quarta-feira, setembro 19, 2007

Notícias do Público sobre as Escolas portuguesas

O Ministério da Educação tenta tapar o Sol com uma peneira (e a culpa ou é da DECO ou do Público ou há-de morrer solteira...). Como dizia um senhor, que escrevia contos com moral, se não foste tu, foi o teu pai...

I

Associação revelou estudos sobre a temperatura e qualidade do ar nas salas de aula

Ministério da Educação acusa Deco de usar escolas para se autopromover
18.09.2007 - 22h39

O Ministério da Educação acusou hoje a associação de defesa dos consumidores Deco de usar as escolas públicas para se autopromover, considerando tecnicamente errados os estudos hoje divulgados pela Deco sobre a temperatura e a qualidade do ar nas salas de aula.

Dois estudos que a Deco realizou em Fevereiro em 40 salas de 20 escolas de todo o país, e cujos resultados foram hoje divulgados, revelaram que quatro em cada cinco têm temperaturas baixas e excesso de humidade no ar. Os estudos concluem que muitas escolas portuguesas são frias, húmidas e com ar interior de má qualidade, os edifícios estão degradados e não têm ventilação adequada.

Em reacção, o Ministério da Educação acusa a Deco de estar a recorrer às escolas públicas "para efeitos de autopromoção mediática baseada em relatórios tecnicamente errados". Segundo a tutela, esta é a segunda vez - a primeira foi em Outubro de 2006, quando a Deco publicou um estudo sobre violência nas escolas - que a associação divulga "resultados de pretensos estudos sobre escolas que dão uma imagem negativa do sistema e ensino públicos". "As insuficiências, deficiências e falta de rigor desta instituição na produção destes pretensos estudos levam o ME a não lhe reconhecer qualquer capacidade técnica para o efeito", lê-se numa nota de imprensa.

O Ministério da Educação assegura ainda que, ao contrário do que é dito pela Deco, a tutela não recebeu "qualquer comunicação dos resultados" das duas avaliações.

Os dois estudos da Deco, publicados nas revistas “Pro Teste” e “Teste Saúde”, revelam ainda que 80 por cento das amostras analisadas denunciam renovação insuficiente do ar e dois terços das salas acusaram valores de humidade superiores ao aconselhável, um problema que pode favorecer o desenvolvimento de fungos e bactérias.

Do total de escolas avaliadas, apenas quatro apresentavam ar com qualidade aceitável ou boa, ao passo que as restantes apresentavam níveis de contaminantes acima dos valores legais de referência.

A associação portuguesa para a defesa dos consumidores detectou ainda problemas de construção e conservação dos edifícios, o mais grave dos quais foi a presença de placas de fibrocimento com amianto, material que devia ter sido substituído, na sequência de uma recomendação nesse sentido feita pela Assembleia da República em 2003.

Os resultados estudo provam que o aquecimento eficiente e a qualidade do ar das escolas "exigem atenção urgente do Governo", afirma a associação de defesa dos consumidores.


II

Estudo diz que quatro em cada cinco escolas têm temperaturas baixas
Deco: alunos passam frio e têm má qualidade de ar dentro das salas de aula
18.09.2007 - 17h11 Lusa

Muitos alunos portugueses passam frio e são sujeitos a uma má qualidade de ar dentro das salas de aula, revela um estudo da associação portuguesa para a defesa dos consumidores Deco, segundo o qual quatro em cada cinco escolas têm temperaturas baixas e excesso de humidade no ar.

Estas são as principais conclusões de dois estudos realizados com base em 40 salas de 20 escolas de todo o país, realizados em Fevereiro, e agora publicados nas revistas “Pro Teste” e “Teste Saúde”.

De acordo com a Deco, muitas escolas portuguesas são frias, húmidas e com ar interior de má qualidade, os edifícios estão degradados e não têm ventilação adequada. "Em 16 das 20 escolas estudadas, há excesso de humidade no ar e temperaturas baixas", tendo numa das salas de aula chegado a registar-se 13ºC.

Escolas como a de Vila Cova (Braga) não têm aquecimento, apesar de as temperaturas médias, no Inverno, descerem a cerca de 10ºC, denuncia a associação, acrescentando contudo que mesmo com sistemas de aquecimento, estes muitas vezes não garantem conforto térmico.

Na origem dos maus resultados relativamente ao aquecimento poderão estar defeitos de construção, adianta a associação.

Quarteira e Portimão foram as cidades que obtiveram melhores referências, devido ao clima ameno da região, enquanto que a escola do Gavião, em Portalegre, tem bom conforto térmico, pelo uso intensivo do aquecimento. No entanto, esta escola consta entre as piores no que respeita à qualidade do ar, por falta de ventilação, um problema que está na origem do excesso de humidade no ar.

A este propósito, a Deco salienta que 80 por cento das amostras analisadas denunciam renovação insuficiente do ar e dois terços das salas acusaram valores de humidade superiores ao aconselhável, um problema que pode favorecer o desenvolvimento de fungos e bactérias.

Do total de escolas avaliadas, apenas quatro apresentavam ar com qualidade aceitável ou boa, ao passo que as restantes apresentavam níveis de contaminantes acima dos valores legais de referência. Entre aqueles contam-se partículas respiráveis, dióxido de carbono, bactérias e fungos, podendo pôr em risco a saúde dos alunos no que respeita, por exemplo, ao aumento do risco de problemas alérgicos e respiratórios e à diminuição da concentração, alerta a Deco.

A associação portuguesa para a defesa dos consumidores detectou ainda problemas de construção e conservação dos edifícios, o mais grave dos quais foi a presença de placas de fibrocimento com amianto em sete escolas: D. Francisca de Aragão (Quarteira), Diogo Bernardes (Ponte da Barca), Elias Garcia (Sobreda), D. João II (Caldas da Rainha), EB de Lousada, Roque Gameiro (Amadora) e Rainha D. Leonor de Lencastre (Cacém). "Tudo isto, depois de a Assembleia da República ter recomendado, em 2003, o inventário dos edifícios públicos com amianto e a substituição deste material, que pode libertar fibras cancerígenas", critica a associação.

Os resultados deste estudo provam que o aquecimento eficiente e a qualidade do ar das escolas "exigem atenção urgente do Governo", afirma a Deco, considerando que "é necessário adequar os projectos arquitectónicos ao clima", prever sistemas de ventilação adequados, inventariar os edifícios com amianto e definir regras para substituí-lo com urgência.

