sábado, maio 31, 2008

Notícia do Público sobre um grupo de pterossauros

Voavam mas preferiam o chão
30.05.2008, Teresa Firmino

Entre os pterossauros, estavam as maiores criaturas que já cruzaram os céus. Desde os anos 70 que os cientistas estão intrigados quanto ao modo de vida destes monstros. Como caçavam as presas? Em voo picado sobre mares e lagos?

Eram répteis voadores do tempo dos dinossauros e, tal como eles, extinguíram-se há 65 milhões de anos. Dominavam os céus e alguns chegavam a ter dez metros bem medidos de uma ponta à outra das asas, como uma avioneta. Supunha-se que praticamente todos os pterossauros eram criaturas de hábitos aquáticos, como as gaivotas ou pelicanos de agora: voariam sobre os lagos e oceanos à procura de comida e, mal avistassem a potencial refeição, zás, apanhavam-na da água em pleno voo e seguíam com ela no bico. Pois supunha-se erradamente. Havia um grupo de pterossauros gigantes - alguns dos seus representantes eram mesmo os maiores animais que alguma vez voaram na Terra - que estava muito bem adaptado à vida em terra firme. Eram (e agora não se assuste com o nome aportuguesado) os azhdarquídeos.
Se quisermos perceber como era o modo de vida destas avionetas pré-históricas, não devemos imaginá-las como as gaivotas ou pelicanos modernos, mas um pouco como as cegonhas. Caçavam as presas em terra firme, baixando o bico para as apanhar, e estavam bem apetrechados para essa vida terrestre, revela uma equipa de cientistas britânicos na última edição da revista PLoS ONE, de acesso livre na Internet.

Nove espécies
Mark Witton e Darren Naish, da Universidade de Portsmouth, estudaram o esqueleto de fósseis de azhdarquídeos na Grã-Bretanha e na Alemanha, viram pegadas deles na Coreia do Sul e ainda leram um sem-fim de artigos científicos com as descrições de fósseis espalhados por todo o mundo. Este grupo específico de pterossauros, sem dentes, encontrava-se distribuído por toda a Terra, durante o período do Cretáceo, entre há 140 e 65 milhões de anos. "O nosso magro orçamento para investigação não nos permite viajar de avião à volta do mundo...", diz-nos Mark Witton por e-mail.
Neste momento, conhecem-se nove espécies de azhdarquídeos, umas muito grandes, outras nem tanto. O Hatzegopteryx era a maior, com os seus exemplares a atingirem três metros de altura até ao ombro, um bico de dois metros e uma envergadura de asas de 10 a 12 metros. Na imagem, podemos ver bem a diferença de tamanho em relação a um humano, como mostra a fotografia de Mark Witton ao lado da criatura monstruosa. Ela rivalizava mesmo com qualquer girafa em termos de altura. Outro distinto representante dos azhdarquídeos, o Quetzalcoatlus, não ficava muito atrás, com cerca de dez metros de envergadura de asas.
Voavam, tal como os outros pterossauros, só que também se sentiam bastante confortáveis cá em baixo. A sua anatomia bastante bizarra não ajudava muito os paleontólogos a perceber qual era a forma de vida destes pterossauros. Tinham pescoços muito compridos e rígidos, crânios enormes e patas longas. Apesar de serem autênticas avionetas pré-históricas, as asas eram proporcionalmente curtas.
"Como ninguém olhava realmente para a sua ecologia com atenção, os paleontólogos tinham dificuldade em perceber como é que os azhdarquídeos se alimentavam. Também não ajudava o facto de não haver nenhum animal que realmente se pareça com eles, por isso não há nada que permita fazer comparações directas", conta Mark Witton. Actualmente, os seus análogos mais próximos são, por exemplo, as referidas cegonhas.
"Os azhdarquídeos tornaram-se razoavelmente conhecidos nos anos 70, mas a forma como viviam tem sido alvo de muito debate. Originalmente, foram descritos como necrófagos, como os abutres, depois disse-se que escarafunchavam a lama, enfiando os longos bicos no chão à procura de presas. Mais tarde, sugeriu-se que ganhavam a vida a voar sobre a superfície da água, de onde apanhavam peixe", explica Darren Naish, num comunicado da revista científica.
"Foram ainda sugeridos outros estilos de vida, mas todos pareciam tão radicalmente diferentes que eu e o Mark nos sentámos a examinar cuidadosamente as provas e concluímos que os azhdarquídeos eram caçadores terrestres especializados. Todos os pormenores da sua anatomia e o ambiente em que os fósseis foram encontrados mostram que ganhavam a vida a andar a pé, baixando-se para apanhar animais e outras presas", acrescenta Naish.
Uma prova a favor do estilo de vida terrestre está precisamente nas camadas geológicas onde foram descobertos os fósseis: embora alguns estivessem em sedimentos costeiros e marinhos, a maioria foi recuperada de ambientes terrestres, o que sugere que era aí que passavam grande parte do tempo.
Pés relativamente pequenos - mas almofadados, apropriados à caminhada - é outra prova desse estilo de vida. "Os pés pequenos dos azhdarquídeos não eram bons para chapinhar nas margens dos lagos ou para nadar, em caso de aterrarem na água. Mas eram excelentes para se pavonearem a pé", afirma Naish. "Comeriam pequenos animais e até fruta. Como tinham um crânio com mais de dois metros de comprimento, eram capazes de comer dinossauros do tamanho de uma raposa."
Todos os azhdarquídeos, sem excepção, gostavam de andar a pé. "As nossas observações foram feitas principalmente em animais pequenos. Só se conhecem alguns ossos dos azhdarquídeos maiores. Porém, esses ossos são muito, muito semelhantes aos das espécies mais pequenas, por isso pensamos que também eram parecidos noutros aspectos", explica-nos Mark Witton.

250 quilos no ar
A equipa estudou ainda os movimentos possíveis dos seus pescoços pouco flexíveis. "No passado, este pescoço estranhamente rígido era um problema na procura de outras ideias para o estilo de vida dos azhdarquídeos. Mas encaixa perfeitamente no nosso modelo, porque tudo quanto precisam de fazer era levantar e baixar o bico do chão", sublinha Naish.
Quanto pesariam os maiores pterossauros, aqueles que tinham as asas de uma avioneta e a altura de uma girafa? "O tamanho dos maiores azhdarquídeos é controverso, com alguns peritos em pterossauros a dizerem que pesavam apenas 50 quilos. No entanto, a minha investigação indica que estas estimativas são muito, muito baixas. Provavelmente pesavam cerca de 250 quilos", responde Witton.
E todos voavam, mesmo os maiores? "Yup, voavam. Até o maior, com 250 quilos e mais de dez metros de envergadura de asas, tinha características apropriadas no esqueleto que sugerem que podia voar. Os modelos aerodinâmicos confirmam-no. Por isso, estamos bastante confiantes de que poderiam voar com facilidade."
Os pterossauros, em geral, coexistiram no tempo com os dinossauros. Surgiram no planeta há cerca de 225 milhões de anos e desapareceram quando a colisão de um meteorito com a Terra extinguiu muitas formas de vida. Foram os primeiros vertebrados a voar e, naqueles milhões de anos todos, mantiveram-se como os principais predadores dos ares. Nunca mais houve criaturas tão grandes nos céus. De forma simples, a diferença entre pterossauros e dinossauros, ambos répteis, é que uns voavam, outros não. "Os pterossauros são parentes próximos dos dinossauros, mas não são dinossauros. Um dinossauro que voa é uma ave", esclarece Witton, para que se acabe de vez com as confusões.


in Público - edição impressa (link não disponível)

Notícia sobre o Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa

Plano tem três fases, a primeira é de socorro
Plano de Emergência de Risco Sísmico da área de Lisboa envolve 65 entidades públicas e privadas
30.05.2008 - 14h51 Lusa

O Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes envolve mais de 65 entidades privadas e estatais, entre empresas e forças de segurança, bases aéreas além da sociedade civil.

Este Plano de Emergência engloba empresas de fornecimento de serviços como electricidade, água, comunicações, transportes para além das forças e serviços de segurança e inclui as forças armadas.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) divide em três fases o plano de emergência, sendo a primeira a de socorro, com principal enfoque no salvamento de vidas humanas, seguida pela fase sustentada, que visa iniciar medidas de recuperação e reabilitação, e por último a fase de recuperação com o objectivo do restabelecimento e normalização das diferentes áreas.

Em caso de catástrofe e durante as primeiras horas a ANPC considera que as populações terão um papel preponderante, "enquanto socorristas de si mesmas", e a colaboração "solidária e espontânea manifestada pelas comunidades em grupos de voluntários".

As entidades foram contactadas para a elaboração deste documento, que está em permanente actualização.

A EPAL recebeu "uma carta a convocar para uma reunião" e o Metropolitano de Lisboa vai integrar "como observador" o exercício programado para hoje, disseram à Lusa fontes das empresas.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) está hoje a testar cenários, ocorrências, estruturas de comando e controlo num simulacro de sismo ocorrido em Benavente que originou desabamentos, mortos, feridos, explosões e "muitos problemas".

O primeiro exercício de três, este denominado Prociv III/2008, visa testar a operacionalidade do Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS AML CL), e teve início na tarde de quinta-feira, simulando um sismo, de magnitude 6.3 na escala de Richter.

