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sábado, abril 20, 2024
A república decidiu roubar todos os bens da Igreja Católica portuguesa há 113 anos
A Lei da Separação do Estado das Igrejas foi aprovada, por decreto com força de lei, de 20 de abril de 1911, do Governo Provisório da República Portuguesa, e publicada no Diário do Governo de 21 do mesmo mês. Os bens da Igreja Católica foram nacionalizados e as manifestações públicas de culto passaram a ser fiscalizadas. Como resposta, a Santa Sé corta relações diplomáticas com Portugal.
in Wikipédia
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Marcadores: Afonso Costa, FDP, Lei da Separação do Estado das Igrejas, maçonaria, perseguição, roubo
segunda-feira, março 06, 2023
Um aldrabão chamado Afonso Costa nasceu há 152 anos
Afonso Augusto da Costa (Seia, 6 de março de 1871 - Paris, 11 de maio de 1937) foi um advogado, professor universitário, político republicano e estadista português.
Foi um dos principais obreiros da implantação da república em Portugal e uma das figuras dominantes da primeira república.
in Wikipédia
NOTA: deixamos aqui um excelente texto para quem quiser conhecer melhor este senhor:
Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?Afonso Costa não é, como escreveu A.H. de Oliveira Marques, o mais querido e o mais odiado dos Portugueses. É, com certeza, uma das figuras mais ridículas e abjectas da História de Portugal, epítome do que constituiu a I República, ou seja, um regime de vale-tudo, de ameaças, de extorsões, de perseguições e ódios. Afonso Costa jamais foi querido. Foi sempre temido, odiado, repudiado e no fim respeitado, pois ser amado significava perder a força necessária à consolidação da sua obra. A República Portuguesa, sobretudo nos seus defeitos (sim, porque não podemos esconder-lhe algumas virtudes) foi da sua lavra. Desde a tentativa de erradicação da Igreja Católica, às sovas que deu ou mandou dar aos seus opositores, passando pelos pequenos furtos ou os grandes roubos em que esteve envolvido, sem qualquer pejo, embaraço ou vergonha. Como escreveu Fernando Pessoa: «Não podendo Afonso Costa fazer mais nada, é homem para mandar assassinar. Tudo depende do seu grau de indignação.». Ora, a indignação de Afonso Costa teve vários graus, tantos ou mais do que aqueles que subiu na hierarquia da Maçonaria que o acolhia com fraternidade. Aliás, a raiva deste paladino da República nunca foi elitista, faça-se-lhe justiça: tanto se dirigia a monárquicos como a republicanos, dependendo de quem se atrevia a fazer-lhe frente.Político experimentado dos últimos anos do Rotativismo e da experiência do Franquismo, A. Costa sabia uma coisa: para governar um país como Portugal, a Democracia só podia vir depois. Mais, o primeiro passo para mandar nos portugueses, não é suspender o Parlamento, ou calar a Imprensa, é alimentar o mais possível o caciquismo e os clientelismos. Por isso, com uma mestria nem sequer igualada pelo seu sucessor das Finanças a partir de 1926, rodeou-se da família, criando uma Dinastia de Costas (a expressão aparece na sua correspondência), leal, forte, incorruptível (na qual a sua mulher teve um papel fundamental, mesmo apesar de às mulheres a República ter negado o direito ao voto), distribuiu benesses aos mais próximos, amigos ou inimigos, mantendo-os no bolso como qualquer bom gangster o faria.Contudo, Costa tinha um lado medroso que faz dele esse político tão extraordinário e vivo da nossa História. Rodeava-se da púrria (adolescentes vadios e marginais a quem oferecia bombas e armas para assustar a população) e ele próprio manejava a pólvora como ninguém; por outro lado era incapaz de enfrentar um opositor num frente a frente. E tinha medo, muito medo, do próprio terror que lançara. Quando, em 1917, Sidónio o mandou ir prender ao Porto andou escondido em guarda-fatos e dali saiu apupado por uma fila de mulheres. Passou vexames inacreditáveis: viu a sua casa ser esbulhada de alguns dos objetos que ele tinha furtado nos Palácios Reais e um dia, em julho de 1915, seguindo num elétrico, atirou-se pela janela fora ao som e à vista de um clarão que pensava vir de uma bomba. Não fora um atentado, apenas um curto-circuito…estatelou-se no chão de onde foi levantado pelos transeuntes em estado grave