80 casos documentados nos últimos 20 anos
Cinzas vulcânicas: um novo perigo para a aviação?
As cinzas cuspidas pelos vulcões são um grande risco para a aviação civil, porque podem danificar os motores dos aviões e reduzir drasticamente a visibilidade. Por isso é que foram encerrados inúmeros aeroportos por causa da erupção do vulcão islandês.
Ao longo dos últimos 20 anos, foram registados 80 casos de aviões apanhados em nuvens de partículas vulcânicas. As cinzas provocaram a perda de dois Boeing 747 e danificaram outros 20 aparelhos, com custos de reparação na ordem de centenas de milhões de euros, segundo peritos.
“Na alta atmosfera, onde circulam os aviões comerciais, a cinza vulcânica pode causar uma avaria no motor, danificar as pás das turbinas ou ainda as sondas electrónicas de Pitot, podem provocar a perda de aparelhos e mortes”, segundo o jornal especializado "Natural Hazards".
Com o tráfego de passageiros a aumentar 5 por cento ao ano no mundo, “o carácter imprevisível das erupções vulcânicas pode fazer deste novo risco uma ameaça significativa”, dizem peritos da Noruega e da Austrália nesta revista de 2009.
“A ameaça para a aviação é óbvia”, disse hoje à AFP Kjetil Toerseth, responsável pelas questões de poluição no instituto norueguês de investigação aérea.
“A poeira pode fazer parar os motores, mas pode apenas fazer alguns danos, e é necessário então fazer uma verificação completa dos motores se sabemos que o avião atravessou uma nuvem de cinza", acrescentou.
Para informar a aviação internacional sobre a posição e os movimentos destas nuvens, foram instalados “centros de conselho sobre as cinzas vulcânicas” em institutos meteorológicos em nove regiões do mundo.
O primeiro caso amplamente documentado de um avião que atravessou uma nuvem de cinzas vulcânicas foi o de um voo da British Airways em 1982, no momento da erupção do vulcão indonésio Gulanggung.
Todos os reactores do avião perderam a potência enquanto o aparelho atravessava uma nuvem de cinzas. A aeronave caiu mais de 4 mil metros antes de chegar a um lençol de ar não poluído, o que permitiu o recomeço dos motores.
O avião conseguiu então finalmente uma aterragem de urgência em Jacarta, apesar de um dos pára-brisas ter ficado completamente opaco por causa das cinzas.
Cinzas podem manter-se vários meses
Em 1989, um avião assegurando o voo KLM 747 entre Amesterdão e Anchorage, no Alasca, deu por si no meio de uma nuvem de cinzas do vulcão Redoubt, a 177 quilómetros da cidade norte-americana, apesar dos sistemas de alerta previstos, o que levou à perda de potência dos motores. Conseguiu ainda aterrar em Anchorage, mas a substituição dos quatro motores danificados custou 80 milhões de dólares.
Durante as grandes erupções do vulcão indonésio de Pinatubo em 1991 – quando as nuvens de cinzas tiveram ainda uma influência sobre o clima – foram reportados mais de 40 incidentes com aviões.
“A influência sobre o clima depende de onde decorrem as erupções vulcânicas”, disse hoje à AFP Yves Tourre, investigador da dinâmica do clima no Instituto Meteorológico francês.
Nos trópicos – no caso de Pinatubo – as nuvens de cinzas podem-se manter “vários meses, até mesmo um ano” a mais de 18 quilómetros de altitude, bloqueando os raios solares, com um impacto na temperatura ao sol, diz Tourre. Mas a situação deverá ser diferente no caso do vulcão islandês.
NOTA: a notícia tem um lapso - coloca o Pinatubo na Indonésia (é lá perto - as Filipinas são logo a seguir...) mas não deixa de ser interessante.
Ao longo dos últimos 20 anos, foram registados 80 casos de aviões apanhados em nuvens de partículas vulcânicas. As cinzas provocaram a perda de dois Boeing 747 e danificaram outros 20 aparelhos, com custos de reparação na ordem de centenas de milhões de euros, segundo peritos.
“Na alta atmosfera, onde circulam os aviões comerciais, a cinza vulcânica pode causar uma avaria no motor, danificar as pás das turbinas ou ainda as sondas electrónicas de Pitot, podem provocar a perda de aparelhos e mortes”, segundo o jornal especializado "Natural Hazards".
Com o tráfego de passageiros a aumentar 5 por cento ao ano no mundo, “o carácter imprevisível das erupções vulcânicas pode fazer deste novo risco uma ameaça significativa”, dizem peritos da Noruega e da Austrália nesta revista de 2009.
“A ameaça para a aviação é óbvia”, disse hoje à AFP Kjetil Toerseth, responsável pelas questões de poluição no instituto norueguês de investigação aérea.
“A poeira pode fazer parar os motores, mas pode apenas fazer alguns danos, e é necessário então fazer uma verificação completa dos motores se sabemos que o avião atravessou uma nuvem de cinza", acrescentou.
Para informar a aviação internacional sobre a posição e os movimentos destas nuvens, foram instalados “centros de conselho sobre as cinzas vulcânicas” em institutos meteorológicos em nove regiões do mundo.
O primeiro caso amplamente documentado de um avião que atravessou uma nuvem de cinzas vulcânicas foi o de um voo da British Airways em 1982, no momento da erupção do vulcão indonésio Gulanggung.
Todos os reactores do avião perderam a potência enquanto o aparelho atravessava uma nuvem de cinzas. A aeronave caiu mais de 4 mil metros antes de chegar a um lençol de ar não poluído, o que permitiu o recomeço dos motores.
O avião conseguiu então finalmente uma aterragem de urgência em Jacarta, apesar de um dos pára-brisas ter ficado completamente opaco por causa das cinzas.
Cinzas podem manter-se vários meses
Em 1989, um avião assegurando o voo KLM 747 entre Amesterdão e Anchorage, no Alasca, deu por si no meio de uma nuvem de cinzas do vulcão Redoubt, a 177 quilómetros da cidade norte-americana, apesar dos sistemas de alerta previstos, o que levou à perda de potência dos motores. Conseguiu ainda aterrar em Anchorage, mas a substituição dos quatro motores danificados custou 80 milhões de dólares.
Durante as grandes erupções do vulcão indonésio de Pinatubo em 1991 – quando as nuvens de cinzas tiveram ainda uma influência sobre o clima – foram reportados mais de 40 incidentes com aviões.
“A influência sobre o clima depende de onde decorrem as erupções vulcânicas”, disse hoje à AFP Yves Tourre, investigador da dinâmica do clima no Instituto Meteorológico francês.
Nos trópicos – no caso de Pinatubo – as nuvens de cinzas podem-se manter “vários meses, até mesmo um ano” a mais de 18 quilómetros de altitude, bloqueando os raios solares, com um impacto na temperatura ao sol, diz Tourre. Mas a situação deverá ser diferente no caso do vulcão islandês.
in Público - ler notícia
NOTA: a notícia tem um lapso - coloca o Pinatubo na Indonésia (é lá perto - as Filipinas são logo a seguir...) mas não deixa de ser interessante.
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