O cenário fictício criado tem por base o sismo de 1909, que ocorreu em Benavente, com "avultados danos materiais e humanos" e abrange mais de cinco mil edifícios, dos quais três centenas e meia colapsados, 348 mortos, quase 4 mil pessoas desalojadas e mais de 11 mil feridos, disse a comandante operacional, Patrícia Gaspar.

A ANPC irá realizar mais dois exercícios designados por Livex, um a nível nacional em Novembro deste ano já com forças operacionais no terreno, e o último em Maio de 2009 onde irá testar a articulação de Portugal com outros países no âmbito da ajuda internacional.

A composição e a articulação das forças no terreno passam por Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS), de Busca e Salvamento (EBS), Triagem (ETR), Assistência Pré-Hospitalar (EAPH), Evacuação, entre outras envolvendo a mobilidade através de helicópteros, motos e veículos de todo-o-terreno.

As forças e serviços de segurança, [GNR, PSP] têm a responsabilidade de cumprir missões relacionadas com segurança, escolta, apoio, manutenção de ordem pública, entre outras funções atribuídas a estas entidades.

No caso das Forças Armadas está prevista a intervenção de apoio à evacuação, a disponibilização de meios navais, terrestres e aéreos de acordo com as solicitações do comando das.

As bases aéreas de Beja, Tancos e Monte Real terão a função de Zonas de Recepção de Reforços (ZRR), para receberem os meios internacionais de ajuda de emergência, conforme o Anexo I do PEERS AML CL.

O Plano "nunca está fechado" nem é o definitivo, explicou o gabinete de comunicação da ANPC à Lusa.


in Público -ler notícia

sexta-feira, maio 30, 2008

Joana de Arc - OMD

Sismo - Islândia

Epicentro foi localizado a 50 quilómetros da capital
Islândia: pelo menos 28 feridos e danos ligeiros após sismo de magnitude 6,2
30.05.2008 - 09h11 Agências

Um sismo de magnitude 6,2 na escala de Richter abalou o sul da Islândia, informaram hoje os serviços geológicos norte-americanos.

O abalo danificou estradas e edifícios da ilha, causou ferimentos ligeiros a 28 pessoas e provocou o derrube de vivendas na pequena localidade de Selfoss, sudeste de Reiquejavique, informou o canal de televisão RUV.

O epicentro do sismo foi localizado precisamente em Selfoss, a cerca de 50 quilómetros da capital, a uma profundidade de dez quilómetros, de acordo com os serviços norte-americanos. O terramoto, ocorrido ontem à tarde, também se fez sentir na capital e em diversos pontos do país. Habitantes na capital sentiram os prédios a oscilar com o sismo e a estrada entre Reiquejavique e Selfoss foi encerrada devido aos danos causados pelo terramoto

A ilha vulcânica da Islândia, com uma população de 300 mil habitantes, localiza-se na dorsal mesoatlântica, uma zona de grande actividade sísmica.

Turismo e Sustentabilidade - Campus da Caparica



Programa

PROGRAMA - 31 de Maio (Sábado)

09h00m | Boas Vindas

Coordenador do DEA Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Presidente do DCEA-FCT-UNL
-

09.30-10.00 | Plano Estratégico Nacional para o Turismo

Dra. Carla Simões

(Instituto do Turismo de Portugal /Minist. da Economia e da Inovação)

10.00-10.30 | Agenda para a Sustentabilidade e Competitividade do Turismo

O que é? Para que serve? Como se aplica?

Dra. Apolónia Rodrigues

(TSG -Tourism Sustainability Group e Turismo de Évora)

10.30-11.00 | Intervalo

11.00-11.30 | Rede Europeia do Turismo de Aldeia (Genuinland)

Dra. Apolónia Rodrigues

(TSG -Tourism Sustainability Group e Turismo de Évora)

11.30-12.00 | O Turismo nas Agendas 21 Locais do Norte Alentejo

Prof. Doutor João Farinha

(CIVITAS- Centro de Cidades e Vilas Sustentáveis e DCEA-FCT-UNL)

12.00-12.30 | Avaliação Ambiental Estratégica para a Integração da

Sustentabilidade no Turismo

Prof. Doutor Tomás Ramos

(CENSE e DCEA-FCT-UNL)

12.30-13.00 | Estruturas Ecológicas Promotoras de um Turismo Sustentável

Prof. Doutor João Reis Machado e Dr. José Carlos Ferreira

(DCEA-FCT-UNL)

13h00m | Encerramento

Direcção da FCT



Para participar deverá realizar a inscrição por telefone ou por e-mail:
Secretaria de Mestrados - Dep. de Ciências e Engenharia do Ambiente
Telefone: 212 948 399
E-mail: fmnf@fct.unl.pt

Entrada Livre

XVIII Feira dos Minerais, Pedras Preciosas e Fósseis da Universidade do Porto


A Feira 2008 irá decorrer, no Edifício da Reitoria da Universidade do Porto, nos dias:

  • 30 de Maio,6ª-feira, das 15.00 às 20.00 horas;
  • 31 de Maio, sábado, das 10.00 às 20.00 horas;
  • 1 de Junho, domingo, das 10.00 às 20.00 horas.

Ver em pdf

Ver notícia

quarta-feira, maio 28, 2008

Palestra sobre Marte em Lisboa

Observatório Astronómico de Lisboa
Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa


O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) promove Palestras públicas mensais que têm lugar no Edifício Central, pelas 21.30 horas da última sexta-feira de cada mês.

A próxima sessão decorrerá no dia 30 de Maio e terá como tema:
"Marte: Vivo ou Morto?"
Doutor José SaraivaIST/CERENA


Com a chegada da sonda americana Phoenix (Fénix) à superfície de Marte,dá-se um novo passo na exploração do planeta vermelho. É a primeira vezque se estuda directamente uma região de alta latitude em Marte, e é deesperar que se possa analisar não apenas o solo dessa região, mas tambémo gelo que ele contém, e deslindar um pouco mais da história deste mundo, ainda repleta de mistérios. Nesta palestra serão abordadas questões como:

  • a água em Marte, incluindo os dados e evidências sobre a suapresença que foram sendo acumulados ao longo dos anos e dasmissões espaciais;
  • a possibilidade de vida em Marte, lembrando a história destavelha polémica;
  • a história geológica do planeta, as suas semelhanças ediferenças com a Terra;
  • os projectos para a continuação da exploração de Marte, e o papel de Portugal nesse programa.


VIDEODIFUSÃO DA PALESTRA PÚBLICA
É com enorme prazer que podemos anunciar que o OAL retoma a transmissãodas suas Palestras Mensais através da Internet. No dia 30 de Maio a partir das 21h30 visite o seguinte endereço: http://live.fccn.pt/oal/

A entrada na Tapada da Ajuda faz-se pelo portão da Calçada da Tapada, em frente ao Instituto Superior de Agronomia. No final de cada palestra, e caso o estado do tempo o permita, fazem-se observações dos corpos celestes com telescópio. Convida-se o público a trazer os seus binóculos ou mesmo pequenos telescópios caso queiram realizar as suas próprias observações ou serajudados com o seu funcionamento.

Para mais informações use o telefone 213 616 730, ou consulte:
http://www.oal.ul.pt/palestras

Bolsas LNEC

Também recebido para divulgação, via mailing-list da GEOPOR:

O LNEC tem em aberto entre os dias 21 de Maio e 4 de Junho de 2008 concurso para a para atribuição de: Bolsa de Investigação no âmbito do Projecto PTDC/AMB/67450/2006, designado por Guiomar - Interface Geo(gráfica) para Modelação Costeira e Marinha.

http://www.lnec.pt/recrutamento/anuncio_bolseiro_GUIOMAR.pdf


Bolsa de Investigação no âmbito do Projecto PTDC/ECM/73145/2006, designado por MOIA - Modelo operacional de apoio à gestão portuária.

http://www.lnec.pt/recrutamento/anuncio_bolseiro_MOIA.pdf


Para além disso também tem em aberto bolsas de investigação e experimentação noutras áreas. Para tal basta consultarem:

http://www.lnec.pt/recrutamento/bolsas

terça-feira, maio 27, 2008

Palestra amanhã em Lisboa

Recebido via mailing-list da GEOPOR:

Caros colegas e amigos:

Realiza-se no próximo dia 28 de Maio de 2008, pelas 15.00 horas, na magnífica Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa, a última sessão do ciclo de conferências organizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia para ampliar a percepção pública do interesse ímpar do Programa Integrado de Sondagens Oceânicas, no qual Portugal figura como membro fundador do ramo europeu, o ECORD (European Consortium for Oceanic Reseach Drilling). Transcrevo abaixo o comunicado distribuído pelo Presidente da FCT, prof. João Sentieiro, a este respeito.

A sessão é um verdadeiro Seminário, com três intervenções, por especialistas noutras tantas áreas que se desenvolveram na dependência da realização de sondagens no fundo do mar - a Terra debaixo do mar!


Eu próprio serei um dos oradores e tentarei mostrar como o estudo da crosta submarina oferece oportunidades ímpares para avanços essenciais no nosso conhecimento acerca da dinâmica da Terra, que exigem contribuições de um leque muito variado de especialidades científicas, da Mineralogia e Geoquímica à Tectónica e Geofísica e também da Biologia, todas com ampla participação de físicos, químicos e bioquímicos, e um mundo de disciplinas de engenharia.

