domingo, outubro 10, 2010

A bancarrota e Medina Carreira



Aqui ficam alguns excertos de uma entrevista notável de Medina Carreira ao DN:

Não vê que haja aqui, da parte do Governo, uma estratégia económico-financeira?

Não, não há estratégia nenhuma! O primeiro-ministro não tem estratégia nenhuma na cabeça senão andar a fazer espectáculo e ir conciliando as circunstâncias para ver se vai durando. Aliás, este primeiro-ministro foi realmente uma desgraça para o País: nem tocou nos aspectos financeiros, nem tocou nos aspectos económicos. Qualquer solução financeira estável depende da economia. Mesmo essa consolidação que se diz que foi feita é uma coisa verdadeiramente...

(...)

O Estado social, tal qual o conhecemos, vai terminar?

Não. As minhas contas valem o que valem, mas entre 2015 e 2020 vai ter de se mexer.

E com coragem política?

A coragem não é difícil. Agora, trabalhar assim de qualquer maneira... Este pacote que saiu por aí deve ter sido feito em 48 horas. Isto foi alguém que foi a Bruxelas e trouxe um envelopezinho a dizer "mudem já!" Nenhum Governo ia ao pessoal sem pressão externa.

(...)

Tinha a noção de que a execução orçamental estava a falhar?

Há uns dois anos que não acredito naquilo que o Ministério das Finanças diz.

Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal...

[interrompendo]... sugeriu uma agência, que eu estava para sugerir um dia destes!

Portanto, faz todo o sentido?

Para mim faz todo o sentido, o Ministério das Finanças não merece crédito! E o Ministério das Finanças era das coisas rigorosas que havia no País. Aquilo já é considerado uma barraca de farturas.

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