O Painel dos Cavaleiros, no
políptico de S. Vicente, que se pensa representar os quatro filhos mais
novos de D. João I; de verde, D. Pedro, com o cinto da Jarreteira
cruzado no peito
Pedro, infante de Portugal, 1º Duque de Coimbra, (9 de dezembro de 1392 – 20 de maio de 1449) foi um príncipe da dinastia de Avis, filho do rei D. João I e da rainha Filipa de Lencastre. Entre 1439 e 1448 foi regente de Portugal.
Devido às suas viagens ao estrangeiro, ficou conhecido como o "Infante das Sete partidas". Tendo recebido nelas o feudo de Treviso, com o título de Duque de Treviso, pelo imperador Segismundo da Hungria e investido cavaleiro da Ordem da Jarreteira pelo seu tio Henrique IV de Inglaterra.
Pedro foi, desde a nascença, um dos filhos favoritos de João I, que lhe
proporcionou uma educação esmerada e excepcional numa era em que os
grandes senhores eram pouco mais, senão mesmo, analfabetos. Muito
próximo dos irmãos Duarte e João, Pedro cresceu num ambiente tranquilo e livre de intrigas. Em 1415, acompanha o pai na conquista de Ceuta
e é feito cavaleiro no dia seguinte à tomada da cidade, na recém
consagrada mesquita. É nesta altura que lhe é conferido o Ducado de
Coimbra, tornando-se, com o irmão Henrique, nos dois primeiros duques criados em Portugal.
Em 1429, Pedro casa com a princesa Isabel de Aragão, condessa de Urgel, em determinada altura herdeira de Aragão,
com quem constitui, segundo as fontes, uma união de amor. Na morte de
Duarte, seu Rei e irmão mais velho, Pedro é preterido na regência de Afonso V de Portugal
a favor da rainha mãe, Leonor de Aragão. A escolha do falecido rei não
era, no entanto, popular e a facção opositora de Leonor em breve saiu
às ruas. Um motim em Lisboa foi evitado in extremis, convocando-se uma reunião das cortes para normalizar a situação (Cortes de 1439). O resultado do encontro foi a nomeação de Pedro para a regência do pequeno Rei (dezembro de 1439), deixando a classe média de burgueses e mercadores deveras satisfeita. No entanto, dentro da aristocracia, em particular D. Afonso, conde de Barcelos
(meio irmão de Pedro), preferia-se a mais maleável Leonor de Aragão e
desconfiava-se do valor do Infante. Começa então uma guerra surda de
influências e Afonso consegue transformar-se no tio favorito de D.
Afonso V.
Em 1443, num gesto de reconciliação, Pedro torna o meio irmão Afonso no primeiro duque de Bragança
e as relações entre os dois parecem regressar à normalidade.
Indiferente às intrigas, Pedro continua a sua regência e o país prospera
sob a sua influência. É durante este período que se concedem os
primeiros subsídios à exploração do oceano Atlântico, organizada pelo Infante D. Henrique.
Finalmente, a 9 de junho de 1448,
Afonso V atinge a maioridade e Pedro entrega o controlo de Portugal ao
Rei, verificando-se o grau de influência do Duque de Bragança sobre
Afonso. A 15 de setembro, Afonso V anula todos os éditos de Pedro,
começando, contra si próprio, pelos que determinavam a concentração do
poder na pessoa do rei. A única coisa que Afonso parece não aceitar é a
separação da rainha Isabel, por muito a estimar. No ano seguinte, sob
acusações que haveria mais tarde de descobrir falsas, Afonso V declara o
infante Pedro um rebelde. A situação torna-se insustentável, e começa
uma guerra civil. Breve, pois a 20 de maio de 1449 ocorreu a batalha de Alfarrobeira no Forte da Casa, perto de Alverca,
durante a qual o infante morreu. As condições exactas da sua morte
continuam a causar debate: aparentemente Pedro morreu em combate, mas a
hipótese de um assassínio disfarçado na batalha nunca foi descartada.
Com a morte de Pedro, Portugal caiu nas mãos de Afonso, 1º Duque de
Bragança, com cada vez mais poder sobre o rei. No entanto, o período da
sua regência nunca foi esquecido e D. Pedro foi citado muitas vezes
pelo rei D. João II de Portugal
(seu neto) como sendo a sua maior influência. A perseguição implacável
que D. João II moveu aos Bragança foi talvez em resposta às
conspirações que causaram a queda de um dos maiores príncipes da Ínclita Geração.
Do seu casamento com D. Isabel de Aragão, condessa de Urgel, filha de Jaime II de Urgel e da infanta Isabel de Aragão e Fortiá, teve os seguintes filhos:
Do seu casamento com D. Isabel de Aragão, condessa de Urgel, filha de Jaime II de Urgel e da infanta Isabel de Aragão e Fortiá, teve os seguintes filhos:
- Pedro de Coimbra (1429-1466), 5º Condestável, de 1463 a 1466 foi aclamado Conde de Barcelona (Pedro IV, rei Pedro V de Aragão, Pedro III de Valência).
- João de Coimbra, Príncipe de Antioquia (1431-1457), casou com Carlota de Lusignan, princesa herdeira do Chipre.
- Isabel de Portugal, rainha de Portugal (1432-1455), rainha de Portugal pelo seu casamento com D. Afonso V.
- Jaime de Portugal (1434-1459), cardeal e arcebispo de Lisboa.
- Beatriz de Coimbra (1435-1462), casou com Adolfo de Clèves, senhor de Ravenstein.
- Filipa, infanta de Portugal (1437-1493), solteira, tia de D. João II, a quem criou e a quem serviu de segunda mãe.
Bandeira pessoal do Infante D. Pedro com a divisa: «Désir»
in Wikipédia
Sem comentários:
Enviar um comentário