A doutora Fátima Abrantes apresentará as provas das mudanças climáticas registadas nos sedimentos que se acumularam ao longo do tempo, um tema da maior importância para todos nós.

A convidada principal, a doutora Judith MacKenzie, apresentará, com a paixão contagiante que caracteriza todas as suas palestras, um dos temas de maior interesse e actualidade das ciências: a biosfera profunda, que, nos últimos anos anos, mudou radicalmente a nossa percepção da verdadeira dimensão da ocupação da Terra por seres vivos. A não perder!

Esta sessão é uma oportunidade única para, de forma realmente simples e aliciante, termos um panorama acerca do que vai chegando da última fronteira terrestre, o fundo do mar.

Convido-vos a todos para uma sessão que se afigura verdadeiramente imperdível. Agradeço divulgação activa.


28 de Maio, quarta-feira, pelas 15 horas,
Na Academia das Ciências de Lisboa
Rua da Academia das Ciências, 19 (a S. Bento)
Entrada livre
http://e-geo.ineti.pt/ecord/eventos/terra_debaixo_mar/default.htm


Com os melhores cumprimentos,


Fernando J.A.S. Barriga
Delegado de Portugal ao Council do ECORD


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Convite do Prof. João Sentieiro:

Com o propósito de dar a conhecer publicamente o European Consortium for Oceanic Research Drilling/Integrated Ocean Drilling Program (ECORD/IODP), a Fundação para a Ciência e Tecnologia está a promover um ciclo de conferências, como forma de aliciar mais cientistas portugueses para a investigação dos fundos oceânicos, que tanto tem contribuído para o nosso conhecimento acerca do funcionamento do planeta, seus recursos e ainda para uma melhor compreensão do sistema climático da Terra e sua sensibilidade a possíveis influências antropogénicas, e portanto, para o desenvolvimento sustentável. Este tema é de importância capital não só para geólogos e geofísicos mas também para biólogos e quantos se dedicam às ciências do ambiente, recursos naturais e tecnologias envolvidas, incluindo engenharia. Do ponto de vista cultural, o conhecimento do interior da Terra e da informação que os sedimentos dos fundos oceânicos têm vindo a registar ao longo dos tempos é fundamental para a compreensão do planeta, pelo que o interesse é de facto global, extravasando as próprias ciências exactas e naturais.

Trata-se de um ciclo de quatro sessões, aproximadamente mensais, sendo duas em Lisboa, uma em Aveiro e outra em Faro. A primeira teve lugar em 8 de Fevereiro e a última terá lugar no próximo dia 28 de Maio. O programa detalhado encontra-se em anexo. A sessão de encerramento, de 28 de Maio, terá lugar na Academia das Ciências de Lisboa, e terá como orador principal a conhecida especialista de renome mundial Professora Judith McKenzie. A conferência a proferir por esta investigadora intitula-se "Exploring the Deep Biosphere beneath the seafloor with the scientific ocean drilling". Intervirão também a Doutora Fátima Abrantes e o Professor Fernando Barriga, que nos darão conhecimento das suas actividades no âmbito do programa IODP.

Por conseguinte, solicita-se a mais ampla divulgação deste evento na vossa instituição.
http://e-geo.ineti.pt/ecord/


Com os melhores cumprimentos.


O Presidente,
João Sentieiro



Nota: Portugal é membro do programa internacional Integrated Ocean Drilling Program (IODP - http://www.iodp.org/). O IODP tem por objectivo explorar a história e estrutura da Terra representada nos sedimentos e rochas do fundo dos mares. O programa iniciou-se oficialmente em 2003 e resultou da colaboração internacional de cientistas e Instituições de investigação, tendo por base os sucessos obtidos anteriormente pelos programas Deep Sea Drilling Project (DSDP) e Ocean Drilling Program (ODP), que revolucionaram a nossa visão da História da Terra e dos processos globais, a partir da exploração científica dos fundos oceânicos. Portugal faz parte deste novo programa integrado no consorcio Europeu European Consortium for Ocean Research Drilling (ECORD - http://www.ecord.org/), que conjuntamente com os Estados Unidos, o Japão e a R. P. da China financiam e dirigem a investigação. A participação de Portugal é financiada pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O IODP alarga substancialmente os objectivos dos programas anteriores através da utilização de várias plataformas de perfuração para atingir os objectivos científicos do programa delineados no IODP Initial Science Plan e que incluem plataformas "riser", plataformas "riserless" e plataformas para missões específicas (MSP).
Apesar de só ter aderido ao Programa ODP em 1998, Portugal foi um dos 12 países fundadores do Consórcio ECORD.


http://e-geo.ineti.pt/ecord/

segunda-feira, maio 26, 2008

Phoenix chegou a Marte!

Post roubado ao Blog AstroLeiria:


A descida da Phoenix em Marte foi perfeita!

Isto apesar de pouco tempo antes da descida, a Mars Reconnaissance Orbiter ter fotografado 2 redemoinhos de poeira (dust devils) de cerca de um quilómetro de tamanho na área onde a Phoenix desceu pouco depois.A expectativa era grande!

Segundo este site, o sucesso da Phoenix acaba de empatar o resultado das sondas em Marte. Neste momento, 20 falhanços e 20 sucessos!

A sonda Phoenix (Fénix - um pássaro da mitologia grega que morria carbonizado, e renascia das próprias cinzas), deve o seu design, componentes, instrumentos, objectivos, local de descida, …, a duas sondas passadas: a Mars Polar Lander que se espetou em Marte em 1999, e a Mars Surveyor Lander que foi cancelada no ano 2000.Esta sonda tem um tempo estimado de vida de 3 meses.

A área onde a Phoenix desceu é chamada de Green Valley, e fica na Vastitas Borealis, uma área baixa no norte de Marte, onde se pensa ter existido largas quantidade de água no passado, podendo mesmo conter gelo no presente (e quiçá microorganismos no subsolo!). É a primeira vez que se irá estudar o solo tão a norte de Marte - um terreno diferente do que aquele por onde os rovers Spirit e Opportunitty ainda passeiam.

Passadas 2 horas após pousar, outra explosão de alegria: as primeiras imagens chegaram sem problemas!Podem já ver esta imagem no site da APOD, e sobretudo recomendo este que é o site oficial da recepção das imagens da Phoenix.


Post
de Carlos Oliveira no Blog astroPT - para ver o post original e imagens clicar aqui.


ADENDA: Stevie Nicks, dos Fleetwood Mac, faz hoje 60 anos! Celebremos também a data com música:


domingo, maio 25, 2008

Próximas actividades do NUCLIO

Do NUCLIO (Núcleo Interactivo de Astronomia) recebemos um e-mail com o pedido de divulgação das seguintes actividades astronómicas:

Caros Amigos,

Festa das Estrelas
Gostaria de convidá-los a partilhar as vossas actividades no âmbito do projecto Hands-on Universe durante a Festa das Estrelas. A Festa irá decorrer na Ponta do Sal dias 27, 28 e 29 de Junho. Peço que por favor me informem a vossa disponibilidade para podermos preparar o programa do evento. Venham e tragam os vossos estudantes.


Formação Hands-on Universe
Aproveito também para informar que a próxima sessão de formação será dias 14 e 15 de Julho no Instituto Geográfico do Exército. Inscrevam-se .. mas mais do que isso .... convidem outros colegas para a formação, está na hora de aumentarmos a família HOU

Workshop Internacional Hands-on Universe
E ainda há mais :-). Nos dias 16, 17 e 18 de Julho vamos ter um workshop internaciontal de promotores Hands-on Universe. Será uma oportunidade única para conhecer de perto as novas actvidade propostas pelos nossos parceiros espalhados por esse mundo afora. É única porque este ano somos privilegiados com a organização do evento em Lisboa. Estes encontros anuais ocorrem cada vez num país diferente ... desta vês os anfitriões somos nós :-)

Global HOU 2008
Pensavam que era tudo .. não não ... há ainda o encontro dos promotores ... ou seja ... a parte das apresentações que decorrerá nos dia 20 a 23 de Julho.
Cá vai o link para o workshop e conferência: http://ghou2008.globalhou.net

Espero que possam estar presentes em todas as actividades, que venham partilhar com a comunidade internacional o excelente trabalho que têm feito com os vossos estudantes. Que venham conhecer professores de outros países, promotores da família HOU.

Beijinhos e até amanhã ..... sim sim .... vamos acompanhar a chegada da sonda Phoenix à Marte ... há cafezinho e bolachinhas ...... (http://www.portaldoastronomo.org/noticia.php?id=743)



NOTA: Post conjunto com o Blog AstroLeiria...