A Deco recomenda ainda às escolas que verifiquem a iluminação das salas e arejem-nas com mais frequência, para garantir o conforto visual e a renovação do ar. Os resultados deste estudo foi já remetido pela associação aos ministérios da Educação, Obras Públicas e Saúde, para que sejam tomadas as medidas necessárias.

terça-feira, setembro 18, 2007

Geociências e acesso ao Ensino Superior 2007 - II

Após termos colocado na mailing-list da GEOPOR a informação relativa ao post original que tem nome quase igual a este (tendo a informação relativa a ele surgido três vezes na mailing-list por esta ter estado em baixo - penso que foi todo o site da Universidade do Minho e da GEOPOR que pifou...) surgiram vários comentário à mesma que nos obrigaram a reformulá-la. Assim vamos novamente analisar o acesso ao Ensino Superior, na área das Geociências, em 2007, até por comparação com o caso do ano passado, que aqui também estudámos, pudendo constatar o seguinte:

1. Há hoje, em Portugal, apenas três (3) cursos de Licenciatura em Geologia (nas Universidades de Lisboa, Coimbra e Porto). Tiveram, pela mesma ordem, direito a 100, 30 e 20 vagas em 2007. Destas, ao contrário do ano passado, não sobrou nenhuma vaga. A média de acesso ficou-se pelos 12,85 (UP), 11,9 (UC) e 11,0 (UL). As coisas neste aspecto correram muito melhor que no ano passado - não sobraram vagas, as médias, globalmente, subiram e o número de vagas e de caloiros, globalmente, também aumentaram.

2. Nas áreas próximas (Engenharia Geológica, de Minas e afins) havia oito (8) cursos, portanto menos um do que no ano passado, com 137 vagas (menos de que o ano passado, que teve 178 vagas). Entraram 99 (o ano passado foram 42 candidatos a entrar na 1ª fase) e estão disponíveis para 2ª fase 39 vagas, tendo surgido, nesta fase e por causa de desempates, mais uma vaga extra... A média variou entre 13,2 (Eng.ª de Minas e Geoambiente na Universidade do Porto) e 10,9 do curso de Meteorologia, Oceanografia e Geofísica na Universidade de Aveiro. De salientar, contudo, que o desaparecimento da Engenharia de Minas e Geológica na Universidade de Coimbra não aconteceu, pois, como explicou o Professor Doutor Gama Pereira (que é também um dos bloggers deste local...) este curso passou a estar incluído na licenciatura com mestrado integrado (de Bolonha) de Engenharia Civil, podendo os seus estudantes fazer, depois de terem o Minor, a respectiva especialização (em Engenharia de Minas ou Engenharia Geológica) no decorrer do Mestrado. Em face disto alterámos o quadro final, incluindo então a licenciatura com Mestrado integrado de Engenharia Civil da FCTUC e alterámos o quadro Excel final.

3. Na área das Licenciaturas em Ensino de Biologia e Geologia (que, para biólogos e geólogos, não são carne nem são peixe...) havia o ano passado quatro (4) cursos (Aveiro, Minho, Porto e UTAD) com 100 vagas. Este ano o curso do Porto desapareceu, havendo nos restantes 80 vagas para os 3 cursos. Entraram 73, ficando a sobrar, para a 2ª fase, 7 vagas. A média variou entre 13,6 (UM) e 11,19 (UTAD). Salientou ainda o Doutor Carlos Galhano, em comentário ao post original (depois de salientar que a Nova de Lisboa teve o maior número de caloiros a entrar em Eng.ª Geológica) que: "Mais Professores para o ensino da Biologia Geologia, ainda não repararam na quantidade que não arranja emprego. Será que continuamos a produzir desempregados para alimentar o capricho de algumas Universidades ou mesmo departamentos. Devo acrescentar que na Licenciatura de Eng.ª Geológica da Nova, não temos até ao momento Licenciados desempregados."

4. Foi excelente esta troca de opiniões que permitiu tirar ainda mais conclusões, sendo também de salientar a informação do Doutor Gama Pereira (que saudades...!) de que haverá, logo que o senhor Ministro Doutor Mariano Gago o permita, um Mestrado em Ensino de Biologia e Geologia na Universidade de Coimbra.

5. Já agora, quando passar a 2ª fase de acesso voltaremos a analisar estes mesmos dados... De salientar ainda que o Blog De Rerum Natura (que inclui alguns professores universitários da FCTUC de Coimbra) publicou um estudo similar ao nosso, mas na área de Química. É bom saber que as ideias boas se multiplicam e gostaríamos de ver estudos similares noutras áreas (se alguém tem conhecimento de outros, agradecemos que nos avisem...).


Finalmente, para acederem aos dois documentos MS Excel, com todos os dados da primeira fase do acesso ao Ensino Superior deste ano e estudo do caso particular das Geociências, já alterado, clicar nos seguintes links:

Curso: Análise de riscos naturais em ambiente SIG

Curso de formação
Análise de riscos naturais em ambiente SIG

Dirigido a todos os profissionais que lidem com o território e com as temáticas dos riscos naturais. Técnicos de empresas privadas da área ambiental, técnicos das organizações da administração pública, técnicos de organizações não governamentais de ambiente, estudantes universitários e recém-licenciados.

Programa resumido

Módulo I - Apresentação do curso de formação – Análise de riscos naturais em ambiente SIG

Módulo II – Conceitos gerais relacionados com os riscos naturais - problematização
O risco sísmico; de erosão dos solos; de cheia e de incêndios florestais

Módulo III – Modelação em ambiente ArcGIS 9x da susceptibilidade de ocorrência de cheias
3.1- Introdução à análise e modelação de susceptibilidades ambientais em ambiente ArcGis – apresentação de um caso de estudo de susceptibilidade de ocorrência de cheias
3.2- Problematização das principais questões metodológicas que envolvem a avaliação da susceptibilidade de ocorrência de cheias
3.3- Apresentação/ contacto com o software ArcGis 9x
3.4- Aquisição, criação, edição e gestão de dados cartográficos e base de dados associadas
3.5- Análise espacial
3.6- Modelação espacial

Módulo IV - Modelação em ambiente ArcGIS 9x da susceptibilidade de ocorrência de sismos
4.1 - Problematização das principais questões metodológicas que envolvem a avaliação da susceptibilidade de ocorrência de sismos
4.2 - Modelação da distribuição da susceptibilidade de ocorrência de sismos

Módulo V - Modelação em ambiente ArcGIS 9x da susceptibilidade de ocorrência de erosão dos solos
5.1- Problematização das principais questões metodológicas que envolvem a avaliação da susceptibilidade de ocorrência de erosão dos solos
5.2- Modelação da distribuição da susceptibilidade de ocorrência de erosão dos solos

Módulo VI - Modelação em ambiente ArcGIS 9x da susceptibilidade de ocorrência de incêndios florestais
6.1- Problematização das principais questões metodológicas que envolvem a avaliação da susceptibilidade de ocorrência de incêndios florestais
6.2- Modelação da distribuição da susceptibilidade de ocorrência de incêndios florestais


Este curso de formação, que decorrerá nas instalações da GEOPOINT, na Rua da Artilharia 1 em Lisboa, foi desenvolvido em parceira entre a empresa GEOPOINT – Geografia, Formação e Marketing Lda e a empresa GEOSFERA - Gabinete de Estudos de Ordenamento SIG Formação e Riscos Ambientais Lda. Terá o seu início a 26 de Outubro e terminará em 11 de Novembro de 2007 . O curso foi desenvolvido para uma carga horária de 38h30, a serem ministradas aos sábados e em regime Pós-laboral à sexta-feira.


