Hussein ibn Talal (Amã, 14 de novembro de 1935 - Amã, 7 de fevereiro de 1999) foi rei da Jordânia entre 1953 e 1999.
Hussein pertence à dinastia dos hachemitas, cujos membros se consideram descendentes de Muhammad (Maomé). Era filho do rei Talal e de Zein al-Sharaf bint Jamil, bisneto de Hussein ibn Ali e primo do rei Faiçal II do Iraque.
Fez os seus estudos em Amã, no Victoria College de Alexandria e na Harrow School em Inglaterra. Neste país frequentou também a Royal Military Academy Sandhurst.
Em 1952 Hussein sucedeu ao pai, que devido aos seus problemas de esquizofrenia
foi declarado inapto para governar pelo parlamento da Jordânia. Hussein
foi coroado no ano seguinte, quando tinha apenas dezoito anos de idade.
Em 1957
teve que fazer frente um golpe de estado, por causa do qual decretou a
lei marcial e dissolveu todos os partidos políticos. No ano seguinte
sobreviveu a uma tentativa de assassinato ordenada pela Síria e em 1959 a uma nova tentativa de golpe de estado.
Hussein manteve uma política próxima dos estados ocidentais, em particular dos Estados Unidos da América e do Reino Unido.
Procedeu a uma modernização do país e das forças armadas, tendo neste
último caso recebido uma ajuda especial dos Estados Unidos.
Em 1967 na sequência da Guerra dos Seis Dias a Jordânia perdeu a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém
para Israel. Outra consequência da guerra seria a chegada de mais
refugiados palestinianos à Jordânia, o que teria consequências políticas
internas.
Por volta de 1970 os vários grupos que integravam a Organização para a Libertação da Palestina
(OLP) tinham praticamente criado na Jordânia um estado dentro do
estado, controlando áreas próximas da fronteira a partir das quais
realizavam ataques contra Israel. Em Setembro de 1970, Hussein enviou
exército contra os palestinianos, que executaria milhares destes,
naquilo que ficou conhecido como o Setembro Negro.
A subjugação dos palestinianos na Jordânia ficou concluída em meados de
1971; os guerrilheiros da OLP bem como vários refugiados palestinianos
fugiram para o Líbano.
A partir de 1979 Hussein iniciou o processo de reconciliação com Yasser Arafat, líder da OLP. Em 1987
abdicou das reivindicações territoriais jordanas sobre a Cisjordânia;
desde então a tarefa de representação política dos palestinianos
passaria a recair inteiramente sobre a OLP.
As primeiras eleições democráticas na Jordânia desde a década de cinquenta foram autorizadas pelo rei em 1989. As mulheres da Jordânia, aos quais o rei tinha concedido o direito de voto em 1974,
tiveram nestas eleições a sua primeira participação. O resultado seria a
conquista de cerca de 40% dos votos por parte de partidos políticos
ligados ao fundamentalismo islâmico hostis ao rei. Em 1993 Hussein dissolveu o parlamento e convocou novas eleições, tendo desta feita saído como vencedoras as forças moderadas.
Em 1994 Hussein assinou com Yitzhak Rabin
um tratado de paz com Israel numa aldeia fronteiriça entre os dois
países. Contudo, o tratado não foi bem recebido por uma porção
significativa da população.
Em 1998 adoeceu com cancro; o rei já tinha sido tratado nos Estados Unidos com sucesso a esta doença em 1992,
mas desta feita acabaria por não sobreviver. Antes de falecer Hussein
alterou a ordem sucessória, retirando o seu irmão Hassan como seu
sucessor (este estava nomeado como sucessor desde 1965) para colocar na
posição o seu filho mais velho Abdullah.
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