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sexta-feira, março 08, 2024

Poesia (cantada...) adequado à data...

 

 

 

LÁGRIMA CELESTE

 

Lágrima celeste,

pérola do mar,

tu que me fizeste

para me encantar!

 

Ah! se tu não fosses

lágrima do céu,

lágrimas tão doces

não chorava eu.

 

Se eu nunca te visse,

bonina do vale,

talvez não sentisse

nunca amor igual.

 

Pomba debandada,

que é dos filhos teus?

Luz da madrugada,

luz dos olhos meus!

 

Meu suspiro eterno,

meu eterno amor,

de um olhar mais terno

que o abrir da flor.

 

Quando o néctar chora

que se lhe introduz

ao romper da aurora

e ao raiar da luz!

 

Esta voz te enleve,

este adeus lá soe,

o Senhor to leve

e Deus te abençoe.

 

O Senhor te diga

se te adoro ou não,

minha doce amiga

do meu coração!

 

Se de ti me esqueço

ou já me esqueci,

ou se mais lhe peço

do que ver-te a ti!

 

A ti, que amo tanto

como a flor a luz,

como a ave o canto,

e o Cordeiro a Cruz;

 

A campa o cipreste,

a rola o seu par,

lágrima celeste,

pérola do mar.

 

Lágrima celeste,

pérola do mar,

tu que me fizeste

para me encantar?

 


in Campo de Flores (1868) - João de Deus

quinta-feira, janeiro 11, 2024

João de Deus morreu há 128 anos...

  
João de Deus de Nogueira Ramos (São Bartolomeu de Messines, 8 de março de 1830 - Lisboa, 11 de janeiro de 1896), mais conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico e pedagogo, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objeto das mais variadas homenagens. Foi considerado o poeta do amor e encontra-se sepultado no Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.

 

Beijo

 

Beijo na face
Pede-se e dá-se:
             Dá?
Que custa um beijo?
Não tenha pejo:
             Vá!

Um beijo é culpa,
Que se desculpa:
             Dá?
A borboleta
Beija a violeta:
             Vá!

Um beijo é graça,
Que a mais não passa:
             Dá?
Teme que a tente?
É inocente...
             Vá!

Guardo segredo,
Não tenha medo...
             Vê?
Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,
             Dê!

*

Como ele é doce!
Como ele trouxe,
             Flor,
Paz a meu seio!
Saciar-me veio,
             Amor!

Saciar-me? louco...
Um é tão pouco,
             Flor!
Deixa, concede
Que eu mate a sede,
             Amor!

Talvez te leve
O vento em breve,
             Flor!
A vida foge,
A vida é hoje,
             Amor!

Guardo segredo,
Não tenhas medo
             Pois!
Um mais na face,
E a mais não passe!
             Dois...

*

Oh! dois? piedade!
Coisas tão boas...
             Vês?
Quantas pessoas
Tem a Trindade?
             Três!

Três é a conta
Certinho, e justa...
             Vês?
E que te custa?
Não sejas tonta!
             Três!

Três, sim: não cuides
Que te desgraças:
             Vês?
Três são as Graças,
Três as Virtudes;
             Três.

As folhas santas
Que o lírio fecham,
             Vês?
E não o deixam
Manchar, são... quantas?
             Três!

quarta-feira, março 08, 2023

Poesia cantada adequado à data...

 

LÁGRIMA CELESTE

 

Lágrima celeste,

pérola do mar,

tu que me fizeste

para me encantar!

 

Ah! se tu não fosses

lágrima do céu,

lágrimas tão doces

não chorava eu.

 

Se eu nunca te visse,

bonina do vale,

talvez não sentisse

nunca amor igual.

 

Pomba debandada,

que é dos filhos teus?

Luz da madrugada,

luz dos olhos meus!

 

Meu suspiro eterno,

meu eterno amor,

de um olhar mais terno

que o abrir da flor.

 

Quando o néctar chora

que se lhe introduz

ao romper da aurora

e ao raiar da luz!

 

Esta voz te enleve,

este adeus lá soe,

o Senhor to leve

e Deus te abençoe.

 

O Senhor te diga

se te adoro ou não,

minha doce amiga

do meu coração!

 

Se de ti me esqueço

ou já me esqueci,

ou se mais lhe peço

do que ver-te a ti!

 

A ti, que amo tanto

como a flor a luz,

como a ave o canto,

e o Cordeiro a Cruz;

 

A campa o cipreste,

a rola o seu par,

lágrima celeste,

pérola do mar.

 

Lágrima celeste,

pérola do mar,

tu que me fizeste

para me encantar?