Valores para inscrição e frequência do curso:
  • 525 € (base)
  • 420 € (estudantes)


Mais informações e inscrições:
Rua da Artilharia 1, 67 1º E
Amoreiras
1250-038 Lisboa
Telf. 213 714 330
www.geopoint.pt

Diploma de Estudos Avançados em Engenharia Sanitária

O Diploma de Estudos Avançados em Engenharia Sanitária tem por objectivo formar técnicos orientados para a resolução de problemas específicos do Ambiente, designadamente o controlo de poluição, preparando-os para o exercício de actividade profissional nas áreas de programação, projecto, construção, exploração, conservação e avaliação do funcionamento de:
  • Infraestruturas de saneamento e controlo da poluição
  • Sistemas de abastecimento de água
  • Sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais
  • Sistemas de recolha, tratamento e valorização de resíduos sólidos

Data limite de inscrição: 23 de Setembro





Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente
Faculdade de Ciências e Tecnologia
2829 - 516 Caparica, Portugal
Telefone: +(351) 212 948 397;
Fax: +(351) 212 948 554
Correio Electrónico: sec-dcea@fct.unl.pt

Mestrado em Engenharia e Gestão da Água

Mestrado em Engenharia e Gestão da Água ­ MEGA - 2º Ciclo de Bolonha

Ano lectivo de 2007/2008


O curso visa a formação de Engenheiros/Mestres com capacidade para intervir nas várias vertentes dos recursos hídricos, nomeadamente nas áreas de Engenharia Hidráulica e Gestão da Água.


CANDIDATURAS
Estão abertas as inscrições a todos os titulares de formação de base (1º Ciclo) em engenharia, ciências de engenharia, ou em outras áreas científicas com afinidade às matérias leccionadas.

As candidaturas podem ser apresentadas até ao dia 23 de Setembro de 2007, podendo ser realizadas on-line em:
http://www.fct.unl.pt/candidato/como-candidatar-me/intro.

MAIS INFORMAÇÕES EM : www.dcea.fct.unl.pt/mega

ou através dos Coordenadores do Mestrado:

Rui Ferreira dos Santos - rfs@fct.unl.pt
Rodrigo Proença de Oliveira - rpo@fct.unl.pt



Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente
Faculdade de Ciências e Tecnologia
2829 - 516 Caparica, Portugal
Telefone: +(351) 212 948 397;
Fax: +(351) 212 948 554
Correio Electrónico: sec-dcea@fct.unl.pt

Novo ano lectivo...

segunda-feira, setembro 17, 2007

Apenas Algumas Questões Simples

Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos o seguinte post:

pros.jpg

Daquelas que gostaria de ver respondidas no debate e não apenas sob a forma de gráficos que nada explicam, isto se estiverem sequer bem feitos, ou de tiradas de vitimização e agressividade absolutamente deslocadas, que se tornaram a imagem de marca da nossa Ministra da Educação quando acossada ou simplesmente quando não sabe que responder. Questões que Fátima Campos Ferreira poderia lembrar-se de colocar hoje, caso não se limitasse a analisar a questão apenas pela via da retórica discursiva.

  1. Os indicadores estatísticos usados pelo ME em várias intervenções têm sempre a mesma origem ou variam conforme as conveniências? E quando os secretários de Estado e a Ministra dizem coisas desencontradas, como resolvemos as contradições? Com base na hierarquia? E entre secretários de Estado que critério usamos?
  2. O investimento em Cursos Técnico-Profissionais está ser feito com que tipo de apoio técnico e com que nível de equipamentos nas Escolas? Será possível ter cursos de restauração sem arcas e balcões frigoríficos ou fogões ou desenvolver outros cursos sem que existam laboratórios apropriados?
  3. Esses cursos visam uma efectiva qualificação dos alunos ou apenas dar-lhes a garantia de uma via rápida para concluirem o Ensino Básico e/ou Secundário, visto que as retenções são super-ultra desaconselhadas nos anos não terminais?
  4. Acha o ME que será atribuindo um ou dois quadros interactivos por Escola que os resultados em Matemática vão miraculosamente subir? E que o Plano Nacional de Leitura se desenvolve apenas acrescentando mais umas centenas de obras à lista recomendada de títulos?
  5. Estará o ME em condições de garantir que as provas de aferição e exames que serão feitos no final deste ano lectivo, serão concebido(a)s com rigor e sem a tentação de baixar a fasquia de modo a alcançar um aumento do sucesso graças a jogadas de secretaria, como o exame do 9º ano de 2006/07?
  6. Que resultados apresentam os cursos e formandos das Novas Oportunidades em termos de melhoria da sua situação profissional ou de saída do desemprego, não valendo no cálculo os estágios finais de alguns cursos? Ou o desemprego à saída desses cursos não passa, como no caso dos recém-licenciados e candidatos à docência, de uma “situação dramática” e um “problema do país” que não compete ao ME resolver?
  7. O alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos é uma medida para anunciar de quando em vez ou é uma prioridade séria? Se é uma prioridade, o que falta para calendarizar a sua implementação? Calcular os encargos? Afastar entretanto do ensino os professores “mais caros” e contratar novos já nos moldes actuais?
  8. Que novo modelo de organização da escolaridade obrigatória defende o ME para os 12 anos de escolaridade? Quantos ciclos, com que duração e com que perfil de competências à saída? Ao fim de 2 anos no cargo ainda não sabem?
  9. Em matéria de formação de professores vai mesmo avançar-se para os cursos exclusivamente vocacionados para a docência e destinados a criar o chamado “professor generalista” para seis anos de escolaridade, sendo que a Ministra avisou que não há falta de docentes para os actuais 1º e 2º CEB mas sim para disciplinas técnicas específicas do Ensino Secundário?
  10. Os contratos de autonomia que foram assinados são contratos de autonomia ou são operações que visam apenas reforçar o controle dos órgãos de gestão sobre o pessoal docente e obrigar a atingir níveis de sucesso, seja lá como for?

Há muito mais questões que poderiam ser formuladas mas não o vão ser, ou se o forem que não terão resposta directa, mas agora preciso eu de ir trabalhar e não me apetece continuar a fazer o trabalho de casa que outros deveriam fazer, caso não se preocupassem em não ser incómodo(a)s.

