quarta-feira, maio 20, 2020

A poetisa e feminista Maria Teresa Horta faz hoje 83 anos

(imagem daqui)
   
Maria Teresa Mascarenhas Horta (Lisboa, 20 de maio de 1937) é uma escritora e poetisa portuguesa.
Filha de Jorge Augusto da Silva Horta, 5.º Bastonário da Ordem dos Médicos de 1956 a 1961, e da sua primeira mulher, D. Carlota Maria Mascarenhas - a qual era neta paterna, por bastardia, do 9.º Marquês de Fronteira, 10.º Conde da Torre, representante do título de Conde de Coculim, 7.º Marquês de Alorna e 11.º Conde de Assumar, ele próprio também filho natural - é oriunda, pelo lado materno, de uma família da alta aristocracia portuguesa, contando entre os seus antepassados a célebre poetisa Marquesa de Alorna.
Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e dedicou-se ao cine-clubismo, como dirigente do ABC Cine-Clube, ao jornalismo e à questão do feminismo tendo feito parte do Movimento Feminista de Portugal juntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, as Três Marias. Em conjunto lançaram o livro "Novas Cartas Portuguesas", que, na época, gerou forte impacto e contestação.
Teresa Horta também fez parte do grupo Poesia 61.
Publicou diversos textos em jornais como Diário de Lisboa, A Capital, República, O Século, Diário de Notícias e Jornal de Letras e Artes, tendo sido também chefe de redacção da revista Mulheres.
É casada com o jornalista Luis de Barros, de quem tem um único filho, Luís Jorge Horta de Barros (nascido a 4 de abril de 1965), casado com Maria Antónia Martins Peças Pereira, com geração.
A 8 de março de 2004 foi feita Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio.
Foi galardoada com o Prémio D. Dinís de 2011 da Fundação Casa de Mateus, pela sua obra "As Luzes de Leonor", o qual aceitou, embora se recusasse a recebê-lo das mãos do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, ao qual cabia entregá-lo, alegando que este estava "a destruir o país".
   

Os Teus Olhos

Direi verde
do verde dos teus olhos

de um rugoso mais verde
e mais sedento

Daquele não só íntimo
ou só verde

daquele mais macio......mais ave
ou vento

Direi vácuo
...........volume
direi vidro

Direi dos olhos verdes
os teus olhos
e do verde dos teus olhos direi vício

Voragem mais veloz
mais verde
............ou vinco
voragem mais crispada
ou precipício

 

in Candelabro (1964) - Maria Teresa Horta

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