Sonda Phoenix chega a Marte na madrugada de dia 26

Do site Portal do Astrónomo publicamos a seguinte notícia de actividade, na sequência do post anterior:


Visão de artista da chegada da sonda Phoenix a Marte. Créditos: NASA/JPL-Calech/University of Arizona

Na madrugada de dia 26 de Maio está prevista a chegada a Marte de mais uma sonda da NASA (National Aeronautics and Space Administration), a Mars Phoenix Lander, destinada a aprofundar o nosso conhecimento sobre o planeta vermelho. A NASA transmitirá a partir do seu centro de controlo na Califórnia (Jet Propulsion Laboratory) todo o processo de entrada, descida e aterragem da sonda. Esta emissão estará disponível em:
http://www.nasa.gov/multimedia/nasatv

Em Portugal, esta emissão será acompanhada em directo, a partir das 20h do dia 25 de Maio, no âmbito de uma sessão pública organizada pelo NUCLIO, a ter lugar no Instituto Geográfico do Exército, em Lisboa, na qual estarão também presentes diversos especialistas nacionais, actualmente envolvidos em projectos relevantes para a exploração de Marte.

Pode descobrir mais informação em:
http://www.nuclio.pt/projectos/000070.html


NOTA: Post conjunto com o Blog AstroLeiria...

Nova sonda em Marte no domingo

Com a ajuda da Agência Espacial Europeia
Sonda Phoenix da NASA aterra domingo à noite em Marte
23.05.2008 - 14h50 Lusa


A missão vai recolher amostras do subsolo gelado marciano

A sonda Phoenix aterra domingo à noite em Marte, para recolher amostras de gelo e procurar material orgânico, numa manobra arriscada para a qual a NASA (Agência Espacial norte-americana) pediu pela primeira vez a ajuda da ESA (Agência Espacial Europeia).

A Mars Phoenix Lander concluirá assim um périplo de 679 milhões de quilómetros iniciado a 4 de Agosto de 2007 quando foi lançada na Florida para esta missão de três meses, orçada em 420 milhões de dólares (270 milhões de euros).

Para Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa, "a existirem vestígios de vida em Marte eles só poderão estar no subsolo, devido às condições hostis à vida prevalentes na superfície do planeta", com a intensidade das radiações ultravioleta e dos protões do vento solar, além das baixas temperaturas actuais.

Na sua perspectiva, "em fases recuadas da vida de Marte poderão ter existido essas condições, quando a inclinação do eixo de Marte, que vai mudando ao longo do tempo, permitiu uma incidência perpendicular do Sol e a existência de água no estado líquido".

E tendo existido vida no passado, "os seus rastos ficaram congelados no subsolo", afirmou. "Só pesquisando esse gelo se poderá determinar o que sobrou, quer de organismos vivos quer de reacções químicas de oxidação e redução associadas à vida".

Além de recolher amostras do subsolo gelado marciano, a missão representa o próximo passo da exploração de Marte ao determinar se essa região, que abrange cerca de 25 por cento da superfície do planeta, será habitável por futuras missões tripuladas.

Colaboração entre agências desde Janeiro

Paolo Ferri, director da Divisão de Missões do Sistema Solar e Planetário da ESA, indicou que a colaboração europeia na missão decorre desde Janeiro, "com a determinação da órbita da sonda através das antenas de espaço profundo das estações de rastreio em Cebreros, Espanha, e em New Norcia, Austrália".

Durante a fase de aterragem, a sonda europeia Mars Express receberá o sinal de rádio da Phoenix e transmiti-lo-á à Terra, para o Centro de Operações Espaciais Europeias da ESA em Darmstadt, na Alemanha, que o reencaminhará para a NASA.

A aterragem está prevista para as 00h38 de 26 de Maio (hora de Lisboa), na região do Pólo Norte de Marte, e a NASA pediu a ajuda da ESA para evitar que se repita o sucedido há nove anos com a Mars Polar Lander, quando se perdeu o contacto com ela e se despenhou no Pólo Sul do planeta vermelho.

A NASA tem actualmente na órbita de Marte as sondas Mars Reconnaissance Orbiter e Mars Odyssey, enquanto que a Mars Express da ESA está a 300 quilómetros do planeta.

Portugal segue manobra

As três seguirão a Phoenix durante a fase crítica da descida e aterragem, quando a sonda norte-americana entrar na atmosfera marciana a uma velocidade de 19.000 quilómetros por hora. Nos sete minutos seguintes, a que os engenheiros da missão chamam "os sete minutos de terror", a nave usará a fricção da atmosfera e um pára-quedas para reduzir a velocidade para apenas 8 quilómetros por hora.

Segundos antes da aterragem, a Phoenix accionará foguetes propulsores para garantir uma aterragem suave.

A confirmação de que a manobra decorreu com êxito só será no entanto conhecida na Terra 15 minutos depois, às 00h53 de segunda-feira (hora de Lisboa), segundo um comunicado da NASA, que transmitirá todos o processo de entrada na atmosfera, descida e aterragem no site www.nasa.gov/multimedia/nasatv.

Em Portugal, esta emissão poderá ser acompanhada em directo, a partir das 20h00 de domingo, numa sessão pública organizada pelo NUCLIO (Núcleo Interactivo de Astronomia) no Instituto do Exército, em Lisboa.

Com os seus dois painéis solares abertos, a Phoenix mede cinco metros de largura e 1,52 metros de comprimento, e pesa 350 quilogramas, 55 dos quais de instrumentos científicos, sendo a missão desempenhada a temperaturas entre 73 e 33 graus Celsius negativos.

Se tiver êxito, a sonda irá juntar-se no solo marciano aos robôs gémeos Spirit e Opportunity, que há quatro anos exploram zonas opostas no equador do planeta, mas, ao contrário destes, ficará imóvel. Embora os cientistas admitam que a Phoenix sobreviva cerca de um mês além dos seus 90 dias de missão, não terá o mesmo tempo de vida útil dos robôs gémeos, porque os seus painéis solares não produziram energia suficiente para a manter viva durante o Inverno marciano.


in Público - ler notícia

NOTA: Post conjunto com o Blog AstroLeiria...

Descoberta de Sílica em Marte indica possibilidade de vida passada

Depósitos de sílica quase pura descobertos em 2007 pelo robot norte-americano Spirit em Marte, foram formados por vapores vulcânicos ou por géisers, ou até mesmo pelos dois, que atravessaram o solo e podem conter pistas de vida passada.

Segundo estudos de cientistas tais depósitos encontram-se na Terra à volta de chaminés hidrotermais, como as do parque nacional norte-americano de Yellowston, no Wyoming, célebre pelos seus fenómenos geotérmicos onde se encontram dois terços dos géisers do planeta, e inúmeras fontes de água quente.

Esta é a conclusão de estudiosos dos planetas que analisaram os dados recolhidos pelo espectrómetro de emissão termal (Miniature Thermal Emission Spectrometer) do robot 'Spirit', cujo gémeo 'Opportunity' se move nos antípodas de Marte.

A descoberta de depósitos de sílica na cratera de Gusev, situada na região equatorial do planeta vermelho, foi anunciada pela Nasa em 2007, tendo então sido objecto de um estudo detalhado cujos resultados das análises são publicados pela revista norte-americana 'Science'.

“Na Terra, os depósitos hidrotermais andam de mão dada com a vida e a sílica encontrando-se próxima destas aberturas contem frequentemente fósseis de restos de micróbios”, afirma Jack Farmer, professor de astrobiologia na Universidade do Estado do Arizona, um dos autores destes estudos.

“Mas não sabemos se este é o caso da sílica encontrada por 'Spirit', uma vez que o robot é desprovido de instrumentos que possam detectar vida microscópica”, acrescenta, em comunicado.

“O que podemos dizer é que este ambiente foi habitável com água líquida e presença de fontes de energia necessárias para a vida”, conclui Farmer.


in Ciência Hoje - ler notícia

Reduzir factura eléctrica com o vento da cidade

Microturbina eólica estará no mercado até ao final do ano

É silenciosa, funciona com pouco vento e pode reduzir a zeros a factura da electricidade lá de casa. A microturbina Turban é uma eólica destinada a ambientes urbanos que pode ser colocada no topo dos edifícios, no jardim ou no telhado. No final do ano, e graças à microgeração - sistema no qual os consumidores podem também ser produtores de energia -, qualquer pessoa poderá adquiri-la e produzir em casa a energia que consome.

O projecto foi financiado pela Agência de Inovação (75%) e desenvolvido no Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (que pagou 25%) recentemente, embora tenha sido idealizado há quase dez anos, contou ao DN Ana Estanqueiro, uma das responsáveis pela sua concepção.

A investigadora do INETI explica que a grande inovação desta microturbina, em comparação com as que já existem no mercado, é a possibilidade de "arrancar com velocidades de vento muito baixas" (3,5 metros por segundo). Ou seja, explica a investigadora, "conseguimos produzir mais energia com menos vento". O que é essencial no ambiente urbano, onde os edifícios cortam o vento e o tornam mais irregular.

O segredo da boa performance deste equipamento está na forma como as pás são encastradas na estrutura principal e na sua própria forma . O facto de ser silenciosa foi um "bónus" que veio associado a estas características, explica Ana Estanqueiro. Normalmente, a produção do ruído não é uma preocupação tida em conta na concepção inicial das turbinas, sendo o problema minimizado a posteriori, com a colocação de bandas que reduzem a produção energética total.

Na Turban, a ausência de ruído é uma grande vantagem competitiva, considera a investigadora, porque o equipamento é instalado junto às pessoas e quer-se o mais harmonioso possível. Além de ser um bom indicador da sua eficiência energética, diz.

