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terça-feira, janeiro 04, 2011

Mais um troglóbio português - IV

Ciência: Sofia Reboleira descreve um animal sem olhos e sem asas
Bióloga portuguesa descobre insecto

Sofia Reboleira descobriu o insecto numa gruta do Algarve. O animal mede três milímetros e não tem olhos

Já tinha descoberto três escaravelhos das cavernas e um pseudo-escorpião de espécies desconhecidas. Agora, a bióloga portuguesa Sofia Reboleira, encontrou um novo insecto. As descobertas aconteceram todas em grutas, ao que não é alheio o facto de a cientista ser também espeleóloga. 

A nova espécie de insecto, sem olhos e sem asas, foi descoberta em grutas do Algarve. "Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia qualquer dipluro [insecto] exclusivamente cavernícola em Portugal", explica bióloga. 

A nova espécie foi encontrada no âmbito do doutoramento da bióloga, orientado por Fernando Gonçalves, do departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e Pedro Oromí, da Faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife. 

O insecto – descrito em revistas científicas com o especialista espanhol Alberto Sendra – chama-se Litocampa mendesi, mede pouco mais de três milímetros e deverá existir há milhões de anos, sendo "evolutivamente um precursor dos insectos actuais", diz Sofia Reboleira, de 29 anos, natural das Caldas da Rainha. 

Esta é a quinta espécie descoberta por Sofia Reboleira (três escaravelhos e um pseudo-escorpião), desde 2007, durante os seus trabalhos de campo realizados em grutas da serra de Aire e Candeeiros, do Algarve e de Montejunto.

O pseudo-escorpião, nomeado Titanobochica magna, tem dois centímetros de comprimento e grandes pinças para agarrar as presas, e foi encontrado em quatro grutas do Algarve.

O pequeno escaravelho Trechus tatai, um predador com dois milímetros de comprimento, foi descoberto numa gruta da serra de Montejunto. A este juntam-se outras duas espécies de escaravelhos cavernícolas, nas serras de Aire e na do Caldeirão, que a bióloga encontrou e estudou no mestrado.

in CM

Mais um troglóbio português - III

Descoberto no Algarve insecto sem asas nem olhos
Nova espécie foi encontrada em grutas do Algarve por jovem bióloga



Fica descrito para a ciência como Litocampa mendesi, não excede três milímetros, é desprovido de visão e de asas. Vive em grutas do Algarve. Este é o insecto mais recentemente descoberto por Sofia Reboleira, bióloga e espeleóloga, a trabalhar no seu doutoramento.

Pela quinta vez, Sofia Reboleira desvenda a existência de espécies que vivem na profundeza de cavernas e sem acesso à luz. Esta especialista em bioespeleologia descobriu agora, numa gruta do Algarve, uma nova espécie de insecto sem olhos nem asas.

"Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia nenhum dipluro (insecto) exclusivamente cavernícola em Portugal", disse à agência Lusa esta jovem doutoranda da Universidade de Aveiro, que é bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A nova espécie está adaptada a viver exclusivamente nas grutas e deverá existir desde há vários milhões de anos, sendo "evolutivamente um percursor dos insectos actuais". A descoberta surge já descrita em revistas científicas, em artigos que Sofia Reboleira escreveu com a colaboração do especialista espanhol Alberto Sendra.

A nova espécie, a que foi atribuída a designação Litocampa mendesi, torna-se assim "a representante mais ocidental do género Litocampa na Europa, cuja espécie mais próxima se encontra nas grutas da Cantábria".

Com esta descoberta, aumentam para cinco as já descritas por Sofia Reboleira como novas espécies, resultado que decorreu do seu trabalho de campo, realizado em grutas da Serra d'Aire e Candeeiros, do Algarve e de Montejunto. Antes, a bioespeleóloga tinha descoberto três escaravelhos e um pseudoescorpião. Alguns destes seres vivem a cerca de cem metros de profundidade, num ambiente de total escuridão.

Sofia Reboleira está a especializar-se em ecologia das águas subterrâneas e conservação dos sistemas cavernícolas. A sua tese de doutoramento versa a última destas áreas.

Algumas das espécies descritas por Sofia Reboleira alimentam-se da matéria orgânica que as águas transportam quando se infiltram no subsolo. É esse o caso, por exemplo, do escaravelho Trechus tatai, encontrado numa gruta de Montejunto, perto do Cadaval. 

in JN

Mais um troglóbio português - II

Bióloga portuguesa descobre espécie de insectos sem olhos nem asas
Nova espécie de insecto cavernícola foi descoberta no Algarve



Uma nova espécie de insecto, sem olhos e sem asas, foi descoberta pela bióloga portuguesa Sofia Reboleira, em grutas do Algarve, que assim acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola nacional.

«Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia nenhum dipluro (insecto) exclusivamente cavernícola em Portugal», disse à agência Lusa a bióloga Sofia Reboleira.

