Filho de um magistrado policial, Leoncavallo nasceu em Nápoles a 23 de abril de 1857 e estudou no Conservatório San Pietro a Majella. Depois de alguns anos de estudo, e ineficazes tentativas de obter a produção de mais de uma ópera, ele obteve um enorme sucesso com
Mascagni em
Cavalleria rusticana em 1890, e não desperdiçou tempo na elaboração do seu próprio
verismo,
Pagliacci (segundo Leoncavallo, o enredo deste trabalho teve origem na vida real: um julgamento sobre um assassinato que seu pai tinha julgado).
Pagliacci foi apresentada em
Milão em 1892 com sucesso imediato e hoje é o único trabalho de Leoncavallo no reportório padrão de ópera. A sua mais famosa ária é
Vesti la giubba, "Veste a manta de retalhos") foi gravada por
Enrico Caruso e foi o primeiro registo do mundo a vender um milhão de cópias.
I Medici e
Chatterton (1896) foram também produzidas em Milão. Grande parte de Chatterton foi gravado pela
Gramophone Company (mais tarde HMV). Foi em
La bohème, realizada em 1897 em Veneza que o seu talento obteve confirmação pública (as suas duas árias para tenor são apresentadas ocasionalmente, especialmente em Itália). Posteriormente compôs as óperas
Zaza (1900) (a ópera de
Geraldine Farrar, famosa pelo seu desempenho de despedida no
Met) e
Der Roland Von Berlin (1904). Obteve um breve sucesso em
Zingari que estreou em Itália, e Londres, em 1912. (Zingari esteve longo tempo, no Hipódromo Teatro). Zingari chegou aos Estados Unidos, mas logo depois desapareceu do repertório.
Após uma série de operetas, Leoncavallo, num último esforço, criou
Edipo Re, mas morreu antes de terminar a orquestração, que foi acabada por Giovanni Pennacchio. Desde a década de 70 esta ópera tem tido um número surpreendentemente elevado de representações (incluindo Roma 1972, Viena 1977 e Amsterdão 1998), bem como uma produção totalmente encenada no Teatro Regio di Torino, em 2002.
A famosa
Mattinata foi por ele escrita para a
Gramofone Company com Caruso em mente. Escreveu o libreto para a maioria das suas próprias óperas e é considerado o maior libretista italiano do seu tempo, após
Arrigo Boito. Importante foi ainda a sua contribuição para o libreto de
Manon Lescaut de
Giacomo Puccini.
Ruggero Leoncavallo morreu em Montecatini,
Toscânia, a 9 de agosto de 1919.