E se repararem nem sequer coloquei em nenhuma das questões o problema do Estatuto de Carreira, visto que as asneiras, equívocos e indefinições do ME não se esgotam aí. Muito pelo contrário, infelizmente.



Posted by Paulo Guinote under Actualidades, Dúvidas, Educação, Informação, Miscelânea

O Novo Modelo da Reentrée Política Governamental

(c) Antero Valério

Não sei se notaram - afinal, os meios mobilizados e a cobertura mediática foram escassos - mas a retoma política do Governo este ano centrou-se na área da Educação que, com alguma justeza, os nossos responsáveis políticos detectaram como aquela que pode provocar maiores problemas em matéria de balanço em 2009 ou ser aquela que pode significar a diferença entre uma maioria relativa e uma maioria absoluta.

Depois de um constante deslizar na opinião pública durante este ano, a Ministra surgiu neste início de Setembro novamente a ser promovida na comunicação social - ainda me falta ler a entrevista concedida ao sempre amigável e disponível Jornal de Letras - e a lançar o ano lectivo rodeada pelo executivo em peso, mesmo pelos elementos menos animados do grupo e a necessitarem de entregar prova de vida em São Bento.

Isto não é inocente. Nem por remoto acaso. A Economia não descola, mas a culpa é sempre lá de fora, o petróleo, a crise do subprime na América, o que for. Em matéria de Saúde, as coisas avançam, recuam, lateralizam, cabeceiam para fora e não se percebe exactamente em que ponto estamos. A reforma da administração pública não entusiasma muito mais gente do que dez analistas liberais que dizem sempre o mesmo. Em matéria de Justiça, ainda o novo Código Penal arrancou bem, já a revisão se anuncia merecedora ela própria da sua revisão.

Portanto, a bem dizer, o Governo tem a apresentar como obra de um mandato o que anda a fazer em matéria de Educação, nomeadamente quanto aos indicadores relativos ao abandono e insucesso para apresentar à opinião publicada e ao Presidente da República. E como os alunos não votam já, também interessa recuperar um pouco da generalizada desafeição que pelo menos uma centena de milhar de professores passaram a dedicar a este desgoverno.

Vai daí a propaganda, a “oferta” de computadores e a tentativa desesperada de um sprint nos dois anos lectivos que faltam até às eleições de 2009.

Como todos sabemos, nenhuma reforma educativa digna desse nome produz efeitos em tão pouco tempo e muito menos se não se tratar de uma verdadeira reforma, mas apenas de mudanças (reduções) na alocação dos meios financeiros. E ainda menos se for uma reforma baseada em pressupostos errados.

Por isso, para em 2009 (a)parecer obra feita, é necessário recorrer a dois estratagemas:

  • Construir uma realidade educativa virtual para consumo mediático e
  • Desenvolver instrumentos legislativos para produzir sucesso e reduzir o abandono.

A propaganda está aí perante os olhos de todos, alimentada a portáteis Fujitsu-Siemens presos a contratos trianuais de ligação à net da TMN ou outros. A acção legislativa subterrânea também anda por aí mas mais disfarçada em forma de circulares, despachos e portarias que regulamentam, esclarecem e aconselham, com o empurrão dos grupos de alunos associados ao insucesso escolar para cursos técnico-profissionais onde a retenção ou “chumbo” são praticamente proibidos, assim como algumas regras decorrentes do novo Estatuto de Aluno visam combater o abandono escolar na secretaria, mantendo os alunos oficialmente no sistema quando não estão lá.

Se em 2009 com tudo isto conseguirem alterar mais de 5-6% em cada um dos indicadores relativamente a 2005 vão lançar foguetes e girândolas alegando um sucesso sem par. O problema é que, mesmo com todos os truques e barragens mediáticas, será então tempo de perceber se não podia ter sido feito melhor e se, aliás, não foi feito melhor no passado.

Mas uma coisa é certa: por muitos elogios que tenha, por muitas recompensas douradas que receba, a História demonstrará o que valeu este consulado de Maria de Lurdes Rodrigues e tudo aquilo que o país (não) lhe deverá.


Posted by Paulo Guinote under Educação, Nevoeiro, Política, Propaganda, Truques
Setembro 15, 2007

Vulcão dos Capelinhos - V


Algumas sugestões de páginas na Internet, agora em língua inglesa, sobre vulcões e sobre os Capelinhos:

A Ciência das Cavernas - Blog De Rerum Natura

Do Blog De Rerum Natura, publicamos o seguinte post, de autoria do Professor Doutor Carlos Fiolhais, com a devida vénia:

O autor destas linhas foi, em tempos idos, espeleólogo. Foram tempos de que naturalmente tem saudade. Conheceu a fundo (metáfora bem apropriada!) muitas grutas da Serra de Sicó a Sul de Coimbra (algumas descobriu-as mesmo num trabalho de prospecção e inventário), visitou várias outras no Maciço Calcário Estremenho (um dia tiveram de o ir buscar ao fundo das grutas de Mira de Aire, obviamente na parte não turística, por ter ficado entalado numa passagem mais estreita). No estrangeiro, visitou o impressionante “karst” da Eslovénia, onde até se pode andar de comboio debaixo de terra. Anotou no boletim “A Gruta”, que dirigia, os sucessivos recordes das cavidades mais fundas e mais longas. Aprendeu na prática espeleogénese (estudo da origem das grutas) e bioespeleologia (estudo dos animais das grutas) para não falar já da arqueologia e da climatologia subterrâneas.

Desde há muito que o homem procura ir mais fundo, penetrando no interior da Terra. O pintor e inventor italiano Leonardo da Vinci visitou e descreveu grutas da Lombardia (dá a ideia que da Vinci precedeu todos em quase tudo!), e o jesuíta alemão Athanasius Kircher, em 1665, publicou em Amesterdão a sua monumental obra “Mundus Subterraneus”, que fala dos dragões que, segundo as lendas medievais, ocupavam as entranhas da Terra.

