O território mudou de mãos várias vezes, até a frente de batalha estabilizar:
Forças da Coreia do Norte e China
Forças da Coreia do Sul, Estados Unidos da América e Nações Unidas
A península da Coreia é cortada pelo
paralelo 38° N, uma linha de demarcação que divide dois exércitos e dois Estados: a
República da Coreia, a sul, e a
República Popular e Democrática da Coreia, a norte. Essa demarcação, existente desde
1945 por um acordo entre os governos da URSS e USA, dividiu o povo coreano em dois sistemas políticos opostos: no norte o
comunismo e ditadura, apoiado pela
União Soviética, e, no sul, o
capitalismo e democracia, apoiado pelos
Estados Unidos.
A incapacidade de realizar eleições livres em toda a península
coreana, em 1948, aprofundou a divisão entre os dois lados, o do Norte
estabeleceu um governo comunista, enquanto o Sul estabeleceu um governo
de direita. O paralelo 38 tornou-se cada vez mais uma fronteira política
entre os dois Estados coreanos. Embora as negociações de reunificação
continuassem nos meses que antecederam a guerra, a tensão se
intensificou. Escaramuças transfronteiriças e incursões cruzando o
paralelo 38
persistiram. A situação se transformou em guerra aberta quando as
forças norte-coreanas invadiram a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950.
Os Estados Unidos e 20 outros países das
Nações Unidas
ofereceram assistência para repelir a tentativa de reunificação das
duas Coreia, por parte da Coreia do Norte, sob o regime comunista.
Armistício
A
zona desmilitarizada
entre as Coreias cortava o país no paralelo 38. A velha capital do país
unificado, Kaesong, local onde as negociações do armistício estavam
sendo feitas, pertencia à República da Coreia do Sul, mas agora estava
sob controle do Norte. O Comando das Nações Unidas, apoiado pelos
Estados Unidos, a Coreia do Norte e o Governo chinês finalmente
assinaram os termos do armistício em 27 de julho de 1953. Este acordo
decretou um cessar-fogo imediato e garantias do
status quo ante bellum. A guerra oficialmente acabou neste dia, porém, até os dias atuais, nenhum
tratado de paz foi firmado entre as duas Coreias. O Norte, contudo, alega que venceu a guerra.
Depois da guerra, a chamada "Operação Glória" (julho–novembro de
1954) garantiu a troca dos corpos dos soldados e guerrilheiros mortos em
território adversário. Os restos mortais de 4
.167
soldados e fuzileiros
americanos foram trocados pelos corpos de 13.528 militares chineses e
norte-coreanos, além dos corpos de 546 civis que morreram em campos de
prisioneiros da ONU, que também foram entregues ao Norte. Estima-se que
mais de 1,2 milhões de pessoas morreram na Guerra da Coreia.
Mapa da Zona Desmilitarizada da Coreia
Divisão
Os termos do armistício acertou uma comissão internacional para
assegurar que o acordo fosse cumprido. Desde 1953, a "Comissão de
Supervisão da Neutralidade das Nações" (NNSC), composta por membros das
forças armadas da Suíça e da Suécia, monitorizavam a zona desmilitarizada.
Em abril de 1975, a capital do
Vietname do Sul foi
capturada pelo
exército norte-vietnamita. Encorajado pelo sucesso do comunismo na Indochina, o ditador norte-coreano,
Kim Il-Sung,
viu nisso uma nova oportunidade de conquistar o sul da península.
Kim visitou a China em abril daquele ano e encontrou-se com
Mao Tsé-Tung e com
Zhou Enlai,
pedindo ajuda para uma futura incursão militar. Apesar das expectativas
de Pyongyang, Pequim não tinha qualquer interesse em entrar em outra
guerra na Coreia.
Desde o armistício, houve vários desentendimentos e atos de agressão
entre os dois países. Em 1976, dois soldados americanos foram mortos por
norte-coreanos na
zona desmilitarizada.
Desde 1974, quatro túneis usados por norte-coreanos foram descobertos.
Todos os túneis serviam de passagem para o sul. Em 2010, um submarino
norte-coreano torpedeou e afundou uma
corveta sul-coreana, o
ROKS Cheonan, resultando na morte de 46 marinheiros. Ainda em 2010, a Coreia do Norte
disparou vários tiros de artilharia contra a ilha de Yeonpyeong, matando dois militares e dois civis sul-coreanos.
Em 11 de março de 2013, após mais uma nova série de sanções da ONU
contra o regime da Coreia do Norte, o governo deste país decretou nulo o
armistício de 1953.
Após anos de tensões e agressões mútuas, uma nova tentativa de paz foi
feita. Em 27 de abril de 2018, foi reportado, após os líderes das duas
Coreias se terem encontrado na Zona Desmilitarizada, que negociações
estavam em andamento para, finalmente, assinarem um acordo oficial de
encerramento do conflito. Não foi divulgado se outros pontos sensíveis,
como a desnuclearização da Península Coreana ou o reconhecimento de
soberania de cada lado sobre a zona desmilitarizada, fariam parte das
negociações.