Tomada da Bastilha, Coimbra, 25 de novembro de 1920
A
25 de novembro a Academia de Coimbra comemora o dia da “TOMADA DA
BASTILHA”, feriado da Universidade, e cuja história, passada em 1920,
nunca é demais recordar: em tempos, tinha o Senado Universitário cedido à
Associação Académica o rés-do-chão do Colégio de São Paulo, na Rua
Larga, para sede das suas actividades, onde nos restantes andares do
mesmo edifício estava instalado o Clube dos Lentes com espaçosas e
requintadas instalações. Com o desenvolvimento da actividade
associativa, iam sendo feitas diligências para que fosse cedido mais
espaço, que só resultavam em promessas sempre adiadas. Até que um grupo
de “Conjurados” combinou em grande secretismo tomar a iniciativa de
resolver de vez o problema e ocupar a restante área do edifício para uso
dos estudantes. Traçado o plano, caberia a um grupo tomar o Clube dos
Lentes, a outro ocupar a Torre da Universidade e aos restantes controlar
a área e distrair as autoridades civis e académicas que pudessem ali
aparecer. Um ferreiro amigo já teria previamente estudado as fechaduras e
fabricado as necessárias chaves, pois não convinha estar a causar danos
desnecessários. E na madrugada de 25 de novembro desencadeou-se a
operação, com a tomada das novas instalações. Logo foi lançado um
morteiro, dando sinal aos ocupantes da Torre para tocarem a “cabra” a
rebate a fim de mobilizar a restante Academia, que na época residia toda
ali nas imediações da Universidade, muitos deles em "Repúblicas", para
consolidar a acção e festejar o acontecimento. Nesse dia, foi enviado um
telegrama ao Presidente da República a dar a notícia da obtenção de uma
nova sede para a Academia, tendo ele, que desconhecia as
circunstâncias, respondido a congratular-se com o facto, E com tal
"despacho Presidencial" o Senado Universitária só teria que se
conformar. Assim decorreu o que veio a ser designado por “Tomada da
Bastilha”, tornando-se esta data o feriado da Universidade, rijamente
comemorado todos os anos. E até à construção dos novos edifícios das
Faculdades, que destruiu a “Velha Alta”, a festa terminava sempre com um
monumental magusto que se prolongava até ao romper o dia. Os "Antigos
Estudantes de Coimbra em Lisboa" fazem nessa altura a habitual jantarada
no Salão do Casino Estoril, com a comparência do "Magnífico Reitor",
representantes das diversas secções, grupos corais, de fados etc.... E
no final, um caloroso F-R-A. !
Texto roubado daqui
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