 


in Campo de Flores (1868) - João de Deus

 

quarta-feira, janeiro 11, 2023

O grande poeta e pedagogo João de Deus morreu há 127 anos

  
João de Deus de Nogueira Ramos (São Bartolomeu de Messines, 8 de março de 1830 - Lisboa, 11 de janeiro de 1896), mais conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico e pedagogo, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objeto das mais variadas homenagens. Foi considerado o poeta do amor e encontra-se sepultado no Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.

 


 

LÁGRIMA CELESTE
 
 
Lágrima celeste,
pérola do mar,
tu que me fizeste
para me encantar!
 
Ah! se tu não fosses
lágrima do céu,
lágrimas tão doces
não chorava eu.
 
Se eu nunca te visse,
bonina do vale,
talvez não sentisse
nunca amor igual.
 
Pomba debandada,
que é dos filhos teus?
Luz da madrugada,
luz dos olhos meus!
 
Meu suspiro eterno,
meu eterno amor,
de um olhar mais terno
que o abrir da flor.

Quando o néctar chora
que se lhe introduz
ao romper da aurora
e ao raiar da luz!
 
Esta voz te enleve,
este adeus lá soe,
o Senhor to leve
e Deus te abençoe.
 
O Senhor te diga
se te adoro ou não,
minha doce amiga
do meu coração!
 
Se de ti me esqueço
ou já me esqueci,
ou se mais lhe peço
do que ver-te a ti!
 
A ti, que amo tanto
como a flor a luz,
como a ave o canto,
e o Cordeiro a Cruz;
 
A campa o cipreste,
a rola o seu par,
lágrima celeste,
pérola do mar.
 
Lágrima celeste,
pérola do mar,
tu que me fizeste
para me encantar?
 
 
in
Campo de Flores (1893) - João de Deus

terça-feira, março 08, 2022

Poema cantado adequado à data...

   

LÁGRIMA CELESTE

 

Lágrima celeste,

pérola do mar,

tu que me fizeste

para me encantar!

 

Ah! se tu não fosses

lágrima do céu,

lágrimas tão doces

não chorava eu.

 

Se eu nunca te visse,

bonina do vale,

talvez não sentisse

nunca amor igual.

 

Pomba debandada,

que é dos filhos teus?

Luz da madrugada,

luz dos olhos meus!

 

Meu suspiro eterno,

meu eterno amor,

de um olhar mais terno

que o abrir da flor.

 

Quando o néctar chora

que se lhe introduz

ao romper da aurora

e ao raiar da luz!

 

Esta voz te enleve,

este adeus lá soe,

o Senhor to leve

e Deus te abençoe.

 

O Senhor te diga

se te adoro ou não,

minha doce amiga

do meu coração!

 

Se de ti me esqueço

ou já me esqueci,

ou se mais lhe peço

do que ver-te a ti!

 

A ti, que amo tanto

como a flor a luz,

como a ave o canto,

e o Cordeiro a Cruz;

 

A campa o cipreste,

a rola o seu par,

lágrima celeste,

pérola do mar.

 

Lágrima celeste,

pérola do mar,

tu que me fizeste

para me encantar?

 


in Campo de Flores (1868) - João de Deus

terça-feira, janeiro 11, 2022

João de Deus, poeta e pedagogo, morreu há 126 anos

  
João de Deus de Nogueira Ramos (São Bartolomeu de Messines, 8 de março de 1830 - Lisboa, 11 de janeiro de 1896), mais conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico e pedagogo, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objecto das mais variadas homenagens. Foi considerado o poeta do amor e encontra-se sepultado no Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.

   


 

LÁGRIMA CELESTE
 
 
Lágrima celeste,
pérola do mar,
tu que me fizeste
para me encantar!
 
Ah! se tu não fosses
lágrima do céu,
lágrimas tão doces
não chorava eu.
 
Se eu nunca te visse,
bonina do vale,
talvez não sentisse
nunca amor igual.
 
Pomba debandada,
que é dos filhos teus?
Luz da madrugada,
luz dos olhos meus!
 
Meu suspiro eterno,
meu eterno amor,
de um olhar mais terno
que o abrir da flor.

Quando o néctar chora
que se lhe introduz
ao romper da aurora
e ao raiar da luz!
 
Esta voz te enleve,
este adeus lá soe,
o Senhor to leve
e Deus te abençoe.
 
O Senhor te diga
se te adoro ou não,
minha doce amiga
do meu coração!
 
Se de ti me esqueço
ou já me esqueci,
ou se mais lhe peço
do que ver-te a ti!
 
A ti, que amo tanto
como a flor a luz,
como a ave o canto,
e o Cordeiro a Cruz;
 
A campa o cipreste,
a rola o seu par,
lágrima celeste,
pérola do mar.
 
Lágrima celeste,
pérola do mar,
tu que me fizeste
para me encantar?
 
 
in
Campo de Flores (1893) - João de Deus