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Em
23 de fevereiro de
1956, durante o
XX Congresso do PCUS, Khrushchov chocaria a nação e o mundo ao fazer o seu famoso “
discurso secreto”, no qual acusava Estaline do crime de
genocídio durante as grandes purgas realizadas nos anos 30 na URSS e denunciava o
culto da personalidade
que o cercava. O seu ato acabou afastando-o dos líderes soviéticos mais
conservadores, mas ele acabou derrotando-os numa disputa interna que
visava derrubá-lo do poder em
1957.
Em
1958, Khrushchov substituiu
Nikolai Bulganin como
primeiro-ministro
da União Soviética. Ao tornar-se o líder incontestado da URSS, teve
condições para dar maior agilidade ao processo de implementação das suas
reformas.
Khrushchov era um líder pouco diplomático, de instrução apenas básica, a quem faltavam entendimento e conhecimento da
história
e do mundo fora das fronteiras da URSS, apesar dos seus adversários o reconhecerem como
inteligente, dentro e fora da URSS. Ficou conhecido
no período da
Guerra Fria
pelas suas atitudes pouco convencionais e grosseiras, famoso por
interromper oradores de outros países em eventos internacionais para
insultá-los e por suas atitudes insólitas, como tirar os sapatos e
batê-los na mesa de discussões, durante sessões do
Conselho de Segurança das Nações Unidas, ou brandir uma bota na cara do líder chinês
Mao Tsé Tung, ou ainda fazer comentários
xenófobos e
racistas sobre o povo
búlgaro, com o próprio primeiro-ministro da
Bulgária.
Conjuntamente com erros estratégicos, tanto na condução da
economia agrícola soviética, como na derrota política sofrida frente aos Estados Unidos na
crise dos mísseis de Cuba (
1962), o seu comportamento e suas atitudes humilhavam os seus companheiros do
Politburo e acabaram por causar a sua queda.
Em
14 de outubro de
1964,
Khrushchov foi derrubado do poder na União Soviética pelos seus adversários
do Politburo, acusado de erros políticos graves e desorganização da
economia soviética, a principal acusação foi de se meter numa guerra
armamentista, iniciada pela invasão da Baía dos Porcos, cuja atribuição,
segundo os soviéticos foi única e exclusiva de
John F. Kennedy, iniciando-se a chamada
Guerra Fria. Passou os restantes sete anos de sua vida em prisão domiciliar, até morrer, em Moscovo, a
11 de setembro de
1971.