Produzir energia e vendê-la

Até ao final do ano, pretende-se que qualquer pessoa possa chegar à loja, comprar a microturbina e montá-la em casa. Mas o investimento não fica barato e o retorno acontece após sete anos. O preço ainda não está definido, pois foram apenas criados protótipos, mas poderá rondar os 8750 euros, incluindo o conversor, o aparelho que permite injectar a energia na rede.

A microgeração é um sistema lançado este ano pelo Governo que permite esta funcionalidade de se ser consumidor e produtor de energia ao mesmo tempo. O retorno do investimento no equipamento faz-se através da venda da energia à rede eléctrica. A tarifa paga pela EDP (quilowatt/hora) aos produtores caseiros é bastante superior à cobrada aos consumidores. Por isso, explica Ana Estanqueiro, mesmo não produzindo em casa toda a energia consumida, a factura pode ficar reduzida a zeros.

A especialista do INETI nega que a intenção de criar a Turban advenha da microgeração, pois estava idealizada há muito, mas reconhece que o sistema trouxe mais-valias.

Ana Estanqueiro diz que já há muitos fabricantes interessados na comercialização deste produto que, com excepção de uma pequena peça - o gerador - pode ser todo produzido em Portugal. Para já, falta concluir alguns testes.

Turban em São Bento

O primeiro-ministro foi o primeiro cidadão a ter uma microturbina destas a produzir energia em casa. A Turban da residência oficial de José Sócrates, no Palácio de São Bento, está instalada no jardim, no topo de uma antiga rede de comunicações, a mais de vinte metros de altura.

"A zona tem bom vento e a turbina tem funcionado bem", garante um assessor do gabinete do primeiro-ministro, embora o dia cinzento e chuvoso não nos permita comprovar esta afirmação. O aerogerador foi aí colocado em Novembro, na sequência de uma auditoria energética realizada pela EDP que, entre outras coisas, apontou a turbina eólica como um potencial redutor de custos. Só com a Turban, ao fim de um ano, serão produzidos 3500 kwh, permitindo poupar 2,1 toneladas de dióxido de carbono.

Em São Bento foram ainda substituídas as lâmpadas e os projectores do jardim, o equivalente a uma poupança anual de 35 230 kwh, 2466 euros e 15,5 toneladas de CO2. Vão ainda ser instalados painéis fotovoltaicos.


in DN on-line - ler notícia

Supernova - notícia

Supernova apanhada em flagrante no momento da explosão
21.05.2008 - 20h03 Clara Barata


A explosão foi registada quando a equipa de Maryam Modjaz estava a estudar uma supernova chamada SN 2007uy

No dia 7 de Janeiro, a equipa de Maryam Modjaz estava a estudar uma supernova chamada SN 2007uy, na galáxia em espiral NGC 2770, a 90 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação do Lince. Eis se não quando, dois dias depois, algo de inesperado acontece: uma emissão extremamente brilhante de raios-X, noutra zona da galáxia — era outra supernova em directo, uma estrela apanhada em flagrante a explodir.

Até agora, os astrónomos só tinham detectado supernovas alguns dias ou semanas depois de uma estrela ter explodido, disse Patricia Schady, do University College de Londres, outro elemento da equipa que descreve a descoberta amanhã na revista "Nature".

“Duas horas depois da emissão de raios X, vimos o que parecia uma bola de fogo em expansão de radiação ultravioleta” com o telescópio espacial Swift. “Houve tempo para pôr de vigia telescópios no espaço e na Terra, para ver os destroços radioactivos brilhantes durante os dias que se seguíram”, concluiu Schady, citada num comunicado de imprensa.

Uma supernova acontece quando o núcleo de uma estrela maciça gasta todo o combustível nuclear e cai sob o peso da sua própria gravidade, formando um objecto ultra-denso — uma estrela de neutrões. Esta comprime-se e depois volta a expandir-se, desencadeando uma onda de choque através das camadas exteriores gasosas e destrói a estrela.

Os modelos teóricos desenvolvidos pelos astrónomos previam que este choque produziria emissões de raios X muito brilhantes durante alguns minutos, mas até agora esse clarão não tinha sido detectado. “Esta observação é o melhor exemplo do que acontece quando uma estrela morre e nasce uma estrela de neutrões”, comentou Kim Page, da Universidade de Leicester, também da equipa.


in Público - ler notícia

sábado, maio 24, 2008

Música para Geopedrados...


Museu de Ciência e Tecnologia de Coimbra galardoado com Prémio Micheletti pelo Forum Europeu dos Museus

O Museu de Ciência da Universidade de Coimbra foi galardoado ontem em Dublin, Irlanda, com o Prémio Micheletti de melhor museu europeu do ano na categoria de ciência e tecnologia, pelo Fórum Europeu dos Museus, divulgou fonte da Associação Portuguesa de Museologia.

O presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), João Neto, revelou que o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra foi galardoado com o Prémio Micheletti entre cerca de 50 museus europeus. "Isto significa que, apesar de todas as dificuldades e do desinvestimento nos museus, as instituições europeias reconheceram o mérito da museologia e o melhor do que se faz em Portugal".

O presidente da APOM sublinhou a importância do prémio e afirmou que "as pessoas ficaram surpreendidas com a apresentação dos vários conceitos científicos" pelo museu.

Já em Novembro, o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra foi galardoado com o Prémio de Melhor Museu Português pela APOM.

Segundo o sítio da Universidade de Coimbra, o Museu da Ciência desenvolve um projecto museológico de características ímpares no nosso país, que visa reunir o acervo científico disperso por vários museus universitários e faculdades, além dos acervos do Observatório Astronómico e do Instituto Geofísico, criando "um Museu da Ciência moderno e integrador, ao nível dos melhores existentes no mundo".

De acordo com vários especialistas internacionais, acrescenta, a Universidade de Coimbra detém um espólio na área da museologia sem comparação no nosso país, que configura um museu de capacidade internacional.

A generalidade destes museus é uma consequência da Reforma Pombalina, que deu origem a uma profunda reestruturação da área científica e à construção e adaptação de novos estabelecimentos ligados à investigação experimental.


in Público on-line - ler notícia

Geopark Naturtejo: 600 Milhões de anos em imagens



Informação recebida da Naturtejo, que gere o único parque em Portugal da rede de Geoparques da UNESCO:


A Naturtejo, Empresa de Turismo, tem o prazer de o convidar para o lançamento da 2ª edição do livro "Geopark Naturtejo: 600 Milhões de anos em imagens”, que vai decorrer a 31 de Maio, pelas 18h00, na Biblioteca Municipal, em Nisa, no âmbito da Feira do Livro da Terra, promovida pelo Município de Nisa.

Informa ainda que o Festival Europeu da Terra, que decorre entre os dias 24 de Maio e 8 de Junho, inclui outras actividades por todo o território Geopark Naturtejo, que abrange os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão. Consulte o programa em www.naturtejo.com . Aproveite esta oportunidade para conhecer ou revisitar o 1º Geoparque Português da Rede Europeia e Global da UNESCO.

GEOPARK NATURTEJO DA MESETA MERIDIONAL
“600 milhões de anos em imagens”

O livro "Geopark Naturtejo da Meseta Meridional. 600 milhões de anos em imagens” reúne um conjunto de fotografias de Pedro Martins e conta com textos de Carlos Neto de Carvalho, o geólogo coordenador do projecto Geopark Naturtejo da Meseta Meridional. Os textos são em português e em inglês.

O Geopark Naturtejo da Meseta Meridional é um conceito de turismo novo em Portugal. Este território aposta na leitura e usufruto de uma paisagem ímpar e incólume, caracterizada por planícies extensas por onde irrompem cristas quartzíticas, formando poderosas muralhas naturais só vencidas em cénicas gargantas pelas águas de caudalosos rios. A bacia hidrográfica do Tejo, no seu troço médio, é o mote do turismo activo proposto pelo Geopark. A geologia diversificada, que confere à região inúmeros locais de profunda beleza natural, serve de ponto de partida para a descoberta de ecossistemas preservados, de uma riquíssima história e de tradições milenares, onde o visitante é recebido como um amigo. É toda esta riqueza bem guardada que começa a ser dada a conhecer através do Geopark Naturtejo.

quinta-feira, maio 22, 2008

Jurassic Foundation

Transcrevo (com pequenas correcções) a notícia da Lusa:

Portugueses ganham prémio internacional para estudar ninho de ovos de dinossauro da Lourinhã
Lourinhã, Lisboa, 16 Maio (Lusa)

A Fundação do Jurássico, criada com os lucros dos filmes da saga "Parque Jurássico" de Steven Spielberg, atribuiu um prémio a dois jovens paleontólogos portugueses para estudarem os ovos com embriões de dinossauros descobertos na Lourinhã.

O ninho, com uma centena de ovos de dinossauros, alguns dos quais contendo embriões, é um dos maiores do mundo e foi descoberto em 1993 por Isabel e Horácio Mateus, colaboradores do Museu da Lourinhã, tendo a descoberta sido divulgada quatro anos depois.

Rui Castanhinha e Ricardo Araújo, de 25 e 23 anos de idade (na foto à esquerda e direita respectivamente) são os segundos portugueses a serem galardoados pela Fundação do Jurássico, oito anos depois do paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã, que investiu a verba atribuída nessa bolsa nas escavações de vestígios de um dinossauro saurópode no concelho.

