Aleksandr Ivanovich Oparine (Uglitch, 2 de março de 1894 - Moscovo, 21 de abril de 1980) foi um biólogo e bioquímico russo, considerado uma das maiores autoridades sobre a teoria da origem da vida.
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Oparine formou-se na Universidade de Moscovo em 1917. Em 1924 publicou a mais moderna e aceita teoria para explicar o aparecimento da vida na Terra, a partir da evolução química gradual de moléculas baseadas em carbono numa "sopa primordial". Em 1935, fundou o Instituto Bioquímico RAS. Em 1946, foi admitido na Academia Soviética das Ciências. Em 1970,
foi eleito presidente da "Sociedade Internacional para o Estudo da
Origem da Vida". Faleceu aos 86 anos, em 21 de abril de 1980, e foi
sepultado no Cemitério Novodevichy em Moscovo.
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A sua teoria tem um forte substrato darwiniano:
através de competição e seleção natural, determinadas formas de
organização molecular tornaram-se dominantes e caracterizam as moléculas
vivas de hoje. Segundo ele, não existe diferença fundamental entre os
organismos vivos e matéria sem vida. Em princípio havia soluções
simples de substâncias orgânicas, cujo comportamento era governado
pelas propriedades de seus átomos e pelo arranjo destes átomos em uma
estrutura molecular. Gradualmente, entretanto, como resultado do
crescimento em complexidade, novas propriedades surgiram em consequência
do arranjo espacial e relacionamento mútuo das moléculas. Portanto, a
complexa combinação de propriedades que caracteriza a vida surgiu a
partir do processo de evolução da matéria.
Levando em conta a então recente descoberta de metano na atmosfera de Júpiter e outros planetas gigantes, Oparine postulou que a Terra primitiva também possuía uma atmosfera fortemente redutora, contendo metano, amónia, hidrogénio e água. Em sua opinião, esses foram os elementos essenciais para a evolução da vida.
Nessa
época a Terra estava passando por um processo de resfriamento, que
permitiu o acumulação de água nas depressões da sua crosta, formando os
mares primitivos. As tempestades com raios eram frequentes e ainda não havia na atmosfera o escudo de ozono contra radiações. As descargas elétricas e as radiações que atingiam nosso planeta teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas: as primeiras moléculas orgânicas. Estas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos.
O processo,
repetindo-se ao longo de vários anos, teria transformado os mares
primitivos em "sopas primitivas", ricas em matéria orgânica. Baseado no
trabalho de Bungenberg de Jong em coacervados, certas moléculas orgânicas (especialmente as proteínas)
podem espontaneamente formar agregados e camadas, quando estão na
água. Oparine sugeriu que diferentes tipos de coacervados podem ter se
formado nas "sopas primitivas" dos oceanos. Esses coacervados não eram
seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias
orgânicas, principalmente proteínas, em um sistema isolado. Apesar de
isolados os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo,
sendo que em seu interior houve possibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas.
Subsequentemente, sujeitos ao processo de seleção natural, esses
coarcervados cresceram em complexidade, levando eventualmente à vida.
Oparine algumas vezes chamado de "Darwin do século XX" não pôde demonstrar a sua teoria, mas aquele trabalho foi concluído por Stanley L. Miller em 1953, demonstrando que antes da vida houve uma pré-vida. A sua experiência demonstrou que a teoria de Oparine sobre os organismos, que criaram a molécula e depois as células, estava certa.
in Wikipédia
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