Busto de Ruben A. no Jardim Botânico do Porto
Ruben Alfredo Andresen Leitão (Lisboa, 26 de maio de 1920 - Londres, 23 de setembro de 1975) foi um escritor, romancista, ensaísta, historiador, crítico literário, e autor de textos autobiográficos, português, com o pseudónimo Ruben A..
Biografia
Nasceu a 26 de Maio de 1920 na Praça do Rio de Janeiro, no Príncipe
Real, em Lisboa. Era o filho mais novo de Ruben da Silva Leitão e
Gardina Andresen. Como primos do lado materno contam-se a escritora Sophia de Mello Breyner Andresen e o arquitecto João Andresen; do lado paterno o pintor Ruy Leitão.
Terminou o liceu com um chumbo. Aos 18 anos, em 1938, vai viajar
sozinho a Berlim e Viena, ficando a conhecer a Alemanha de Hitler
durante 2 meses.
Preparou-se para entrar no curso de Ciências Histórico-Filosóficas em Lisboa, tendo recebido explicações de Agostinho da Silva. Depois de ter chumbado na cadeira de Anatomia, desiste e muda-se para Coimbra.
Licenciou-se na Universidade de Coimbra em Ciências Histórico-Filosóficas em 1945, onde foi colega do pensador Eduardo Lourenço.
Fez uma tese de licenciatura sobre os textos e correspondência inédita
do rei D. Pedro V, temática que irá explorar ao longo da sua vida.
Torna-se professor de Francês num liceu. Em setembro de 1947
parte para Inglaterra para ser leitor no departamento de português no
King's College, como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura.
Foi professor no King's College, em Londres de 1947 a 1952.
Casou-se com Rosemary Bach, aluna do departamento no King's College, que
será mãe dos seus 4 filhos: Alexandra, Catarina, Cristóvão e Nicolau.
Em setembro de 1950 investe o dinheiro da herança da venda da
quinta do Campo Alegre, no Porto, na construção de uma casa de campo.
Escolhe uma terra no Alto Minho, Montedor, no Carreço, com o projeto de
autoria do seu primo João Andresen.
A sua obra Páginas II é criticada por Salazar e resulta em Ruben A. abandonar o leitorado em Londres e regressar a Lisboa.
Foi funcionário da Embaixada do Brasil, em Lisboa, de 1954 a 1972.
Nesta data foi nomeado administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Foi igualmente director-geral dos Assuntos Culturais do Ministério da
Educação e Cultura.
Nos anos 70 compra um monte perto de Estremoz, o Monte dos Pensamentos.
Divorcia-se de Rosemary e aceita o convite da Universidade de
Oxford para ser docente no Saint Anthony's College. Três dias depois de
chegar a Londres, morre de ataque cardíaco. Foi enterrado em campa rasa
no cemitério do Carreço; a sua campa tem um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Obras
- Triálogo
- Júlia
- Relato 1453
- D. Pedro V: um homem e um rei (biografia, 1950)
- Caranguejo (romance, 1954)
- Cores (contos, 1960)
- Cartas de D. Pedro V aos seus Contemporâneos (1961)
- A Torre da Barbela (romance, 1965)
- O Outro que era Eu (1966)
- O Mundo à Minha Procura (1964, 1966 e 1968)
- Páginas (seis diários publicados em 1949, 1950, 1956, 1960, 1967 e 1970)
- Silêncio para 4 (novela, 1973)
- Kaos (romance, 1982)
in Wikipédia
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