O prémio vai dar azo a um ano de intenso trabalho para "perceber como é que os dinossauros com 150 milhões de anos (Jurássico Superior) se reproduziam, como cresciam, que hábitos e que comportamentos tinham", disse à agência Lusa Rui Castanhinha.

O trabalho dos dois investigadores agora premiados vai desenvolver-se durante um ano, sob a orientação de Miguel Telles Antunes e Octávio Mateus (à direita na foto), paleontólogos da Universidade Nova de Lisboa, incidindo em campanhas de escavações e trabalhos laboratoriais que vão culminar num estudo, que poderá vir a ser publicado numa revista científica internacional.

"Vamos passar algumas semanas no campo para localizar as zonas onde foram descobertos os ovos, enquadrando com a geologia que havia na época, e depois vamos analisar a textura das cascas dos ovos para perceber o tempo de gestação" e comparar os seus comportamentos com animais actuais, como crocodilos e aves.

Sabe-se que o ninho descoberto na década de 90 pertence a um dinossauro carnívoro bípede da família dos terópodes.

Os primeiros achados existentes em todo o mundo foram descobertos pela primeira vez na Lourinhã e o dinossauro veio a ser apelidado de Lourinhanosaurus antunesi.

Os fósseis e o ninho desde dinossauro fazem dele uma das principais atracções do museu.

Trata-se de um animal que atingiria um comprimento de 4,5 metros de comprimento e pesaria 160 quilos, sendo muito idêntico ao "tiranosaurus rex", figura maior dos filmes de Spielberg.


in Blog Lusodinos - post de Rui Castaninha

sobe... sobe... sobe...


A propósito da final da Taça de Portugal do passado fim-de-semana...

HUMOR - A evolução do assalto


in Blog De Rerum Natura

quarta-feira, maio 21, 2008

Actividade no Museu da Ciência de Coimbra

O Museu de Ciência Europe promove um ciclo de exibição de uma série de episódios sobre a História Natural da Europa, seguido de comentário por especialistas em biologia, geologia e farmácia.

Europe, a Natural History (2005): Co-produção: ORF, BBC, ZDF; País: Áustria,Reino Unido e Alemanha.

No âmbito desta iniciativa, foi convidado o Doutor Jorge Dinis (Departamento de Ciências da Terra - Universidade de Coimbra) para participar no comentário à exibição do filme "Genesis", o 1º da tal série da BBC, que ocorrerá no Museu de Ciência no dia 21 de Maio à noite (da qual não sei exactamente a hora).

1. GENESIS
An epic three billion year story begins, with the unravelling of clues as tohow Europe's stunning landscapes and wildlife were created. Witness Oxfordroamed by dinosaurs, the Jura vineyards of France swallowed under tropicalseas, St Petersburg buried under desert sands and the mightiest event ofall, the birth of the Mediterranean.O Museu da Ciência está a organizar um ciclo de cinema sobre o ambiente,no âmbito da exposição sobre Lineu e a Diversidade da vida. Os filmes serão comentados por colegas de biologia, geologia, farmácia.

No dia 23 de Maio de 2008 (6ª-feira) pelas 17.00 horas terá início o filme.

Ice Ages
" Over the past two million years Europe has been swept by waves of extremeclimatic change. Two kilometre thick ice sheets carved their way across thecontinent, reaching as far south as London, Amsterdam and Berlin. Mammothswandered the North Sea, and even lions and hippos roamed Trafalgar Square.Then, shortly before the last great Ice Age released its grip, our ancestorsset foot on the continent.

Podem saber mais sobre a série aqui:

terça-feira, maio 20, 2008

Stephen Jay Gould - 6 anos de saudade

Hoje, 20 de Maio, decorrem 6 anos que desapareceu Stephen Jay Gould.

Ainda hoje se me aperta na garganta a pergunta que não lhe fiz, aquando do curso que deu na Universidade Lusófona, há uns anos atrás:

"O que deve ter um bom paleontólogo?"
Fiquei-me pelo pedido a que me autografasse os livros que levei de casa.
Enquanto me os autografava, comentou que estavam muito usados.
Respondi, corando, que sim, que os lia e relia.
"É para isso que eles servem. Para serem lidos e relidos.", respondeu-me.

A ele, um dos dois principais responsáveis pela vida profissional que levo.

Leituras:

Imagem - capa da revista do American Museum of Natural History "Natural History", onde Gould escreveu durante muitos anos.

in Blog Ciência ao Natural - post de Luís Azevedo Rodrigues

Em memória de Stephen Jay Gould


Parece que foi ontem, mas em breve (20 de Maio) vai fazer seis anos que morreu Stephen Jay Gould. Em sua memória, recupero a crónica que escrevi no “Primeiro de Janeiro” em 27/Maio/2002 sobre esse grande biólogo e escritor de divulgação científica:

A notícia chegou-me, brutal, pela rádio. Aturdido, corri a confirmá-la pela Internet. Mas lá estava o obituário no infalível “New York Times”: “Stephen Jay Gould, teórico da evolução, morre aos 60 anos”.

Não o conheci pessoalmente. Ou melhor, vi-o uma vez ao vivo quando há alguns anos veio à Fundação Gulbenkian fazer uma conferência sobre evolução (quando a Gulbenkian nos traz o melhor, a excursão de propósito a Lisboa é obrigatória). Era um homem grande, em todos os sentidos do termo. Pareceu-me na altura tão vivo que não pude deixar de considerar a sua morte improvável quando ouvi a notícia dela.

Conheci-o por via das interpostas pessoas dos livros, o que, é de resto, uma das melhores formas de conhecer alguém. Tinha lido, entre outros, “A Feira dos Dinosáurios”, na Europa-América (o prefácio é uma das melhores defesas da literatura de divulgação científica que algum dia foram scritas), e “Full-House”, na Gradiva (o título ficou assim em português, mas poderia ter sido traduzido para “Casa Cheia”, o título de um popular jogo televisivo). E, coincidência das coincidências, no dia em que a morte do biólogo me aparecia por via radiofónica chegava-me por correio da Amazon o seu extraordinário volume “The Structure of Evolutionary Theory”, Harvard University Press, Cambridge Mass., 2002), o penúltimo dos muitos que publicou (saiu depois um volume póstumo). Fiquei siderado com as mais de 1400 páginas, recheadas de erudição da primeira à última linha. Há quem diga que Gould, nesta “obra de vida”, não só não poupou a tinta como não poupou a exibição do seu ego, ao apresentar longamente a sua tão criticada “teoria do equilíbrio pontuado”, que em jovem tinha proposto com o seu colega e amigo Niles Eldredge.

E, saboreados alguns dos seus livros (confesso que só li umas poucas das 1400 páginas), o que tenho a dizer que o excelente obituário do “New York Times” não tenha dito? Pois muito bem, vou dar uma opinião que só me compromete a mim: Sagan e Feynman que me perdoem (ambos já falecidos, tal como Gould, de cancro), Hawking, Watson e Reeves (muito vivos os três) que não fiquem ofendidos, mas Stephen Jay Gould é, de todos eles, quem melhor prosa de divulgação escreveu. Possuía o talento supremo de começar com um assunto qualquer aparentemente banal mas suficientemente curioso para prender a atenção do leitor e, depois de várias voltas e contravoltas, que só uma grande bagagem cultural permitia, chegar a uma mensagem profunda, que parecia não estar lá de início, mas afinal estava.

Escreveu regularmente, com uma pontualidade espantosa, durante mais de 25 anos, uma coluna para a revista Natural History”, a matéria-prima para livros como a “Feira dos Dinosáurios” (“Full House” é dos poucos que não é uma colectânea). Apesar de nunca se repetir (os temas eram os mais espatafúrdios, por exemplo em “Feira dos Dinosáurios” os mamilos masculinos e o clítoris feminino, num capítulo, e as “performances” desportivas do lendário Joe di Maggio, um dos maridos de Marilyn Monroe, noutro capítulo) glosou, ao longo de toda a sua vida, um único grande tema: a evolução natural. Aos cinco anos, quando viu um esqueleto de Tiranossauro Rex, no Museu de História Natural de Nova Iorque, decidiu ser paleontólogo e, desde essa altura, descobriu e revelou-nos a prolífica e extravagante riqueza de formas e funções dos seres vivos que a evolução espalhou pela Terra. É um tema infindável para um ser humano como Gould capaz não só de se maravilhar mas de fazer maravilhar os outros. É um tema a cuja glosa só a morte, inoportuna, podia pôr fim.

É oportuno recordar um dos mais notáveis textos gouldianos, que se encontra no referido livro da Europa-América. Nele o autor conta-nos como escapou à morte aos 40 anos. Foi-lhe diagnosticado um mesotelioma no intestino, uma forma rara de cancro que tem a ver com exposição ao amianto. Rapidamente operado, logo que acordou da anestesia, colocou à médica uma questão própria de um cientista: “Qual é a melhor literatura técnica sobre o mesotelioma?”. A resposta, evasiva, da clínica foi que a literatura médica sobre o assunto não tinha nada que merecesse ser lido. Leia-se agora o naco de prosa em que Gould nos conta o que se seguiu:

“Claro que tentar manter um intelectual afastado da literatura resulta quase tão bem como recomendar castidade ao homo sapiens, o mais atraente dos primatas. Assim que pude andar, fui direito à biblioteca médica de Harvard e digitei mesotelioma no programa de pesquisa bibliográfica do computador. Uma hora depois, rodeado da mais recente literatura sobre o mesotelioma abdominal, compreendi, em choque, a razão de me ter dado aquele conselho tão humano. A literatura não podia ser mais clara de uma forma brutal: o mesotelioma é incurável, com uma média de mortalidade ao fim de oito meses depois da detecção. Fiquei atordoado durante 15 minutos, depois sorri e disse de mim para mim: por isso não me queriam dar nada para ler. Então, felizmente, a minha mente voltou à vida”.