Mas o início da espeleologia propriamente dita pode ser datado de 1894 quando o francês Édouard-Alfred Martel publicou “Les Abîmes” . Martel desceu aos abismos sem ter encontrado nenhum dragão. Os métodos que desenvolveu parecem-nos hoje completamente primitivos: uma gravura da época mostra-nos Martel de chapéu na cabeça e pendurado numa escada de corda rudimentar a descer uma perigosa cascata. Hoje os métodos de “alpinismo inverso” estão muito desenvolvidos: a actividade de descida aos prodigiosos mundos do interior da Terra usa muito material do alpinismo, com a óbvia vantagem que pode fazer espeleologia mesmo quem sofra de vertigens, pois no escuro não há que ter medo do fundo. Foi Martel, advogado de profissão, quem teve a curiosidade suficiente para empreender uma visita cuidadosa pelas grutas de vários países, relatando com o rigor possível para a época aquilo que viu. Graças não só à acção pioneira de Martel como principalmente às numerosas cavidades que alberga, a França ainda hoje é considerada a “pátria” da espeleologia.Mas há grutas não só em Portugal e França como por toda a Europa. Há enormes grutas em Espanha (muito maiores que as nossas, o que não será de estranhar dado o maior tamanho em tudo do país nosso vizinho!). Há grutas em Itália, na Áustria, na Eslovénia e em muitos outros países. A Eslovénia possui um dos sítios mais emblemáticos da espeleologia pois é lá o “karst” original, isto é, o protótipo das regiões calcárias, terrenos extremamente esburacados tanto à superfície como em profundidade. Têm buracos de todos os tamanhos (do ponto de vist matemático, um fractal, portanto). Em português, a palavra “karst” deu “carso” e o Maciço Calcário Estremenho, estudado pelo grande geógrafo coimbrão Alfredo Fernandes Martins, é o maior carso português. No “karst” esloveno foi localizado no tempo de Kircher um animal semelhante a um lagarto mas sem olhos, que habita rios subterrâneos. Na altura um barão famoso julgou que era uma “cria de dragão”, mas não passa de um troglóbio, isto é, um animal completamente adaptado à escuridão subterrânea: por que precisa ele de olhos se não pode ver nada no escuro?

Há grutas por todo o mundo calcário. Onde fica a mais profunda gruta do mundo? Nas montanhyas do Cáucaso, na Geórgia, uma das repúblicas que resultou da antiga União Soviética. Dá pelo nome de Krubera/Voronya e mede 2190 m de diferença de altitude entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo. E a gruta mais comprida? Aí não se pode competir com os Estados Unidos: a “Mammoth Cave” (Gruta do Mamute), no Kentucky, bem merece o seu nome, porque se estende por mais de 590 km. É um enorme buraco, labiríntíco, que demorou muitos anos a explorar, e que talvez ainda não tenha revelado todos os seus segredos. As maiores grutas portuguesas, com pouco mais de cem metros de profundidade, ou com apenas alguns quilómetros de extensão, ficam bem longe daqueles recordes mundiais.

A espeleologia é ao mesmo tempo um desporto e uma ciência. É um desporto, porque exige destreza física e conhecimento das técnicas para se chegar mais fundo e mais longe. Mas é também uma ciência, porque debaixo da Terra o mundo é diferente do que conhecemos à superfície e deve, apesar de ser escuro, ser visto com olhos de ver. Um bom espeleólogo tem de conhecer minimamente o modo como a água das chuvas dilui o carbonato de cálcio do calcário, abrindo pequenas ou grandes cavidades, e o modo como se depositam curiosíssimas concreções no tecto, nas paredes e no chão (do tecto descem as estalactites e do chão sobem as estalagmites, mas há também outro tipo de formações, algumas como nomes estranhos, como as bandeiras, as couves-flor, as pérolas, etc.) Tem também de saber como é a fauna subterrânea (não tanto a flora, por não haver possibilidade da fotossíntese longe das entradas). Os morcegos - a quem já alguém chamou pitorescamente os “anjos dos ratos” - são os donos dos espaços subterrâneos. O modo como emitem e recebem ultrasons mostra a capacidade extraordinária da evolução para dotar os seres vivos de mecanismos de adaptação ao ambiente. Tem ainda de saber qualquer coisa de arqueologia, pois pode dar-se o caso de encontrar numa cavidades vestígios arqueológicos (várias grutas apresentam fantásticas pinturas: são bem conhecidos os casos de Lascaux e Altamira, que estão hoje fechados ao público e substituídos por réplicas à escala verdadeira; mas entre nós há também grutas com paredes pintadas, como a de Escoural, em Montemor-o-Novo). E é bom ter umas noções de climatologia, para conhecer melhor os microclimas subterrâneos, que são em geral muito estáveis. E de outras disciplinas: a espeleologia é multidisciplinar.

Hoje a minha ligação com a espeleologia limita-se à qualidade de sócio da Sociedade Portuguesa de Espeleologia, sediada em Lisboa e a mais antiga colectividade portuguesa que realiza exploração subterrânea. Essa Sociedade continua a organizar expedições e encontros de exploradores subterrâneos. Os espeleólogos portugueses, ontem como hoje, aqui ou lá fora, continuam a fazer descobertas, isto é, a fazer luz no escuro!

domingo, setembro 16, 2007

Geociências e acesso ao Ensino Superior em 2007


Numa rápida apreciação das candidaturas ao Ensino Superior na área das Geociências em 2007, até por comparação com o caso do ano passado, que aqui também estudámos, pudemos constatar o seguinte:

1. Há hoje apenas três (3) cursos de Licenciatura em Geologia (nas Universidades de Lisboa, Coimbra e Porto). Tiveram, pela mesma ordem, direito a 100, 30 e 20 vagas em 2007. Destas, ao contrário do ano passado, não sobrou nenhuma vaga. A média de acesso ficou-se pelos 12,85 (UP), 11,9 (UC) e 11,0 (UL). As coisas neste aspecto correram muito melhor que no ano passado - não sobraram vagas, as médias, globalmente, subiram e o número de vagas e de caloiros, globalmente, também aumentaram.

2. Nas áreas próximas (Engenharia Geológica, de Minas e afins) havia oito (8) cursos, portanto menos um do que no ano passado, com 137 vagas (menos de que o ano passado, que teve 178 vagas). Entraram 99 (o ano passado foram 42 candidatos a entrar na 1ª fase) e estão disponíveis para 2ª fase 39 vagas, tendo surgido, nesta fase e por causa de desempates, mais uma vaga extra... A média variou entre 13,2 (Eng.ª de Minas e Geoambiente na Universidade do Porto) e 10,9 do curso de Meteorologia, Oceanografia e Geofísica na Universidade de Aveiro. De salientar, pela negativa, o desaparecimento da Engenharia de Minas e Geológica na Universidade de Coimbra, que, pela história e tradição dos cursos (que, por falta de candidatos, se tinham fundido) mereciam não desaparecer...

3. Na área das Licenciaturas em Ensino de Biologia e Geologia (que, para biólogos e geólogos, não são carne nem são peixe...) havia o ano passado quatro (4) cursos (Aveiro, Minho, Porto e UTAD) com 100 vagas. Este ano o curso do Porto desapareceu, havendo nos restantes 80 vagas para os 3 cursos. Entraram 73, ficando a sobrar, para a 2ª fase, 7 vagas. A média variou entre 13,6 (UM) e 11,19 (UTAD).

4. Gostaríamos de ouvir opiniões antes de tirar mais conclusões, que esta estória deve ter uma moral final e servir de ensinamento para o futuro.