e, durante meses e anos a fio, Lisboa transformou esta cena patética numa adivinha popular: Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?Afonso Costa participou em negociatas e estranhos casos de favorecimento. Desapareceram processos durante o seu ministério na Justiça e não poucas vezes viu o Parlamento envolvê-lo na “roubalheira” de que fala Raul Brandão e na qual políticos e militares participavam. Em França um banqueiro virou-se para António Cabral, ex-ministro da Monarquia perguntando-lhe: - “Conhece um tal de Afonso Costa, em Portugal”. António Cabral disse que sim, que o conhecia bem… ao que o capitalista respondeu – “Pois deve ser um dos homens mais ricos do seu país, dada a quantia que possui na conta que por cá abriu…”Nada o detinha. Para além de manipular a legislação a seu favor (algo que facilmente podia fazer, dado que controlava, a partir da proeminência do seu Partido Democrático, veja-se o Caso das Binubas, de que hoje ninguém fala…) executava malabarismos financeiros, como o que envolveu a sua mulher, para quem fez desviar, sob a desculpa da caridade, meio milhão de francos, destinados à Comissão de Hospitalização da Cruzada das Mulheres Portuguesas, de que a D. Alzira Costa era presidente.Claro está que no meio de governos maioritários, ditatoriais e não fiscalizados, no meio do clima de terror que Afonso Costa ajudara a criar e mantinha para sua segurança e a da própria República, os roubos não só eram frequentes, como absolutamente seguros (prova-o a “habilidade” de Alves dos Reis, em 1925). Nenhuma investigação sendo efetivamente aberta levaria a alguma condenação. Não deixa de ser curioso que às despesas e aos roubos que os republicanos faziam questão de apontar antes de 1910 tornaram-se frequentíssimos durante os loucos anos da I República: armamento, fardas militares, promiscuidades várias com empresas estrangeiras, etc, etc.Através da figura de Afonso Costa é fácil entender as atuais comemorações do Centenário e como, a meio deste ano de 2010, os seus mandatários resolveram assumir a celebração dos primeiros anos da República, evitando assim o Estado Novo e, na III República, fugir à inevitável glorificação de uma certa “oposição” não socialista. É que a Primeira República, intolerante e exclusiva como hoje alguns dos seus admiradores é a melhor e talvez a única maneira de regressar às raízes e à autenticidade da República Portuguesa tal qual ela foi gizada.
Nuno Resende daqui
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Marcadores: Afonso Costa, FDP, I república, Monarquia
domingo, março 06, 2022
Um político aldrabão chamado Afonso Costa nasceu há 151 anos
Afonso Augusto da Costa (Seia, 6 de março de 1871 - Paris, 11 de maio de 1937) foi um advogado, professor universitário, político republicano e estadista português.
Foi um dos principais obreiros da implantação da república em Portugal e uma das figuras dominantes da primeira república.
in Wikipédia
NOTA: deixamos aqui um excelente texto para quem quiser conhecer melhor este senhor:
Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?Afonso Costa não é, como escreveu A.H. de Oliveira Marques, o mais querido e o mais odiado dos Portugueses. É, com certeza, uma das figuras mais ridículas e abjectas da História de Portugal, epítome do que constituiu a I República, ou seja, um regime de vale-tudo, de ameaças, de extorsões, de perseguições e ódios. Afonso Costa jamais foi querido. Foi sempre temido, odiado, repudiado e no fim respeitado, pois ser amado significava perder a força necessária à consolidação da sua obra. A República Portuguesa, sobretudo nos seus defeitos (sim, porque não podemos esconder-lhe algumas virtudes) foi da sua lavra. Desde a tentativa de erradicação da Igreja Católica, às sovas que deu ou mandou dar aos seus opositores, passando pelos pequenos furtos ou os grandes roubos em que esteve envolvido, sem qualquer pejo, embaraço ou vergonha. Como escreveu Fernando Pessoa: «Não podendo Afonso Costa fazer mais nada, é homem para mandar assassinar. Tudo depende do seu grau de indignação.». Ora, a indignação de Afonso Costa teve vários graus, tantos ou mais do que aqueles que subiu na hierarquia da Maçonaria que o acolhia com fraternidade. Aliás, a raiva deste paladino da República nunca foi