Ressuscitado mentalmente desse cancro, Gould sobreviveu-lhe também fisicamente. O texto de onde a citação foi retirada intitula-se no original “The median isn’t the message”, isto é, “A mediana não é a mensagem” numa paródia à frase “O meio é a mensagem” (em português saiu “A virtude não está no meio”...). Gould usa a estatística para nos contar como se consciencializou que podia escapar. Numa distribuição de probabilidade assimétrica, com uma cauda longa do lado direito, a mediana (linha que divide metade da probabilidade da outra metade) aparece antes da média. Quando assim é para um risco oncológico, a distribuição da probabilidade de morte estende-se até uma idade muito avançada. Gould leu que a média de mortalidade era de oito meses, mas concluiu sabiamente que muitos pacientes viviam até bastante tarde, bem acima da média. “Maravilhoso!”, escreveu ele com premonição, pois conseguiu sobreviver 20 anos ao mesotelioma. Passados 10 anos escrevia numa nota de rodapé, numa nova edição do livro: “So far so good!”. Tal como acontece em geral na evolução das espécies, a variação em torno da média é muito importante para a vida individual.

Retomando a sua crónica, a pena de Gould enfrentou directamente o tema da sua própria morte, uma tema que todos nós gostamos de evitar: ”Claro que concordo com o pregador do Eclesíastes em como existe um tempo para amar e um tempo para morrer – e, quando se me acabar a confusão, espero enfrentar o fim calmamente à minha maneira”.

O irónico é que Stephen Jay Gould morreu não do mesotelioma, entretanto vencido, mas de uma outra forma de cancro não relacionada com a primeira. Estúpido cancro que não gosta nada de perder! Gould faleceu não no hospital mas na sua casa de Manhattan, rodeado de livros e de fósseis, como sempre viveu. Tinha combatido tenazmente o inimigo, mas a luta com a morte, como ensina toda a história natural, é muito desigual.

Adeus, Stephen. Nós, que continuamos vivos, agradecemos tudo aquilo que nos ensinaste. Havemos de saber mais sobre evolução...


in Blog De Rerum Natura - post do Doutor Carlos Fiolhais

Palestras em Coimbra

Recebido, via mailing-list da GEOPOR, do Professor Doutor Pena dos Reis (DCT/UC):

Na sequência do III Curso de Campo da Petrobrás, que terá lugar na próxima semana (25-30 de Maio), deslocam-se a Portugal e ao Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra 10 geólogos e geofísicos daquela empresa. Aproveitando a sua vinda, serão oferecidas três palestras, a seguir enunciadas:

PALESTRAS E AUTORES:

Os evaporitos das bacias do Espírito Santo e Mucuri: Sedimentação e Tectônica
ROSILENE LAMOUNIER FRANCA

A exploração de petróleo na margem equatorial brasileira e bacias interiores
IVANISE MARIA WOLFF

Aplicação da Termocronologia na Geologia do Petróleo
MIRNIS ARAUJO DA NOBREGA


As palestras estão planeadas para a próxima 2ª-feira, dia 26 de Maio de 2008, na sala Carlos Ribeiro, pelas 10.00 horas.

Estão desde já convidados a estarem presentes...

Do Big Bang à Humanidade - filmes em Inglês

Recebido, via e-mail da GEOPOR, enviado pelo Doutor Paulo Legoinha:

Conjunto de vídeos, em inglês, publicados no “youtube”, abordando assuntos científicos diversos (Big Bang, Geologia, Biologia, Evolução, Método Científico, Criacionismo, entre outros). O autor tenta explicar o ponto de vista científico, em oposição ao Criacionismo. No total registam mais de 350.000 acessos num ano.

Precisa de 100 minutos para os observar na totalidade (cerca de 9'30'' cada):

http://metododirecto.pt/geopor/mod/forum/discuss.php?d=34

Pode também deixar algum comentário/questão, para debate nesta mailing-list ou naquele fórum.

Actividade em Lisboa

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Departamento de Geologia


Ano Internacional do Planeta Terra - AIPT 2008

(site AIPT2008 nacional em http://www.progeo.pt/aipt/)

Maio:

Alterações climáticas:
registos nas rochas


Conferência:

Paleomagnetismo, geoquímica dos carbonatos de capa do cratão amazónico (Brasil): implicações para as glaciaçoes do neoproterozóico

por

Eric Font
Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, Laboratório Associado IDL

GeoFCUL: 21 de Maio, 17h00, anfiteatro 6.2.56


Mais informações, resumo das conferências e programa das comemorações em:

http://geologia.fc.ul.pt


Onde se realiza a conferência? Como chegar ao GeoFCUL?

http://geologia.fc.ul.pt/artigo.php?id_artigo=42


Para mais informações e divulgação da iniciativa, ver documento em pdf disponível em:

http://geologia.fc.ul.pt/documents/89.pdf

domingo, maio 18, 2008

Asteróides e alunos portugueses em destaque

Ensino: Física ensina a Caçar no Universo
Alunos de Alvide anulam ameaça de asteróide

A 15 de Abril último, a NASA retirou da lista de objectos potencialmente perigosos, cuja rota pode colidir com o planeta Terra, o asteróide 2008EC69. Para retirar esta dor de cabeça aos cientistas da agência espacial norte-americana, foi fundamental o trabalho de três alunos de 12 anos, da Escola Secundária de Alvide, concelho de Cascais.


Carlos Filipe Martins, Mário Alexandre Borges e Miguel Duarte Ambrósio são os ‘caçadores de asteróides’ que realizaram a tarefa e cujos nomes constam no Minor Planet Electronic Circular, na página de internet www.cfa.harvard. edu/mpec/K08/K08G91.html.

Os três alunos mais os colegas Hugo Lopes, Rui Coelho e Fábio André, incentivados pela professora de Ciências Físico-Químicas, Ana Costa, todas as quartas-feiras trocam a brincadeira para se sentarem em frente a um computador a fim de observarem imagens do espaço cedidas pela Universidade Hardim-Simmons, no Texas, em que figuram potenciais asteróides. A 2 de Maio fica concluída esta tarefa e uma nova campanha arrancará no Outono.

A proeza da escola deixa os alunos orgulhosos. Em declarações ao CM, Carlos Martins recorda que os seus nomes constam de 44 páginas da internet e Mário Borges explica que os alunos polacos só têm mais sorte a caçar asteróides, porque são muitos mais.

Em Portugal, também a Escola Anselmo de Andrade, em Almada, tem alunos que estudam e tentam detectar asteróides. Mas, segundo explicou a professora Ana Costa, "não têm tido tanta sorte". Os alunos de Alvide contam ainda com a identificação de outro asteróide, o 2008GJ110, a que a NASA não aponta, contudo, um potencial perigo de colisão.

De acordo com a professora, "os alunos revelam um grande entusiasmo por tudo o que esteja associado à Astronomia". Por isso, decidiu levar para a sala de aulas o projecto Hands-on Universe (HOU), representando em Portugal pelo Nuclio – Núcleo Interactivo de Astronomia. "Com o tempo, estes seis alunos tornaram-se nos mais participativos", disse.

O maior quebra-cabeças são os problemas informáticos mas, para isso, os alunos contam com o apoio do professor de informática, Norberto Prada.

OLHO ESPACIAL

PROCURA DE ASTERÓIDE

O programa Internacional Asteroid Search Campaign envia todas as semanas para a escola deAlvide imagens com objectos celestes em movimento.

TRATAR IMAGEM

Os alunos observam os objectos que possuem informação complementar sobre a sua curvatura, que serve como pista para o objecto ser aceite ou rejeitado.

CEM OBJECTOS

Em média, cada aluno observa cerca de cem objectos celestes por hora. A maioria é rejeitada.


in Correio da Manhã - notícia de 27.04.2008

Procura-se astronauta

Segunda-feira a Agência Espacial Europeia inicia o recrutamento
Quer ser o primeiro astronauta português? Candidate-se
16.05.2008 - 09h00 Teresa Firmino

Luís Miguel Vaz, 24 anos, licenciado em engenharia aeroespacial, a tirar a licença de piloto de aviões comerciais, sonha em ser astronauta. João Roque, 43 anos, comandante da TAP, também. David Marçal, 31 anos, bioquímico do Instituto de Tecnologia e Química Biológica de Oeiras, idem. Ontem de manhã, contavam-se entre os muitos interessados que foram ao Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, para saber como podiam candidatar-se a astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA).

