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quinta-feira, julho 04, 2013

A Rainha Santa Isabel morreu há 677 anos

Isabel de Aragão (ou, usando a grafia medieval portuguesa, Yzabel; Saragoça, 1271 - Estremoz, 4 de julho de 1336), foi uma infanta aragonesa e, de 1282 até 1325, rainha consorte de Portugal. Passou à história com a fama de santa, tendo sido beatificada e, posteriormente, canonizada. Ficou popularmente conhecida como Rainha Santa Isabel ou, simplesmente, A Rainha Santa.

Origens
Isabel era a filha mais velha do rei Pedro III de Aragão e de Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília. Por via materna, era descendente de Frederico II, Sacro Imperador Romano-Germânico, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohhenstauffen, rei da Sicília, filho de Frederico II.
Teve cinco irmãos, entre os quais os reis aragoneses Afonso III e Jaime II, e Frederico II da Sicília. Para além disso, foi sobrinha materna de Santa Isabel da Hungria, também considerada santa pela Igreja Católica.


Casamento
D. Dinis I de Portugal tinha 19 anos quando subiu ao trono e, pensando em casamento, convinha-lhe Isabel de Aragão, tendo por isso enviado uma embaixada a Pedro de Aragão em 1280. Formavam-na João Velho, João Martins e Vasco Pires. Quando lá chegaram, estavam ainda à espera de resposta enviados dos reis de França e de Inglaterra, cada um desejoso de casar com Isabel um dos seus filhos. Aragão preferiu entre os pretendentes aquele que já era rei.
A 11 de fevereiro de 1282 com 12 anos, Isabel casou-se então por procuração com o soberano português D. Dinis em Barcelona, tendo celebrado a boda ao passar a fronteira da Beira, em Trancoso, em 26 de junho do mesmo ano. Por esse motivo, o rei acrescentou essa vila ao dote que habitualmente era entregue às rainhas (a chamada Casa das Rainhas, conjunto de senhorios a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam as prendas destinadas à manutenção da sua pessoa.
Em 1281 D. Isabel de Aragão recebeu como dote as vilas de Abrantes, Óbidos, Alenquer, e Porto de Mós. Posteriormente deteve ainda os castelos de Vila Viçosa, Monforte, Sintra, Ourém, Feira, Gaia, Lamoso, Nóbrega, Santo Estêvão de Chaves, Monforte de Rio Livre, Portel e Montalegre, para além de rendas em numerário e das vilas de Leiria e Arruda (1300), Torres Novas (1304) e Atouguia da Baleia (1307). Eram ainda seus os reguengos de Gondomar, Rebordões, Codões, para além de uma quinta em Torres Vedras e da lezíria da Atalaia.
Segundo uma história apócrifa, D. Dinis não lhe teria sido inteiramente devotado e visitaria damas nobres na região de Odivelas. Ao saber do sucedido, a rainha ter-lhe-á apenas respondido: Ide vê-las, Senhor. Com os tempos, de acordo com a tradição popular, uma corruptela de ide vê-las teria originado o moderno topónimo Odivelas. Contudo, esta interpretação não é sustentada pelos linguistas.
Do seu casamento com o rei D. Dinis teve dois filhos:

Pax Regina
Na década de 1320, o infante D. Afonso, herdeiro do trono, sentiu a sua posição ameaçada pelo favor que o rei D. Dinis demonstrava para com um seu filho bastardo, Afonso Sanches. O futuro D. Afonso IV declarou abertamente a intenção de batalhar contra o seu pai, o que quase se concretizaria na chamada peleja de Alvalade. No entanto, a intervenção da rainha conseguiu serenar os ânimos – pela paz assinada em 1325 nessa mesma povoação dos arredores de Lisboa, foi evitado um conflito armado que teria instabilizado o reino.
D. Dinis morreu em 1325 e, pouco depois da sua morte, Isabel terás peregrinado ao santuário de Santiago, em Compostela na Galiza, fazendo-o montada num burro e a última etapa a pé, onde ofertou muitos dos seus bens pessoais. Há historiadores que defendem a ideia que lá se terá deslocado duas vezes.
Recolheu-se por fim no então Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, vestindo o hábito da Ordem das Clarissas mas não fazendo votos (o que lhe permitia manter a sua fortuna usada para a caridade). Só voltaria a sair dele uma vez, pouco antes da morte, em 1336.
Nessa altura, Afonso declarou guerra ao seu sobrinho, o rei D. Afonso XI de Castela, filho da infanta Constança de Portugal e portanto neto materno de Isabel, pelos maus tratos que este infligia à sua mulher D. Maria, filha do rei português. Não obstante a sua idade avançada e a sua doença, a rainha Santa Isabel dirigiu-se a Estremoz, cavalgando na sua mula por dias e dias, onde mais uma vez se colocou entre dois exércitos desavindos e evitou a guerra. No entanto, a paz chegaria somente quatro anos mais tarde, com a intervenção da própria Maria de Portugal, por um tratado assinado em Sevilha em 1339.