elitista, faça-se-lhe justiça: tanto se dirigia a monárquicos como a republicanos, dependendo de quem se atrevia a fazer-lhe frente.Político experimentado dos últimos anos do Rotativismo e da experiência do Franquismo, A. Costa sabia uma coisa: para governar um país como Portugal, a Democracia só podia vir depois. Mais, o primeiro passo para mandar nos portugueses, não é suspender o Parlamento, ou calar a Imprensa, é alimentar o mais possível o caciquismo e os clientelismos. Por isso, com uma mestria nem sequer igualada pelo seu sucessor das Finanças a partir de 1926, rodeou-se da família, criando uma Dinastia de Costas (a expressão aparece na sua correspondência), leal, forte, incorruptível (na qual a sua mulher teve um papel fundamental, mesmo apesar de às mulheres a República ter negado o direito ao voto), distribuiu benesses aos mais próximos, amigos ou inimigos, mantendo-os no bolso como qualquer bom gangster o faria.Contudo, Costa tinha um lado medroso que faz dele esse político tão extraordinário e vivo da nossa História. Rodeava-se da púrria (adolescentes vadios e marginais a quem oferecia bombas e armas para assustar a população) e ele próprio manejava a pólvora como ninguém; por outro lado era incapaz de enfrentar um opositor num frente a frente. E tinha medo, muito medo, do próprio terror que lançara. Quando, em 1917, Sidónio o mandou ir prender ao Porto andou escondido em guarda-fatos e dali saiu apupado por uma fila de mulheres. Passou vexames inacreditáveis: viu a sua casa ser esbulhada de alguns dos objetos que ele tinha furtado nos Palácios Reais e um dia de julho de 1915, seguindo num elétrico atirou-se pela janela fora ao som e à vista de um clarão que pensava vir de uma bomba. Não fora um atentado, apenas um curto-circuito…estatelou-se no chão de onde foi levantado pelos transeuntes em estado grave e, durante meses e anos a fio, Lisboa transformou esta cena patética numa adivinha popular: Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?Afonso Costa participou em negociatas e estranhos casos de favorecimento. Desapareceram processos durante o seu ministério na Justiça e não poucas vezes viu o Parlamento envolvê-lo na “roubalheira” de que fala Raul Brandão e na qual políticos e militares participavam. Em França um banqueiro virou-se para António Cabral, ex-ministro da Monarquia perguntando-lhe: - “Conhece um tal de Afonso Costa, em Portugal”. António Cabral disse que sim, que o conhecia bem… ao que o capitalista respondeu – “Pois deve ser um dos homens mais ricos do seu país, dada a quantia que possui na conta que por cá abriu…”Nada o detia. Para além de manipular a legislação a seu favor (algo que facilmente podia fazer dado que controlava, a partir da proeminência do seu Partido Democrático, veja-se o Caso das Binubas, de que hoje ninguém fala…) executava malabarismos financeiros, como o que envolveu a sua mulher para quem fez desviar, sob a desculpa da caridade, meio milhão de francos, destinados à Comissão de Hospitalização da Cruzada das Mulheres Portuguesas, de que a D. Alzira Costa era presidente.Claro está que no meio de governos maioritários, ditatoriais e não fiscalizados, no meio do clima de terror que Afonso Costa ajudara a criar e mantinha para sua segurança e a da própria República, os roubos não só eram frequentes, como absolutamente seguros (prova-o a “habilidade” de Alves dos Reis, em 1925). Nenhuma investigação sendo efetivamente aberta levaria a alguma condenação. Não deixa de ser curioso que às despesas e aos roubos que os republicanos faziam questão de apontar antes de 1910 tornaram-se frequentíssimos durante os loucos anos da I República: armamento, fardas militares, promiscuidades várias com empresas estrangeiras, etc, etc.Através da figura de Afonso Costa é fácil entender as atuais comemorações do Centenário e como, a meio deste ano de 2010, os seus mandatários resolveram assumir a celebração dos primeiros anos da República, evitando assim o Estado Novo e, na III República, fugir à inevitável glorificação de uma certa “oposição” não socialista. É que a Primeira República, intolerante e exclusiva como hoje alguns dos seus admiradores é a melhor e talvez a única maneira de regressar às raízes e à autenticidade da República Portuguesa tal qual ela foi gizada.