A partir de segunda-feira, nos 17 países-membros da ESA, Portugal incluído, desde 2000, a agência espacial inicia o recrutamento dos próximos quatro felizardos que integrarão o seu corpo de astronautas em Junho de 2009 (actualmente são oito). Até 15 de Junho, quem quiser tentar a sorte terá de preencher um formulário disponível no "site" da ESA e fazer os primeiros exames médicos, idênticos aos dos pilotos. "Esperamos 30 mil, 40 mil, 50 mil candidatos", disse Horst Schaarschmidt, do Centro Europeu de Astronautas, a uma plateia cheia. Na primeira fase da selecção, a ESA reduzirá a mil os aspirantes a astronautas. Uma bateria de testes psicológicos e médicos e uma entrevista são as etapas seguintes.

Perante a imensa lista de aspectos escrutinados, Schaarschmidt sossegou: "O objectivo não é procurar o super-homem ou a supermulher, é procurar pessoas que desempenhem as tarefas de um astronauta". Acrescentou: "Procuramos dois tipos de astronautas: os cientistas, que têm de ter formação em ciências naturais e pelo menos três anos de experiência profissional; e os pilotos, que precisam de mil horas de voo e uma licenciatura em engenharia aeronáutica ou ser piloto de testes."

Se, além daqueles requisitos, tem entre 27 e 37 anos, de preferência, pode concretizar o sonho de ser astronauta. A ESA só recrutou astronautas em 1978 e em 1992. É a primeira vez que Portugal pode participar, porque antes não pertencia à ESA.

Para promover o recrutamento de portugueses, veio ainda o astronauta alemão Ernst Messerschmid (já não está no activo), que advertiu os candidatos de que podem passar anos até um astronauta ir ao espaço e recomendou aos candidatos: "continuem a estudar", "mantenham-se saudáveis e façam montanhismo, vão ao ginásio...", "melhorem o inglês", "falem em público", "não dêem ouvidos aos que pensam que é muito difícil", "leiam livros" e "sejam felizes".

Como futuro piloto, Luís Miguel Vaz já tem os primeiros exames médicos. "Não digo que seja um objectivo de vida, que é difícil realizar, mas ser astronauta é o sonho máximo da área a que estou ligado."

Quanto a David Marçal, fez os exames exigidos anteontem. Porquê astronauta? "Foi a primeira coisa que quis ser quando era criança. Viver experiências fora da Terra parece-me uma oportunidade preciosa. Este concurso aparece na altura em que termino o doutoramento, é o fim de um ciclo."

Da plateia, João Roque quis saber por que pedem pilotos. A ESA precisa de astronautas que pilotem naves, disseram-lhe. E Ricardo Patrício, 31 anos, da empresa Active Space, perguntou ao ministro da Ciência se o facto de Portugal não participar no programa de voos espaciais humanos da ESA limita as hipóteses dos candidatos portugueses. Mariano Gago ignorou a pergunta; Schaarschmidt respondeu: "É uma questão que terá de ser considerada daqui a um ano, na selecção final." Questionado à margem pelos jornalistas, Mariano Gago disse: "Não cabe na cabeça de alguém que não estejamos no programa dentro de um ano."


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sábado, maio 17, 2008

A Barra e os Portos da Ria de Aveiro


Informação recebida da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (clique para ver cartaz):

A Barra e os Portos da Ria de Aveiro em exposição na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra

Na próxima quarta-feira, pelas 18 horas, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC), vai proceder-se à inauguração da exposição “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro 1808 – 1932, no Arquivo Histórico da Administração do Porto de Aveiro”.

Patente na Sala de S. Pedro até 14 de Junho, a exposição comissariada por João Carlos Garcia e Inês Amorim (ambos professores da Faculdade de Letras do Porto), cumpre em Coimbra a primeira etapa de um circuito de itinerância pela Península Ibérica. Etapa que resulta de parceria entre a BGUC, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), a Administração do Porto de Aveiro e a Câmara Municipal de Aveiro.

Integrada no programa comemorativo do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro (3.04.1808), é composta por documentos do Arquivo Histórico do Porto de Aveiro, empresa que, segundo José Luís Cacho, Presidente do Conselho de Administração, “decidiu libertar o seu património histórico-documental da clausura que o agrilhoava em inútil penumbra, fomentando-se, a partir de agora, o seu usufruto pela comunidade”.

O programa da inauguração abre com palavras de boas vindas do Director da BGUC. Segue-se a intervenção de Fernando Rebelo, subordinada à epígrafe “O Instituto de Estudos Geográficos da FLUC e as investigações sobre a Ria de Aveiro”. Quinze minutos mais tarde, Inês Amorim falará do livro de sua autoria, “PORTO DE AVEIRO: Entre a Terra e o Mar”. O acto inaugural encerra com a apresentação da exposição por parte de João Carlos Garcia, seguida de visita aos cinco núcleos do espólio patente na majestosa Sala de S. Pedro.

Aos núcleos originais - “I – A RIA DE AVEIRO”; “II – A BARRA DE AVEIRO”; “III – A NAVEGABILIDADE DA RIA DE AVEIRO”; “IV – AS MARINHAS DE SAL DA RIA DE AVEIRO” -, acrescentou-se, em Coimbra, um quinto núcleo, composto por mapas da colecção particular de Nabais Conde, professor da FCTUC.

“Aproveitando a belíssima colecção do Professor Doutor Carlos Alberto Nabais Conde, seleccionámos alguns mapas dos séculos XVII e XVIII que podem ajudar na compreensão do que ia acontecendo com o evoluir desta grande forma litoral”, afirma o ex-Reitor e catedrático da FLUC Fernando Rebelo, que elaborou texto disponível em desdobrável, recordando o “grande geógrafo português Amorim Girão, Doutor pela Universidade de Coimbra, após a elaboração, apresentação e defesa de uma tese sobre a Bacia do Vouga”.

“A documentação do Arquivo do Porto de Aveiro concentra as diferentes valências deste porto flúvio-marítimo” – adianta Inês Amorim, detalhando: “Por um lado, registos como mapas, cartas, projectos, desenhos e respectivas memórias, a escalas diferenciadas, numa quantidade e variedade imensurável, resultam das opções e procedimentos técnicos e interventivos no porto, na cidade e na Ria. Por outro, a documentação de carácter administrativo, que inclui as actas das sucessivas administrações, livros de receitas (fiscais) e de despesas, e os relatórios de actividades, cuja natureza evoluiu à medida que a legislação e os regulamentos o exigiam. Depois, a fotografia, pelo menos desde a década de 30, documenta obras e recursos, sítios de embarque e desembarque de materiais e mercadorias, ou, ainda, imagens aéreas da barra e porto. Finalmente, os objectos atestam técnicas empregues, quer no conhecimento das marés na Ria e na embocadura da barra, quer nas obras portuárias”.

É este conjunto, diversificado, que compõe o Arquivo da Administração do Porto de Aveiro”, acrescenta a reputada investigadora. “Se, a complementar Biblioteca, contém um acervo de obras impressas relativas a obras portuárias, nacionais e estrangeiras, justificadas pelos interesses das equipas técnicas e de engenharia, acrescentam-se muitas outras, sobre as actividades económicas e ambientais, gerais e locais, geradas e geradoras, das dinâmicas sócio-económicas”.

O livro de Inês Amorim e o catálogo da exposição encontram-se disponíveis para venda. O Porto de Aveiro disponibiliza visita virtual à exposição (imagens panorâmicas e cilíndricas, com rotação a 360º, da autoria de Romeu Bio, em http://www.op.com.pt/apa1/).

Post roubado ao Blog De Rerum Natura

Mais música...

Um jantar como o de ontem (como diria o Octávio Malvado, "Vocês sabem do que estou a falar...!") merece umas musiquinhas...

Regina Spektor - Better
If I kiss you where it's sore  If I kiss you where it's sore  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Born like sisters to this world  In a town where blood ties are only blood  If you never say your name out loud to anyone  They can never ever call you by it   If I kiss you where it's sore  If I kiss you where it's sore  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  You're getting sadder, getting sadder, getting sadder, getting sadder  And I don't understand, and I don't understand  But if I kiss you where it's sore  If I kiss you where it's sore  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Anything at all Will you feel anything at all  Anything at all  Will you feel anything at all  Anything at all...
Mika - Any other World
In any other world You could tell the difference And let it all unfurl Into broken remenance Smile like you mean it And let youreself let go Cos its all in the hands Of a bitter bitter of man Say goodbye to the world You thought you lived in Take a bow Play the part Of a lonely lonely heart Say goodbye to the world You thought you lived in To the world you thought you lived in I try to live alone But lonely is so lonely So human as I am I had to give up my defences So I smile and try to mean it To make myself let go Cos it's all in the hands Of a bitter bitter man Say goodbye to the world You thought you lived in Take a bow Play the part Of a lonely lonely heart Say goodbye to the world You thought you lived in To the world you thought you lived in Cos it's all in the hands Of a bitter bitter man Say goodbye to world You thought you lived in Take a bow Play the part Of a lonely lonely heart Say goodbye to the world You thought you lived in Say goodbye to the world You thought you lived in Say goodbye to the world You thought you lived in Say goodbye to the world You thought you lived in Say goodbye to the world You thought you lived in To the world you thought you lived in In any other world you could tell the difference 

PS - Parece que irá haver, um dia destes, uma actividades nas casas do PNSAC...