos artrópodes.
Uma equipa de cientistas do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing, da Academia Chinesa de Ciências (NIGPAS), descobriu um fóssil de um animal do género Kylinxia com cinco olhos e muito parecido com um camarão.
O fóssil foi descoberto em Chengjiang, na província de Yunnan, na China, e tem cerca de 520 milhões de anos. Zhao Fangchen, coautor do artigo científico, publicado no dia 4 de novembro na Nature, realça que esta descoberta é, além de rara, muito importante para pesquisas futuras.
“Devido a condições tafonómicas muito especiais, os fósseis de Kylinxia exibem estruturas anatómicas requintadas. O tecido nervoso, os olhos e o sistema digestivo são partes moles do corpo que, normalmente, não conseguimos ver em fósseis convencionais”, explicou o cientista, citado pelo Europa Press.
Kylinxia mostra características distintas de verdadeiros artrópodes, como uma cutícula endurecida, um tronco segmentado e pernas articuladas. No entanto, também integra as características morfológicas presentes em formas muito ancestrais, incluindo os bizarros cinco olhos de Opabinia, bem como os apêndices raptoriais de Anomalocaris, um predador gigante do vértice do oceano Cambriano.
“Os nossos resultados indicam que o posicionamento evolutivo de Kylinxia está entre o Anomalocaris e os verdadeiros artrópodes. Isto significa que a nossa descoberta atingiu a raiz dos verdadeiros artrópodes“, resumiu Zhu Maoyan, coautor do estudo.
Os cientistas referem que Kylinxia representa um fóssil de transição crucial previsto pela teoria evolucionária de Darwin.
“Preenche a lacuna evolutiva do Anomalocaris aos verdadeiros artrópodes e forma um ‘elo perdido’ na origem dos artrópodes, contribuindo com fortes evidências fósseis para a teoria evolutiva da vida”, disse Zeng Han, primeiro autor do estudo.
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