Para acederem a dois documentos MS Excel, com todos os dados do acesso deste ano e estudo do caso particular das Geociências , clicar nos seguintes links:

Acesso Ensino Superior 2007 - Primeira Fase

Acesso Ensino Superior 2007 - Geologia


ADENDA: O ficheiro acima indicado (Acesso Ensino Superior 2007 - Geologia) será alterado para incluir o curso referido nos comentários a este post, que agradecemos desde já. Será ainda publicado no Blog novo post, com referência a estes comentários e actualizando as informações.

Vulcão dos Capelinhos - IV


Sugere-se a visita ao artigo, em português, da Wikipédia:

Podem ainda consultar, no mesmo local, outros artigos, tais como:
Para verem fotos do autor da capa do Vulcão dos Capelinhos na National Geographic, versão portuguesa, ir ao seguinte site:

Vulcão dos Capelinhos - III

Comemorações do 50º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos

No dia 27 de Setembro de 1957 iniciou-se uma erupção submarina ao largo do Farol dos Capelinhos, na Ilha do Faial. O Vulcão dos Capelinhos, para além de constituir um marco histórico da vulcanologia mundial, pelos estudos e ensinamentos que proporcionou, marcou decisivamente a história de uma Ilha e de uma Região.

Com o intuito de preparar dignamente as comemorações do 50.º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos, foi constituída uma Comissão de Honra, presidida pelo Presidente do Governo da Região Autónoma dos Açores e uma Comissão Executiva, coordenada pela Direcção Regional do Ambiente.

A Comissão Executiva reúne e integra diversos organismos do Governo Regional dos Açores, das forças vivas da Ilha do Faial e do mundo da ciência. Como resultado, preparou-se um extenso e aliciante programa de actividades específico para estas comemorações.
Entre outras actividades, preparam-se diversos livros, programa de televisão, peças de teatro, concertos musicais, palestras.

As comemorações decorrerão entre 27 de Setembro de 2007 (50 anos após o início da erupção) e 24 de Outubro de 2008 (50 anos após o adormecimento do vulcão), com grande visibilidade não só ao nível da Região, como a nível Nacional e Internacional.



in
página do Governo Regional dos Açores - ver notícia

Açores nasceram há cerca de 20 milhões de anos

A data do surgimento das primeiras ilhas dos Açores é ainda uma questão em aberto e a génese daquele arquipélago é complexa. A datação das formações vulcânicas seria um excelente contributo para o avanço da previsão vulcanológica bem como para o conhecimento das potencialidades geoeléctricas das diversas ilhas - eis algumas das conclusões do vulcanólogo Victor Hugo Forjaz apresentadas na ultima reunião da Classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa, tema que mereceu pedidos de esclarecimentos da maioria dos académicos presentes. Apresentando os últimos resultados conhecidos sobre a geocronologia açoriana (idades de um pouco mais de 400 amostras) bem como uma cartografia de falhas geológicas estruturada em moderna cartografia insular, aquele especialista da Universidade dos Açores considerou que as partes mais antigas e os sectores mais recentes de cada ilha são os de menores capacidades geotérmicas. Victor Hugo Forjaz foi o iniciador do programa geotérmico dos Açores e durante 15 anos liderou aquele original programa de produção de electricidade aproveitando o calor dos vulcões. A comunicação à Academia das Ciências de Lisboa é o culminar de estudos altamente especializados de vulcanologia aplicada.


Segundo o vulcanólogo da Universidade dos Açores, em Santa Maria não existe calor endógeno economicamente rentável e as formações geológicas mais antigas e expostas devem ter cerca de 11 milhões de anos de idade. A ilha mais jovem é o Pico e a gigantesca montanha constituiu-se em apenas 250 mil anos, segundo teses de doutoramento de assistentes daquele especialista. Apenas existem 3 pequenos locais geotermicamente viáveis no Pico. Embora a exploração geotérmica da ilha de S. Miguel seja estrategicamente útil mas economicamente problemática (devido a 2 poços recentes secos) Victor Forjaz discorda da concentração de extracções de calor terrestre no mesmo vulcão. Para ele trata-se de uma opção perigosa sendo erro ainda maior sair da dependência do petróleo árabe e optar-se por maquinas geradoras de origem israelita, ignorando-se a competitividade europeia e japonesa

10-04-2007, Infopress do OVGA

Vulcão dos Capelinhos - II

Faltam 11 dias...!

Hoje sugerimos a consulta ao Blog açoriano GEOCRUSOE, de um companheiro da blogosfera que o meu marido lê regularmente e que relata as "impressões de um geólogo isolado numa ilha vulcânica, bela e cosmopolita"...

http://geocrusoe.blogspot.com/

Simpósio Iberoamericano sobre Património Geológico, Arqueológico e Mineiro em Regiões Cársicas


Já sairam os resumos das comunicações do Simpósio. Ver em:

http://carso.ineti.pt/indicederesumos.htm

Curso LPN - Iniciação à Espeleologia (Nível II )

Iniciação à Espeleologia
(Nível II da Federação Portuguesa de Espeleologia - FPE)


14 - 15 Outubro, 21 - 22 Outubro, 28 Outubro-1 Novembro


O curso habilita a participar em trabalhos espeleológicos, integrado numa equipa.

Tem a duração de 7 dias, incluindo aulas teóricas, treinos técnicos e visita a quatro grutas.

Datas e locais:
1ª sessão: 14-15 Outubro (sábado-domingo) - Lisboa
2ª sessão: 21-22 Outubro (sábado-domingo) - Parque Natural da Arrábida
3ª sessão: 28-29 Outubro (sábado-domingo) - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros
4ª sessão: 1 Novembro (feriado) - Lisboa

Inscrição: 200 euros (190 euros para quem frequentou o curso nível I e associados LPN)
Direito ao uso do equipamento de segurança, seguro, manual, alojamento nas saídas e certificado. Prazos de inscrição: normal, até 26 Setembro; tardia, até 4 Outubro. Para mais informações consulte:
http://www.fpe-espeleo.org/comissoes/ENSINO/nivel2.htm

Inscrições: Junto do Secretariado da LPN (2ª a 6ªfeira das 10:00 às 18:00) ou junto do CEAE-LPN (3ª feiras das 22:00 às 23:30).
Morada: Estr. Calhariz de benfica, 187, 1500-124 LISBOA.
Telef: 217780097 Fax: 217783208.
E-mail: ceae@lpn-espeleo.org


Observação: Não é necessária a frequência do Curso de Nível I...!

sábado, setembro 15, 2007

Dois Blogues de Astronomia para visitar

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:

Viajando pelas caixas de comentários deste Blog e pela Blogosfera portuguesa, descobri dois blogues muito interessantes que passo de seguida a descrever.


