Escuto
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
in Geografia (1962) - Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, abril 14, 2010
Poesia para entendedores
Postado por Fernando Martins às 00:18
Marcadores: poesia, Sophia de Mello Breyner Andresen
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