Frankie Laine (sentado à direita)
Sendo um cantor pop com voz de tenor e montes de estilo, capaz de encher salões sem microfone e um dos maiores
fazedores de sucessos dos finais da década de
40 e início da década de
50, Laine tinha um catálogo de mais de 70 gravações, 21 discos de ouro, e 250 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Originalmente era um cantor de
rhythm and blues influenciado pelo
jazz, Laine excedeu com virtuosismo qualquer estilo de música, expandindo, eventualmente, de igual modo, vários géneros de música popular padronizados, como o
Gospel,
Folk,
Country, western,
rock'n'roll e uma ou outra inovação esporádica. Também era conhecido como
Mr Rhythm pelo excitante estilo que imprimia ao
jazz.
Laine era o primeiro e o maior de uma geração de cantores com influências negras, que ganhou proeminência depois da
Segunda Guerra Mundial. Este estilo novo, cru e carregado de emoções parecia o sinal do fim do anterior estilo de cantar. E era de facto o anúncio do
rock'n'roll que estava a chegar. Como historiador da música, Jonny Whiteside escreveu:
"Nos clubes de Hollywood, uma nova geração de cantores brancos com influências negras faz um vergonhoso atropelo de novos sons... Mais importante que todos eles, era Frankie Laine, um grande rapaz branco com 'amígdalas de aço' que cinge tochas azuis enquanto dança pesadamente com a sua altura de doze pés em articulações como "Billy Berg", "Club Hangover" e o "Bandbox". ... O estilo vocal de Laine não fica a dever nada a
Crosby,
Sinatra ou
Dick Haymes. Ao contrário ele passou à frente de
Billy Eckstine,
Joe Turner ou
Jimmy Rushing, e com isso Laine espalhou as sementes de uma nova percepção e as audiências cresceram. ... Frank Sinatra representou, talvez, o maior florescimento da tradição de cantar de um quarto de século, mas repentinamente tornou-se anacrónico. Primeiro Frankie Laine, depois
Tony Bennett, e agora Johnnie (Ray), cantando músicas dos
The Belters e
The Exciters, vieram juntamente com uma insolente vibração e uma vulgar batida, transformar a velha rotina que Frank meticulosamente aperfeiçoara, parecer quase inválida."
Nas palavras do crítico de jazz, Richard Grudens:
"O estilo de Frank foi muito inovador, o que fez com que ele, a início, tivesse alguma dificuldade em ser aceite. Ele preferia torcer as
notas e cantar sobre combinações de sons do que cantar a nota directamente, e ele enfatizou cada compasso rítmico, o que era diferente dos suaves cantores de balada da época."
A sua gravação de
1946 de "That's My Desire" ficou como um marco assinalando o fim do duplo domínio das grandes bandas e do estilo de cantar favorecido pelos contemporâneos, Dick Haymes e Frank Sinatra. Frequentemente apelidado como o primeiro cantor de
soul de olhos azuis, o estilo de Laine deixou claro o caminho para muitos artistas que apareceram nos finais da
década de 1940 e início da década de
1950, incluindo
Kay Starr, Tony Bennett,
Johnnie Ray e
Elvis Presley (que inicialmente era descrito pelos críticos como "um cruzamento entre
Johnnie Ray e Frankie Laine).
"
Eu penso que Frank provavelmente era um dos precursores dos .... blues, e do .... rock'n'roll. Bastantes cantores cantavam com um comportamento apaixonado - Frank foi e é definitivamente um deles. Eu costumo sempre imitá-lo com 'That's...my...desire.' Mais tarde Johnnie Ray juntou-se a esse modo de fazer todo esse tipo de movimentos, mas Frank já o havia feito." - Patti Page
Ao longo da
década de 1950, Laine gozou de uma segunda carreira cantando as canções iniciais de filmes de
Hollywood e de programas de televisão, incluindo: "Gunfight at the OK Corral", "3:10 To Yuma", "Bullwhip" e "Rawhide". A sua execução da canção título do filme de
Mel Brooks, "Blazing Saddles" (
1974) ganhou uma nomeação para o Óscar de melhor canção e, na televisão, Laine apresentou "Rawhide" para a série do mesmo nome, que se tornou um tema popular.
"Não se pode categorizá-lo. Ele é um daqueles cantores que não estão num só trilho. E ainda penso que as suas gravações tiveram mais excitação e vida dentro delas. E penso que era pela sua grande venda, que ele era tão cheio de energia. Você sabe, quando se ouviam as suas gravações isso era dinamite." – Herb Jeffries