1. Nos Cromos do Cosnos

Este Blog é de ÁLVARO DAMIAÇAS, que se descreve assim:"Sou um palhaço deste circo que é a vida com uma fixação no que se passa lá em cima. Sendo que "lá em cima" não é uma referência à casa de Deus ou do vizinho." A brincar, na descrição deste Blog ele diz: "Queria dizer Nos Cornos do Cosmos mas enganei-me...". É um Blog de Astronomia e Humor, com bastante pimenta e não recomendada a pessoas sensíveis mas de que eu gostei bastante...

http://cromosdocosnos.blogspot.com/



2. Astronomia-Algarve

Do blogger Vieira Calado, este senhor diz gostar de Artes e Letras, de Ciência, particularmente Astronomia, Física, Química e Mineralogia - o que só demonstra o seu bom gosto... Tem outros Blogues que não referiremos aqui, mas o Astronomia-Algarve é particularmente interessante, pela mescla de assuntos que aborda e pela ligação entre curiosidades, aspectos científicos e mitologia que posta.

http://astronomia-algarve.blogspot.com/

Fossil Challenge – Fotos do Doutor Saraiva

Vamos agora publicar mais fotos do amigo Doutor António Saraiva, da actividade de 04.09.2007 da Geologia no Verão 2007 da Ciência Viva intitulada Fossil Challenge – I Safari fotográfico da rota dos fósseis perdidos, organizado pelo Professor Doutor Pedro Callapez e por nós aqui abordada anteriormente.







Os nossos agradecimentos ao Doutor Saraiva...

sexta-feira, setembro 14, 2007

Mina da Guimarota - notícias em jornal de Leiria

Saiu hoje, dia 14.09.2007, no Região de Leiria, com direito a realce de primeira página e ainda a duas páginas inteiras de texto e fotos, as esperadas notícias sobre a Mina da Guimarota. Desde já convem dar os parabéns ao autor do texto (o jornalista João Carreira) e fotos (Joaquim Dâmaso). Tem ainda as respostas dadas pelo Vereador da Cultura de Leiria, pelo Professor Doutor Fernando Figueiredo (DCT/FCTUC) e por mim às questões do jornalista...


Publicámos essas mesmas notícias, em diversos posts, no Blog GeoLeiria. Para os lerem é favor clicarem nos seguintes links:

2º Festival de Astronomia de Vila Nova de Paiva

Apresentação

Na sua segunda edição, este festival procura, de novo, ir ao encontro de todos os interessados em Astronomia. Contudo, segue uma linha própria que o separa da simples popularização científica – apresenta a ciência de forma acessível a todos usando oradores de excepção que em simultâneo estão na linha da frente da investigação científica. A ciência apresentada por quem a faz, de uma forma divertida e informal. O 2º Festival de Astronomia de Vila Nova de Paiva apresenta uma estrutura bem definida iniciando os trabalhos com uma palestra dedicada a uma área fronteira da Astronomia, como a exploração espacial (edição de 2006), a exo-biologia ou a história da Astronomia (edição de 2007) entre outras, um corpo forte de conferências especializadas dos dias seguintes e uma palestra pública de índole mais geral no sábado à noite. A edição deste ano conta com duas rubricas novas, alargando o leque de escolhas e a faixa etária do público alvo: duas oficinas dedicadas à construção e utilização de relógios de sol e duas sessões de observação solar e nocturna. Um programa de excelência para três dias bem passados!

Programa

Sexta-feira, dia 14

18h30

Recepção e entrega de documentação no Auditório Municipal Carlos Paredes

19h00

Visita às exposições no Auditório Municipal Carlos Paredes

20h00

Sessão de Abertura com a participação do Presidente do Município de Vila Nova de Paiva, Manuel Custódio, do Director do Festival de Astronomia de Fleurence (França), Bruno Monflier, e do Director do Festival, Pedro Almeida.


20:30 Palestra

Título: Um passeio pela história da Astronomia em Portugal

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Em 1984 é criado o primeiro curso universitário em Astronomia (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), até esta data a formação de base (licenciatura) em astronomia não existia em Portugal. Os astrónomos portugueses vinham em especial das licenciaturas de Engenharia Geográfica, Matemática e da Física, seguindo na formação pós-graduada astronomia. E recuando mais no tempo? Como foi o ensino da ciência astronómica evoluindo? Nesta palestra pretendemos dar a conhecer algumas datas e períodos relevantes da história da astronomia portuguesa, com especial enfoque no século XVIII, quando a Astronomia se eleva ao mais elevado estatuto entre as ciências com a criação do Real Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra.

fernando-figueiredo.jpg Orador: Fernando Figueiredo, FCTUC

Fernando Figueiredo é licenciado em Astronomia pela Universidade do Porto e Mestre em História e Filosofia da Ciência pela Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra. No âmbito do seu doutoramento desenvolve estudos em História da Astronomia, dedicando-se mais recentemente ao levantamento da matemática e astronomia feita no Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, nos séculos XVIII e XIX. Nos últimos anos foi a cara do projecto Livraria da Praça que se afirmou como uma força viva da cultura em Viseu. Não dispensa uma corridinha matinal de bicicleta e empenha-se em transmitir e debater novas ideias.

Sábado, dia 15

09:00 Oficina de Relógios de Sol (para crianças a partir dos sete anos, jovens e adultos)

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Sessão dinamizada por Pedro Gomes de Almeida

11:00 Palestra

Título: A Colisão de Galáxias e a construção do Universo

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Ao longo da história do Cosmos, a colisão de galáxias sempre desempenhou um papel importante na construção do Universo tal como o conhecemos hoje. As interacções entre galáxias, ao formar novas galáxias através da destruição de outras, dão origem a um dos fenómenos mais intensos que se conhecem no Universo - fenómeno esse à qual a nossa própria galáxia, a Via Láctea, não vai escapar!”

pbrochado.jpg Orador: Paula Brochado, CAUP

Paula Brochado é licenciada em Astronomia pela Universidade do Porto e dedica-se ao estudo de fusão de galáxias no âmbito do seu trabalho de doutoramento no Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. No pouco tempo livre que lhe sobra das actuações e ensaios do Coral de Letras da Universidade do Porto ainda gosta do debate de ideias com amigos de preferência ao sabor de um café ou chocolate com leite.


16:00 Palestra
Título: O Sol tranquilo
Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

“Não olhar directamente para o Sol!” Foi exactamente esse risco que revolucionou a forma como “olhamos” para o Sol. Outros olhos, outras formas de ver. As manchas solares, o interior de Sol, a sua rotação, as auroras boreais e o vento solar. Numa altura em que se atribui à actividade solar alguma da responsabilidade do aquecimento global, torna-se importante compreender o comportamento do ciclo solar. Nesta apresentação serão também apresentados resultados recentes sobre a modelação da Hélio-magnetoesfera. Uma viagem ao sabor do vento solar em que nem sempre o Sol é o que parece.

aibeo.jpgOrador: Alexandre Aibéo, ESTV-IPV, CAUP

Alexandre Aibéo é licenciado em Astronomia, Mestre em Fundamentos e Aplicações da Mecânica de Fluidos e doutorado em Astronomia pela Universidade do Porto. É docente na Escola Superior de Tecnologia de Viseu e desenvolve trabalhos na área da Magneto-Hidrodinâmica aplicada ao Vento Solar. Dedica-se nos tempos livres à promoção da cultura científica, faz bricolage e vai ao cinema sempre que pode.


