Filho de um afinador de pianos, e rodeado de música e instrumentos musicais na loja do pai em na Worcester High Street, o jovem Edward foi auto-didacta em música. No verão levava nos seus passeios música para estudar, iniciando uma forte ligação entre música e natureza.
Deixando a escola aos 15 anos, começou por trabalhar com um
advogado local, mas, após um ano, enveredou por uma carreira musical, aprendendo piano e violino. Aos 22 anos tornou-se chefe de banda no
Worcester and County Lunatic Asylum, perto de Worcerter. Foi primeiro
violino nos festivais de
Worcester e
Birmingham, e chegou a tocar a Sexta Sinfonia e o
Stabat Mater de
Antonin Dvorak sob a direcção do próprio compositor. Agradou-lhe especialmente, e influenciou-o bastante o estilo de
orquestração de Dvorak.
Aos 29, através da actividade de ensino, conheceu a sua futura mulher,
Caroline Alice Robers, poetisa e escritora. Casaram-se três anos depois, contra a vontade da família dela, e a prenda de Edward para Caroline foi a peça para violino e
piano Salut d'amour. Os Elgars passaram a residir em
Londres, centro da vida musical inglesa. Após algum tempo, constataram que não podiam subsistir apenas com o trabalho de compositor de Edward, pelo que ele retomou o ensino de música.
Durante a década de 1890,
século XIX, Elgar construiu uma sólida reputação como compositor, especialmente de obras vocais para os festivais musicais das
Midlands.
The Black Knight,
King Olaf (
1896),
The Light of Life e
Caractacus tiveram algum sucesso, o que lhe permitiu obter um lugar de
editor musical.
Em
1899, aos 42 anos de idade, compôs o seu primeiro grande trabalho orquestral, as
Variações Enigma, estreadas em Londres dirigidas por
Hans Richter. Recebendo o aplauso geral, Elgar tornou-se o compositor britânico mais conhecido da época. Este trabalho intitula-se
Variations on an Original Theme (Enigma). O enigma é que, embora haja treze variações do tema original ('enigma'), este nunca é ouvido. Em
1900 estreou em
Birmingham a versão coral do poema do
Cardeal Newman The Dream of Gerontius. Apesar da desastrosa estreia, em parte por causa dos preconceitos relativamente ao texto e música provirem de dois católicos, a obra foi posteriormente reconhecida como uma das melhores de Elgar.
Entre
1902 e
1914 Elgar teve um sucesso estrondoso, visitou quatro vezes os Estados Unidos e ganhou bastante dinheiro com os direitos da sua obra. Entre
1905 e
1908 foi Professor de Música na Universidade de
Birmingham.
A sua
Sinfonia No. 1 (
1908) foi cem vezes tocada no primeiro ano. Com a chegada da
I Guerra Mundial, a música de Elgar ficou um pouco fora de moda, e, depois de ficar viúvo em
1920, pouco mais compôs. Pouco antes de falecer compôs o magnífico e elegíaco
Concerto para Violoncelo. Talvez isto sugira que Alice Elgar era a sua principal influência e impulsionadora do seu êxito.
Armado cavaleiro em
1904 e tornado
baronete em
1931. Em
1932, trabalhou como o jovem e talentoso violinista
Yehudi Menuhin, que na altura tinha apenas 16 anos de idade, na gravação do seu
Concerto para violino.
No fim da vida iniciou uma
ópera e aceitou a proposta da
BBC para compor uma Terceira Sinfonia. Esta encomenda foi obtida por persuasão do seu amigo
George Bernard Shaw, a quem Elgar tinha dedicado a obra
Severn Suite. A sua doença terminal (um cancro colo-rectal inoperável foi descoberto durante uma operação, em 8 de outubro de 1933) impediu-o de a completar, mas os esboços que deixou permitiram a
Anthony Payne acabá-la ao estilo do compositor. Morreu no dia 23 de fevereiro de
1934, em Little Malvern, sendo enterrado na
Abadia de Westminster. No espaço de apenas dois meses morreram outros dois importantes compositores ingleses –
Gustav Holst e
Frederick Delius.