Túmulo da Rainha Santa Isabel por Mestre Pêro, no Convento de Santa Clara-a-Nova

Falecimento e legado
Isabel faleceu, tocada pela peste, em Estremoz, a 4 de julho de 1336, tendo deixado expresso em seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, onde em 1995 foi iniciada uma escavação arqueológica, após ter estado por 400 anos parcialmente submerso pelo rio Mondego.
Segundo uma história hagiográfica, sendo a viagem demorada, havia o receio de o cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calor abrasador o ataúde começou a abrir fendas, pelas quais elas escorria um líquido, que todos supuseram provir da decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que em vez do mau cheiro esperado, saía um aroma suavíssimo do ataúde. O seu marido, D. Dinis, repousa no Mosteiro de São Dinis em Odivelas.
Isabel terá sido uma rainha muito piedosa, passando grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a sua morte. Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625. É reverenciada a 4 de Julho, data do seu falecimento.
Com a invasão progressiva do convento de Santa Clara-a-Velha de Coimbra pelas águas do rio Mondego, houve necessidade de construir o novo convento de Santa-Clara-a-Nova no século XVII, para onde se procedeu à trasladação do corpo da Rainha Santa. O seu corpo encontra-se incorrupto no túmulo de prata e cristal, mandado fazer depois da trasladação para Santa Clara-a-Nova.
No século XVII, a rainha D. Luísa de Gusmão, regente em nome de seu filho D. Afonso VI, transformou em capela o quarto em que a Rainha Santa Isabel havia falecido no castelo de Estremoz.
Actualmente, inúmeras escolas e igrejas ostentam o seu nome em sua homenagem. É ainda padroeira da cidade de Coimbra, cujo feriado municipal coincide com o dia da sua memória (4 de Julho). Alfredo Marceneiro dedicou-lhe o fado Rainha Santa, com letra de Henrique Rego.
O seu túmulo, bem como o Mosteiro Novo de Santa Clara (Santa Clara-a-Nova), está confiado à guarda da Confraria da Rainha Santa Isabel.


segunda-feira, julho 27, 2009

Fim-de-semana em Coimbra


Com início na tarde de 6ª, foi mais fantástico fim-de-semana como há muito já fazia... Começou com uma ida ao Centro Comercial Dolce Vita, para jantar e comprar uns livros. Depois uma ida ao Museu da Ciência, onde havia uma actividade Ciência Viva no Verão que era, simultaneamente, Geologia no Verão e Astronomia no Verão: Um pezinho na Lua, por nós aqui já duplamente anunciada. Com a presença das minhas antigas professoras, as Doutoras Elsa Gomes e Celeste Gomes, foi excelente...! Os lançamentos de foguetes, os filmes das missões Apollo, a Exposição sobre Darwin, a exposição permanente, o modelo interactivos, vulgo bola gigante, dos planetas principais do Sistema Solar (mai-la Lua e Sol...), o microscópio petrográfico, as amostras de mão de rochas vulcânicas e a simpatia de todos, tudo valeu a pena.

Depois, uma noite bem dormida, na antiga casa onde vive durante 10 anos em Coimbra e estava pronto para outra Geologia no Verão: Os percursos da água na Coimbra subterrânea. A presença da Doutora Lídia Catarino e dos Doutores Fernando Figueiredo e José Manuel Azevedo (isto para além de um engenheiro geólogo que trabalha na Reitoria e do qual não sei o nome...) foi fantástica. Depois a visita a uma Cisterna no antigo edifício dos Hospitais da Universidade, a ida à Mina que abastece o Jardim Botânico, na zona da Escola Secundária José Falcão e ainda o túnel de Ribela, na zona da Praça da República e Jardim da Sereia, acompanhadas de excelentes explicações e animado convívio, valeram bem a pena! O meu garoto adorou aparecer na notícia do Calinas...!

À tarde, ida ao Fórum Coimbra (depois do banho em casa, um almoço no centro comercial, com aquelas porcarias que só fazem mal mas sabem tão bem...), mais umas compras, seguidas de um frugal jantar chez moi. A seguir, para o puto ficar contente, uma ida à ponte pedonal de Pedro e Inês (que tristeza estar tão vandalizada...), uma visita à zona circundante (a movida chegou a Coimbra...!) e mais uma dormida na antiga casa.

No dia a seguir, uma ida ao Convento de Santa Clara-a-Velha (que, ao domingo de manhã, é de graça....!) , com a curiosidade de lá estar a mulher e o filho de um geopedrado, colega e amigo (o Luís Costa - que ficou, de castigo, em casa, a fazer o almoço) e em seguida o regresso a Leiria.

O Fernando, a Adelaide e o João Martins, mais a tia Céu Machado, agradecem a todos os que lhe proporcionaram três dias tão perfeitos...

Em breve colocaremos mais material (fotos, textos de jornais, etc.) sobre este assunto...


ADENDA: o engenheiro geólogo referido no texto chama-se Paulo Morgado (os nossos agradecimentos à Doutora Lídia pela informação...) e, sendo nosso leitor, há que lhe agradecer aqui as suas simpáticas palavras e dar os parabéns pelo trabalho e por tudo o que fez nesta Acção...