Nuno Resende daqui
Postado por Fernando Martins às 01:51 0 bocas
Marcadores: Afonso Costa, FDP, I república, Monarquia
sábado, março 06, 2021
Um aldrabão chamado Afonso Costa nasceu há 150 anos
Afonso Augusto da Costa (Seia, 6 de março de 1871 — Paris, 11 de maio de 1937) foi um advogado, professor universitário, político republicano e estadista português.
Foi um dos principais obreiros da implantação da República em Portugal e uma das figuras dominantes da Primeira República.
in Wikipédia
NOTA: deixamos aqui um excelente texto para quem quiser conhecer melhor este senhor:
Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?
Afonso Costa não é, como escreveu A.H. de Oliveira Marques, o mais
querido e o mais odiado dos Portugueses. É, com certeza, uma das
figuras mais ridículas e abjectas da História de Portugal, epítome do
que constituiu a I República, ou seja, um regime de vale-tudo, de
ameaças, de extorsões, de perseguições e ódios. Afonso Costa jamais foi
querido. Foi sempre temido, odiado, repudiado e no fim respeitado,
pois ser amado significava perder a força necessária à consolidação da
sua obra. A República Portuguesa, sobretudo nos seus defeitos (sim,
porque não podemos esconder-lhe algumas virtudes) foi da sua lavra.
Desde a tentativa de erradicação da Igreja Católica, às sovas que deu
ou mandou dar aos seus opositores, passando pelos pequenos furtos ou os
grandes roubos em que esteve envolvido, sem qualquer pejo, embaraço ou
vergonha. Como escreveu Fernando Pessoa: «Não podendo Afonso Costa
fazer mais nada, é homem para mandar assassinar. Tudo depende do seu
grau de indignação.». Ora, a indignação de Afonso Costa teve vários
graus, tantos ou mais do que aqueles que subiu na hierarquia da
Maçonaria que o acolhia com fraternidade. Aliás, a raiva deste paladino
da República nunca foi elitista, faça-se-lhe justiça: tanto se dirigia
a monárquicos como a republicanos, dependendo de quem se atrevia a
fazer-lhe frente.
Político experimentado dos últimos anos do Rotativismo e da experiência
do Franquismo, A. Costa sabia uma coisa: para governar um país como
Portugal, a Democracia só podia vir depois. Mais, o primeiro passo para
mandar nos portugueses, não é suspender o Parlamento, ou calar a
Imprensa, é alimentar o mais possível o caciquismo e os clientelismos.
Por isso, com uma mestria nem sequer igualada pelo seu sucessor das
Finanças a partir de 1926, rodeou-se da família, criando uma Dinastia
de Costas (a expressão aparece na sua correspondência), leal, forte,
incorruptível (na qual a sua mulher teve um papel fundamental, mesmo
apesar de às mulheres a República ter negado o direito ao voto),
distribuiu benesses aos mais próximos, amigos ou inimigos, mantendo-os
no bolso como qualquer bom gangster o faria.
Contudo, Costa tinha um lado medroso que faz dele esse político tão
extraordinário e vivo da nossa História. Rodeava-se da púrria
(adolescentes vadios e marginais a quem oferecia bombas e armas para
assustar a população) e ele próprio manejava a pólvora como ninguém; por
outro lado era incapaz de enfrentar um opositor num frente a frente. E
tinha medo, muito medo, do próprio terror que lançara. Quando, em
1917, Sidónio o mandou ir prender ao Porto andou escondido em
guarda-fatos e dali saiu apupado por uma fila de mulheres. Passou
vexames inacreditáveis: viu a sua casa ser esbulhada de alguns dos
objectos que ele tinha furtado nos Palácios Reais e um dia de Julho de
1915, seguindo num eléctrico atirou-se pela janela fora ao som e à
vista de um clarão que pensava vir de uma bomba. Não fora um atentado,
apenas um curto-circuito…estatelou-se no chão de onde foi levantado
pelos transeuntes em estado grave e, durante meses e anos a fio, Lisboa
transformou esta cena patética numa adivinha popular: Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?
Afonso Costa participou em negociatas e estranhos casos de
favorecimento. Desapareceram processos durante o seu ministério na
Justiça e não poucas vezes viu o Parlamento envolvê-lo na “roubalheira”
de que fala Raul Brandão e na qual políticos e militares participavam.
