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quarta-feira, janeiro 11, 2012

O poeta e pedagogo João de Deus morreu há 116 anos

   
João de Deus de Nogueira Ramos (São Bartolomeu de Messines, 8 de março de 1830 - Lisboa, 11 de janeiro de 1896), mais conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objecto das mais variadas homenagens e, aquando da sua morte, sepultado no Panteão Nacional.

A MINHA MÃE

Pátria! berço d'amor, que a alma embala
Em quanto a luz vital nos ilumina,
E onde só descansado se reclina
Quem, longe d'ela, dor contínua rala...


Se n'essa essência, mãe! que a flor exala
Na essência d'uma flor d'essa colina,
Vês lágrimas d'amor que dentro a mina,
Com saudades de quem do céu lhe fala:


Se quando, o céu buscando, o fumo ondeia,
Quando esse vale o sol deixa indeciso,
Vês como fumo e flor aspira, anseia


Um pai, um Deus, um céu, um paraíso,
Ah! tendo eu tudo, tudo, em minha aldeia,
Vê tu se lábio meu desfolha um riso!

sábado, abril 02, 2011

Há um século nascia o primeiro Jardim-Escola João de Deus (em Coimbra)

(imagem daqui)

O 1º Jardim-Escola João de Deus


A história dos Jardins-Escola João de Deus tem origem na constituição da Associação de Escola Móveis pelo Método de João de Deus, fundada a 18 de Maio de 1882, por iniciativa de Casimiro Freire, secundado por algumas personalidades destacadas do seu tempo como Bernardino Machado, Jaime Magalhães Lima, Francisco Teixeira de Queiroz, Ana de Castro Osório e Homem Cristo, entre outros.

A Câmara Municipal de Coimbra facultou um terreno com uma superfície de 4800m2 e o projecto de arquitectura foi oferecido pelo arquitecto Raul Lino, segundo as orientações pedagógicas de João de Deus Ramos.

No Relatório de Actividades de 1908, da Associação, pode ler-se: Os Jardins-Escolas prestar-se-ão esplendidamente para habilitar melhor os nossos professores e facilitarão, como centros de propaganda, o desenvolvimento das bibliotecas populares, bem como a realização das palestras e leituras públicas com o auxílio de projecções luminosas. (...) e mais (...) desta sorte a Associação, além de contribuir esforçadamente para a extinção do analfabetismo, terá lançado as bases fundamentais de uma urgente reforma no processo de todo o ensino, começando como deve ser, pelo ensino de infância, o que se tornará motivo de legítimo orgulho para a nossa Associação e para o País. No meio de tanta desorientação em assuntos educativos, a obra nacional de João de Deus ficará firme, duradoura e utilíssima, como genuinamente nacional (...).

O Jardim-Escola João de Deus de Coimbra foi inaugurado a 2 de Abril de 1911 e custou cerca de 4500$000 réis. Os fundos foram conseguidos através de donativos, mas principalmente graças aos serões musicais organizados pelo orfeão académico de Coimbra, dirigido por António Joyce, que conseguiram juntar a fantástica soma de 1480$000 réis.

João de Deus Ramos dando-lhe o nome do Pai cumpriu o seu dever de educador e de português. São os princípios pedagógicos que João de Deus defendeu sempre os que inspiram a obra realizada, é a sua compreensão do que seja a educação e o ensino da criança que ali se vai encontrar: o carinho da família, o respeito pela espontaneidade infantil, o desenvolvimento gradual do raciocínio, apoiado sempre em noções concretas.


terça-feira, março 08, 2011

O poeta João de Deus nasceu há 181 anos


João de Deus de Nogueira Ramos (São Bartolomeu de Messines, 8 de Março de 1830Lisboa, 11 de Janeiro de 1896), mais conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objecto das mais variadas homenagens e, aquando da sua morte, sepultado no Panteão Nacional. Foi considerado o poeta do amor.



A Vida

A vida é o dia de hoje,
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura um momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!

A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave;
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida – pena caída
Da asa de ave ferida –
De vale em vale impelida,
A vida o vento a levou!

domingo, dezembro 20, 2009

Poema alusivo à época natalícia - IV


HINO DE AMOR

Andava um dia
Em pequenino
Nos arredores
De Nazaré,
Em companhia
De São José,
O bom Jesus,
O Deus Menino.

Eis senão quando
Vê num silvado
Andar piando
Arrepiado
E esvoaçando
Um rouxinol,
Que uma serpente
De olhar de luz
Resplandecente
Como a do Sol,
E penetrante
Como diamante,
Tinha atraído,
Tinha encantado.
Jesus, doído
Do desgraçado
Do passarinho,
Sai do caminho,
Corre apressado,
Quebra o encanto,
Foge a serpente,
E de repente
O pobrezinho,
Salvo e contente,
Rompe num canto
Tão requebrado,
Ou antes pranto
Tão soluçado,
Tão repassado
De gratidão,
De uma alegria,
Uma expansão,
Uma veemência,
Uma expressão,
Uma cadência,
Que comovia
O coração!
Jesus caminha
No seu passeio,
E a avezinha
Continuando
No seu gorjeio
Enquanto o via;
De vez em quando
Lá lhe passava
A dianteira
E mal poisava,
Não afroixava
Nem repetia,
Que redobrava
De melodia!

Assim foi indo
E foi seguindo.
De tal maneira,
Que noite e dia
Numa palmeira,
Que havia perto
Donde morava
Nosso Senhor
Em pequenino
(Era já certo)
Ela lá estava
A pobre ave
Cantando o hino
Terno e suave
Do seu amor
Ao Salvador!


João de Deus