Os dipluros pertencem a um grupo de insectos denominados apterigotas (sem asas) que são, segundo a bióloga «naturalmente desprovidos de olhos e vivem associados ao solo ou em cavidades».

A nova espécie, o primeiro dipluro troglóbio (adaptado exclusivamente à vida nas grutas) descoberto em Portugal, foi encontrada nas grutas do Algarve, no âmbito do doutoramento da bióloga, orientado por Fernando Gonçalves (do departamento de biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (da faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha).

O insecto - descrito em revistas científicas com o especialista espanhol Alberto Sendra - chama-se Litocampa mendesi, mede pouco mais de três milímetros e deverá existir há vários milhões de anos, sendo «evolutivamente um precursor dos insectos actuais», explica Sofia Reboleira.

A descoberta torna esta espécie «o representante mais ocidental do género Litocampa na Europa, cuja espécie mais próxima se encontra nas grutas da Cantábria» sublinha.

Com esta aumentam para cinco as espécies já descobertas por Sofia Reboleira (três escaravelhos e um pseudoescorpião) durante o trabalho de campo realizado em grutas da Serra D'Aires e Candeeiros, do Algarve e do Montejunto. O trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia da qual a bióloga é bolseira.

Mais um troglóbio português

Bióloga descobre espécie de insecto com milhões de anos em gruta algarvia

Os trabalhos de campo decorreram durante 2009

Existe há milhões de anos numa gruta algarvia mas só agora foi encontrado por uma bióloga portuguesa. O Litocampa mendesi, animal com três milímetros e sem olhos ou asas, será mais primitivo do que os insectos que hoje conhecemos. Mas as novidades do frágil mundo vivo cavernícola só agora estão a começar.


Sofia Reboleira, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, tem estado atarefada a estudar as amostras que trouxe para a superfície, fruto de doze meses de trabalho de campo em 2009, a dezenas de metros de profundidade nas grutas portuguesas.

A 22 de Dezembro, a revista "Zootaxa" publicava a descoberta do Litocampa mendesi. “Procurámos a fauna das grutas através da observação do interior das cavidades e com a ajuda de armadilhas de queda colocadas no chão”, explicou hoje ao PÚBLICO a bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Nas armadilhas foram colocados iscos odoríferos para atrair os insectos. “Este tipo de armadilhas também ajuda a medir a actividade dos animais, porque os que mais andam são os que mais caem” nas armadilhas.

Mas este é um trabalho exigente. “São animais muito raros que apenas vivem em zonas difíceis de estudar”, disse Sofia Reboleira, também espeleóloga. Investigar a espécie em laboratório está fora de questão. “É impossível manter estes insectos em cativeiro. É muito difícil. Eu nunca vi [o Litocampa mendesi] vivo”, referiu.

A investigadora, que estuda a fauna cavernícola do país, está em condições para dizer que este insecto desenvolveu, ao longo de milhões de anos, impressionantes estratégias de poupança energética para conseguir sobreviver na escuridão das grutas, como a ausência de olhos e asas e a grande resistência ao jejum. Estima-se que este será um animal “mais primitivo do que os insectos” actuais.

A fragilidade das espécies cavernícolas

Sofia Reboleira estuda os animais que não vivem em mais nenhum local que não nas grutas, até aos 220 metros de profundidade, sob a orientação de Fernando Gonçalves (do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (da Faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha). Até agora anunciou cinco novas espécies. Em Maio foi anunciada a descoberta de duas novas espécies de escaravelhos nas grutas das serras de Aire e Candeeiros e no início de Dezembro outra espécie de escaravelho em Montejunto e um pseudoescorpião nos maciços calcários do Algarve. Agora foi a vez do Litocampa mendesi, numa gruta algarvia a 30 metros de profundidade.

A maioria dos invertebrados que constituem a fauna cavernícola são artrópodes, como as aranhas e insectos. Apesar de viverem em ambientes até agora pouco estudados, estas espécies merecem atenção. "As espécies cavernícolas não conseguem sobreviver em mais nenhum local, logo têm a sua distribuição geográfica muito reduzida. Qualquer perturbação pode pôr em causa a sua sobrevivência", sublinhou Sofia Reboleira. A investigadora lembrou, nomeadamente, a poluição por pesticidas e insecticidas que se podem infiltrar nas grutas e a perturbação ou mesmo destruição daqueles locais por actividades humanas.

Além disso, estas populações nunca são de grande dimensão. "Não tendo luz, as grutas onde vivem estes animais não têm plantas e as fontes de alimento são muito escassas. Por isso, as populações não podem ser muito grandes. Na verdade, estes são exemplares raríssimos".

Sofia Reboleira acredita que 2011 poderá trazer mais surpresas. “Ainda estamos a estudar a fauna encontrada no ano da amostragem, em 2009”, salientou.