Em França um banqueiro virou-se para António Cabral, ex-ministro da
Monarquia perguntando-lhe: - “Conhece um tal de Afonso Costa, em
Portugal”. António Cabral disse que sim, que o conhecia bem… ao que o
capitalista respondeu – “Pois deve ser um dos homens mais ricos do seu
país, dada a quantia que possui na conta que por cá abriu…”
Nada o detia. Para além de manipular a legislação a seu favor (algo que
facilmente podia fazer dado que controlava, a partir da proeminência
do seu Partido Democrático, veja-se o Caso das Binubas, de que hoje
ninguém fala…) executava malabarismos financeiros, como o que envolveu a
sua mulher para quem fez desviar, sob a desculpa da caridade, meio
milhão de francos, destinados à Comissão de Hospitalização da Cruzada
das Mulheres Portuguesas, de que a D. Alzira Costa era presidente.
Claro está que no meio de governos maioritários, ditatoriais e não
fiscalizados, no meio do clima de terror que Afonso Costa ajudara a
criar e mantinha para sua segurança e a da própria República, os roubos
não só eram frequentes, como absolutamente seguros (prova-o a
“habilidade” de Alves dos Reis, em 1925). Nenhuma investigação sendo
efectivamente aberta levaria a alguma condenação. Não deixa de ser
curioso que às despesas e aos roubos que os republicanos faziam questão
de apontar antes de 1910 tornaram-se frequentíssimos durante os
loucos anos da I República: armamento, fardas militares, promiscuidades
várias com empresas estrangeiras, etc, etc.
Através da figura de Afonso Costa é fácil entender as actuais
comemorações do Centenário e como, a meio deste ano de 2010, os seus
mandatários resolveram assumir a celebração dos primeiros anos da
República, evitando assim o Estado Novo e, na III República, fugir à
inevitável glorificação de uma certa “oposição” não socialista. É que a
Primeira República, intolerante e exclusiva como hoje alguns dos seus
admiradores é a melhor e talvez a única maneira de regressar às raízes e
à autenticidade da República Portuguesa tal qual ela foi gizada.
Nuno Resende daqui
Postado por Fernando Martins às 00:15 0 bocas
Marcadores: Afonso Costa, FDP, I república, Monarquia
domingo, março 06, 2011
Afonso Costa nasceu há 140 anos
Afonso Augusto da Costa (Seia, 6 de Março de 1871 — Paris, 11 de Maio de 1937) foi um advogado, professor universitário, político republicano e estadista português.Foi um dos principais obreiros da implantação da República em Portugal e uma das figuras dominantes da Primeira República.in Wikipédia
NOTA: deixamos aqui um excelente texto para quem quiser conhecer melhor este senhor:
Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?Afonso Costa não é, como escreveu A.H. de Oliveira Marques, o mais querido e o mais odiado dos Portugueses. É, com certeza, uma das figuras mais ridículas e abjectas da História de Portugal, epítome do que constituiu a I República, ou seja, um regime de vale-tudo, de ameaças, de extorsões, de perseguições e ódios. Afonso Costa jamais foi querido. Foi sempre temido, odiado, repudiado e no fim respeitado, pois ser amado significava perder a força necessária à consolidação da sua obra. A República Portuguesa, sobretudo nos seus defeitos (sim, porque não podemos esconder-lhe algumas virtudes) foi da sua lavra. Desde a tentativa de erradicação da Igreja Católica, às sovas que deu ou mandou dar aos seus opositores, passando pelos pequenos furtos ou os grandes roubos em que esteve envolvido, sem qualquer pejo, embaraço ou vergonha. Como escreveu Fernando Pessoa: «Não podendo Afonso Costa fazer mais nada, é homem para mandar assassinar. Tudo depende do seu grau de indignação.». Ora, a indignação de Afonso Costa teve vários graus, tantos ou mais do que aqueles que subiu na hierarquia da Maçonaria que o acolhia com fraternidade. Aliás, a raiva deste paladino da República nunca foi elitista, faça-se-lhe justiça: tanto se dirigia a monárquicos como a republicanos, dependendo de quem se atrevia a fazer-lhe frente.Político experimentado dos últimos anos do Rotativismo e da experiência do Franquismo, A. Costa sabia uma coisa: para governar um país como Portugal, a Democracia só podia vir depois. Mais, o primeiro passo para mandar nos portugueses, não é suspender o Parlamento, ou calar a Imprensa, é alimentar o mais possível o caciquismo e os