17:30 Observação Solar

Local: Parque Arbutus do Demo

FISUA


20:30 Palestra Pública
Título: Asterosismologia: as estrelas vistas por dentro.
Local: Auditório do Parque Arbutus do Demo

Asterosismologia ou astrosismologia, é a área da astronomia que estuda a estrutura interna de estrelas através da interpretação das diferentes formas de como os abalos internos que as estrelas sofrem se repercutem no seu interior. Estes abalos são oscilações que penetram em diferentes profundidades dentro da estrela. Assim, olhando para a forma como essas oscilações se propagam é possível caracterizar o interior da estrela, é possível “ver” o interior da estrela. Nesta sessão vai ser explicado em detalhe como fazer isso e as importantes consequências que este conhecimento trouxe acerca da estrutura das estrelas.

mariomonteiro.jpgOrador: Mário João Monteiro, FCUP, CAUP

Mário J. P. F. G. Monteiro licenciou-se em Astronomia pela Universidade do Porto, é mestre e doutor em Astrofísica pelo Queen Mary & Westfield College da Universidade de Londres. É actualmente Professor Associado no Departamento de Matemática Aplicada, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Os seus interesses em termos de investigação vão para o estudo da estrutura interna e evolução de estrelas do tipo solar usando sismologia estelar. Foi entre 2001 e 2003 o presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia e é desde 2006 o director do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. Tem um apurado sentido de humor e não dispensa umas saídas à noite com os amigos.


22:00 Observação Nocturna
Observação nocturna com palestra ao ar livre e passeio pelo céu.

Local: Parque Arbutus do Demo

FISUA

Domingo, dia 16

09:00 Oficina de Relógios de Sol (para crianças a partir dos sete anos, jovens e adultos)

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Sessão dinamizada por Pedro Gomes de Almeida

11:00 Palestra

Título: Supercordas: os instrumentos fundamentais da natureza?

Local: Auditório Municipal Carlos Paredes

Toda matéria que conhecemos é constituída por átomos, que, por sua vez são constituídos por electrões, protões e neutrões. Os dois últimos são ainda constituídos por quarks. Serão os quarks e os electrões os constituintes fundamentais da matéria? Uma parte da comunidade de físicos acredita que não. Que existe uma entidade que é o constituinte mais fundamental de toda a matéria - as super-cordas. Nesta palestra abordaremos alguns conceitos e aspectos históricos da teoria de supercordas, cuja história começa na década de 1960 e se apresenta hoje como o mais desenvolvido formalismo para descrever a unificação das forcas da natureza.

photo.jpg Orador: Carlos Herdeiro, FCUP, CFP

Carlos Herdeiro é licenciado em Astronomia pela Universidade do Porto e Doutor em Física-Matemática por Cambridge. Fez o seu post-doutoramento em Stanford nos EUA. Voltou para prosseguir o seu trabalho científico em Portugal e é neste momento Professor Auxiliar Convidado no departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e investigador no Centro de Física do Porto nas áreas de Gravitação/Cosmologia Clássica e Quântica e Física de Altas Energias. Recebeu, em 2004, um Prémio Gulbenkian de Estímulo à Investigação Científica. É Presidente da Delegação Norte da Sociedade Portuguesa de Física. Considera-se Sportinguista, toca guitarra e é um exímio jogador de matraquilhos. Já tem uma entrada na Wikipédia.


Festival
> Programa > Inscrições

Vila Nova de Paiva


> Como chegar > Onde ficar > Onde comer


Fontes: http://www.astropaiva.pt.to/ e http://www.arbutusdodemo.eu/primeira.htm

Observação Remota da PT-HOU

E-mail da colega Maria Luísa Almeida, do grupo português da EU-HOU - a PT-HOU:



Caros professores,

Espero que as férias tenham sido reconfortantes e que o início do ano lectivo decorra da melhor forma.

Gostaria de informar que amanhã haverá uma sessão de observação remota às 11.00 horas da manhã na Ponta do Sal, S. Pedro do Estoril (Junto à Marginal). O telescópio que utilizaremos é o Ironwood do Havai.

Para todos os que puderem aparecer, será uma óptima oportunidade de participar ao vivo na aquisição de imagens astronómicas via internet. Poderemos ainda fazer o tratamento das imagens com o SalsaJ.


Um abraço,
Maria Luísa Almeida


PS- O tempo no Havai está instável, o que infelizmente não nos permite nesta altura garantir que o observatório vá estar aberto. Eu enviarei um email amanhã de manhã, bem cedo, informando o estado do tempo e se vai ou não haver observação.

PT-HOU - http://www.pt.euhou.net/
NUCLIO-Núcleo Interactivo de Astronomia
http://www.nuclio.pt/

quinta-feira, setembro 13, 2007

Associação Portuguesa de Jovens Investigadores de Geociências

Da mailing-list da GEOPOR recebemos o seguinte e-mail:


Caros colegas:

Tendo-se observado no passado a organização de diversos eventos para os mais jovens geólogos, constatámos a necessidade, afim de melhor nos organizarmos, de constituir uma Associação Portuguesa de Jovens Investigadores de Geociências.

Esta associação terá como principal objectivo promover, dinamizar e desenvolver o contacto entre jovens investigadores não apenas de geologia, mas das diversas áreas das Geociências, bem como estimular o reconhecimento do notável trabalho realizado pelos jovens geocientistas.

Vimos desta forma convidar-vos a participar na reunião onde serão discutidos os assuntos necessários para a constituição formal desta associação, que se realizará no dia 21 de Setembro, às 14.00 horas, na sala 1.2.02.N da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (edifício C1, piso 2, sala 02.N, perto da Associação de Estudantes).

Nesta reunião, será discutida a seguinte ordem de trabalhos:

1. Constituição dos objectivos da Associação;
2. Constituição dos estatutos da Associação;
3. Constituição dos órgãos da Associação;
4. Planificação das actividades a desenvolver pela Associação;
5. Outros assuntos.

De igual forma, são convidados a associarem-se a esta iniciativa como membros fundadores.

Devido à importância desta iniciativa, solicita-se a máxima participação e divulgação desta reunião, para que juntos consigamos criar um movimento dinamizador no âmbito das Geociências.

Sem outro assunto de momento

Lisboa, 13 de Setembro de 2007



A Comissão Instaladora da Associação Nacional de Jovens Investigadores de Geociências

Contacto provisório: pmfigueiredo@fc.ul.pt