Número de mortos em Christchurch sobe para 98
As equipas de resgate continuam à procura de sobreviventes
O balanço oficial de mortos do sismo em Christchurch é já de 98 mas as autoridades daquela que é a segunda cidade da Nova Zelândia temem que os mais de 200 desaparecidos possam aumentar este número.
As equipas de resgate estão concentradas no edifício da televisão local, a Canterbury Television (CTV), que ficou totalmente destruído e onde muitas pessoas, incluindo um grupo de 30 estudantes japoneses, eram dados como desaparecidos. Foram retirados alguns corpos dos destroços, nas últimas horas, aumentando o balanço oficial de baixas.
Dois dias depois do sismo que atingiu uma magnitude de 6.3 na escala de Richter, as autoridades de Christchurch contam com equipas cinotécnicas japonesas e norte-americanas e aparelhos de detecção de som em escombros para procurar sobreviventes.
“Vivemos dias terríveis. Todas as pessoas das equipas de salvamento estão cheias de esperança de encontrar alguém vivo”, disse o mayor de Christchurch, Bob Parker numa altura em que já não aparecem pessoas vivas nos escombros. Só do edifício da CTV foram retirados 47 corpos nas últimas horas.
Entre as poucas histórias de sobreviventes resgatados dos escombros está a da australiana Ann Voss, que estava num dos mais danificados edifícios, o Pine Gould, um prédio de empresas, quando ocorreu o sismo. Refugiou-se debaixo de uma mesa. E ali ficou mais de 24 horas, durante as quais foi usando o telemóvel para falar com os filhos e até com duas cadeias de televisão. E nunca pensou que ia salvar-se. “Telefonei aos meus filhos para me despedir. Chorávamos todos, mas eu tinha de dizer adeus”. Acabou por ser encontrada.
“De hora a hora paramos com a remoção de escombros e fazemos uma vistoria técnica, mas para ser realista, com base no que vimos até agora, não acredito que se vá encontrar alguém vivo naquele edifício”, disse à Reuters Jim Stuart Black, responsável dos bombeiros no local.
“Estamos muito preocupados com o facto do balanço de mortes poder crescer mais do que podíamos esperar. A cidade parece uma zona de guerra, vista de cima. Edifício atrás de edifício, tudo colapsou”.
As autoridades avançaram ontem com a primeira lista oficial de nomes de vítimas mortais, entre elas dois bebés com menos de um ano.
“Sabemos que é uma espera agonizante para as famílias, desesperadas por saber sobre os seus, mas há requisitos legais que têm de ser cumpridos”, adiantou ao New Zealand Herald Mike Wright, chefe da equipa de identificação das vítimas. Está a ser feita identificação por impressão digital, ADN, registo dentário e informação pessoal transmitida pela família.
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