clientelismos. Por isso, com uma mestria nem sequer igualada pelo seu sucessor das Finanças a partir de 1926, rodeou-se da família, criando uma Dinastia de Costas (a expressão aparece na sua correspondência), leal, forte, incorruptível (na qual a sua mulher teve um papel fundamental, mesmo apesar de às mulheres a República ter negado o direito ao voto), distribuiu benesses aos mais próximos, amigos ou inimigos, mantendo-os no bolso como qualquer bom gangster o faria.Contudo, Costa tinha um lado medroso que faz dele esse político tão extraordinário e vivo da nossa História. Rodeava-se da púrria (adolescentes vadios e marginais a quem oferecia bombas e armas para assustar a população) e ele próprio manejava a pólvora como ninguém; por outro lado era incapaz de enfrentar um opositor num frente a frente. E tinha medo, muito medo, do próprio terror que lançara. Quando, em 1917, Sidónio o mandou ir prender ao Porto andou escondido em guarda-fatos e dali saiu apupado por uma fila de mulheres. Passou vexames inacreditáveis: viu a sua casa ser esbulhada de alguns dos objectos que ele tinha furtado nos Palácios Reais e um dia de Julho de 1915, seguindo num eléctrico atirou-se pela janela fora ao som e à vista de um clarão que pensava vir de uma bomba. Não fora um atentado, apenas um curto-circuito…estatelou-se no chão de onde foi levantado pelos transeuntes em estado grave e, durante meses e anos a fio, Lisboa transformou esta cena patética numa adivinha popular: Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?Afonso Costa participou em negociatas e estranhos casos de favorecimento. Desapareceram processos durante o seu ministério na Justiça e não poucas vezes viu o Parlamento envolvê-lo na “roubalheira” de que fala Raul Brandão e na qual políticos e militares participavam. Em França um banqueiro virou-se para António Cabral, ex-ministro da Monarquia perguntando-lhe: - “Conhece um tal de Afonso Costa, em Portugal”. António Cabral disse que sim, que o conhecia bem… ao que o capitalista respondeu – “Pois deve ser um dos homens mais ricos do seu país, dada a quantia que possui na conta que por cá abriu…”Nada o detia. Para além de manipular a legislação a seu favor (algo que facilmente podia fazer dado que controlava, a partir da proeminência do seu Partido Democrático, veja-se o Caso das Binubas, de que hoje ninguém fala…) executava malabarismos financeiros, como o que envolveu a sua mulher para quem fez desviar, sob a desculpa da caridade, meio milhão de francos, destinados à Comissão de Hospitalização da Cruzada das Mulheres Portuguesas, de que a D. Alzira Costa era presidente.Claro está que no meio de governos maioritários, ditatoriais e não fiscalizados, no meio do clima de terror que Afonso Costa ajudara a criar e mantinha para sua segurança e a da própria República, os roubos não só eram frequentes, como absolutamente seguros (prova-o a “habilidade” de Alves dos Reis, em 1925). Nenhuma investigação sendo efectivamente aberta levaria a alguma condenação. Não deixa de ser curioso que às despesas e aos roubos que os republicanos faziam questão de apontar antes de 1910 tornaram-se frequentíssimos durante a os loucos anos da I República: armamento, fardas militares, promiscuidades várias com empresas estrangeiras, etc, etc.Através da figura de Afonso Costa é fácil entender as actuais comemorações do Centenário e como, a meio deste ano de 2010, os seus mandatários resolveram assumir a celebração dos primeiros anos da República, evitando assim o Estado Novo e, na 3.ª República, fugir à inevitável glorificação de uma certa “oposição” não socialista. É que a Primeira República, intolerante e exclusiva como hoje alguns dos seus admiradores é a melhor e talvez a única maneira de regressar às raízes e à autenticidade da República Portuguesa tal qual ela foi gizada.
Nuno Resende daqui
ADENDA: um estranho dia este, no dia em que Afonso Costa comemorava 50 anos, com a ajuda da Comintern, foi fundado o Partido Comunista Português, ou PCP, como a secção Portuguesa do Internacional Comunista, há 90 anos, em Assembleia realizada na Associação dos Empregados de Escritório em Lisboa...
Postado por Fernando Martins às 07:06 0 bocas
Marcadores: Afonso Costa, comunismo, FDP, I república, Monarquia, PCP
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