Face Oculta
Cavaco manda calar Noronha
Cavaco (à direita) esteve uma hora a falar com Noronha Nascimento sobre o processo ‘Face Oculta’
Presidente da República ficou altamente incomodado com as ameaças feitas ao juiz Carlos Alexandre por não destruir as escutas de José Sócrates.
Foi uma audiência dura ontem à tarde em Belém. Tão dura que Noronha Nascimento foi obrigado, à saída, a dizer aos jornalistas que o seu despacho da semana passada sobre as escutas de Sócrates no processo ‘Face Oculta’ foi mal interpretado. O Presidente da República não deixou margem para dúvidas. O comportamento do presidente do Supremo Tribunal de Justiça foi altamente condenável, e neste momento conturbado da Justiça e do País o melhor é os seus responsáveis ficarem calados.
Cavaco Silva ficou particularmente incomodado com as ameaças ao juiz Carlos Alexandre, aos assistentes do processo e até a penalistas, como Costa Andrade, que têm contestado a posição de Noronha Nascimento de ordenar a destruição de todas as escutas envolvendo o primeiro-ministro.
O presidente do Supremo Tribunal de Justiça negou no final da audiência com Cavaco Silva qualquer intenção de proceder disciplinarmente contra o juiz do Tribunal Central de Acção Penal. Mas no texto divulgado na semana passada Noronha Nascimento é muito claro na ameaça de processo disciplinar ao juiz Carlos Alexandre, responsável pela instrução do caso ‘Face Oculta’, que não obedeceu à sua ordem para destruir as escutas entre Sócrates e Armando Vara: "Há hierarquia entre tribunais porque é sobre ela que assenta o sistema de recursos, daí que o não cumprimento por tribunal inferior da decisão proferida em recurso dê origem a procedimento disciplinar do juiz que não cumpre."
FIZERAM "LEITURA ERRADA"
"O tema das escutas não foi abordado." A garantia foi dada por Noronha Nascimento à saída da audiência em Belém. O presidente do Supremo Tribunal de Justiça fez porém questão de sublinhar que foi feita uma "leitura profundamente errada" do despacho em que reitera a ordem de destruição das escutas que envolvem o primeiro-ministro José Sócrates, garantindo que não ameaçou o juiz Carlos Alexandre com um processo disciplinar nem jornalistas e magistrados de Aveiro. Sobre a audiência, que durou cerca de uma hora, Noronha Nascimento afirmou que foram debatidas questões como o funcionamento dos tribunais e a morosidade da Justiça, e que Cavaco Silva mostrou particular preocupação com "a acção executiva e a formação de juízes no Centro de Estudos Judiciários".
NOTA: vistas bem as coisas, Noronha do Nascimento trabalha bem:
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