Mostrar mensagens com a etiqueta A Educação do meu Umbigo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta A Educação do meu Umbigo. Mostrar todas as mensagens

domingo, janeiro 11, 2009

Profundamente errado - o ME (e DREN) em todo o seu explendor...

Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos o seguinte post:

A decisão final do processo disciplinar aos alunos da Escola do Cerco tem, independentemente de outros aspectos mais ou menos passíveis de discussão, um erro enorme e uma mensagem implícita profundamente perturbadora.

A aluna que filmou a ocorrência é quem levou o castigo maior (oito dias, em vez dos cinco para os alunos que praticaram os actos), alegadamente porque terá mentido sobre a gravação.

Pois, sim, sabemos…

Eu acredito mesmo no coelhinho da Páscoa.

A mensagem clara é: façam o que fizerem (batam, esfolem, intimidem, gozem, brinquem, desrespeitem) mas, por favor, não filmem e muito menos divulguem para que se saiba.

Note-se que os factos já eram do conhecimento do órgão de gestão da escola (que os conheceu no próprio dia), só sendo despoletado o procedimento disciplinar quando a situação transbordou para a opinião pública.

Absolutamente lamentável.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Lógicas imbatíveis

Do Blog A Educação do meu Umbigo publicamos o seguinte post:

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desvalorizou hoje as aposentações entre os professores, atribuindo o facto de quatro mil docentes terem pedido a aposentação nos últimos dez meses (o dobro do ano passado) às alterações na lei da reforma.

“A idade da reforma aumentou e, naturalmente, mais pessoas pediram a aposentação, mas isso aconteceu em todas as profissões”, declarou, falando aos jornalistas na Fundação de Serralves, no Porto, onde participou no Encontro Nacional de Professores.

Considerando que a notícia avançada pelo “Jornal de Notícias” é “uma manipulação dos números”, o representante do Governo qualificou como ilegítima qualquer associação entre a duplicação dos pedidos de aposentação e a desmotivação dos professores. “Não acho nada que os professores tenham falta de motivação, bem pelo contrário: os resultados escolares em Portugal melhoraram e muito e isso deve-se ao trabalho dos professores”, afirmou, insistindo que as aposentações também aumentaram entre “médicos, enfermeiros, juízes e advogados”. (Natália Faria)

Este secretário de Estado é um portento em matéria de lógica e argumentação. Um tipo não sabe mesmo se não será ele o verdadeiro Zé Carlos que faltou um pouco ao primeiro programa dos Gato Fedorento para a SIC.

Vejamos:

  • As pessoas reformam-se mais cedo porque a idade da aposentação aumenta. Tem toda a lógica. Aliás, quando um Governo aumenta a idade da aposentação é para que as pessoas se reformem mais cedo. Julgo que é óbvio, evidente e transparente. É que mesmo que se argumente que, do ponto de vista do ME, as aposentações são benéficas em termos orçamentais, do lado do pagamento das prestações sociais não é tanto assim. Mas…
  • Depois temos o facto da notícia ser, aparentemente, uma «manipulação dos números». Vindo de quem vem só podemos considerar isto um exercício sublime de amnésia ou auto-ironia. Quem costuma atirar números para o ar sem grande fundamento e de forma selectiva é exactamente o ME (caso da assiduidade dos docentes, da cobertura dos gastos pela ASE): Mas se o SE Lemos ainda demonstrasse onde se encontra a manipulação poderíamos compreende-lo. Como apenas a enuncia, de nada adianta. Eu posso dizer que os gatos com quatro patas são todos resultado de uma manipulação genética que, sem a devida demonstração, isso não se transforma numa verdade.
  • Mas o que é sempre interessante é que, apesar de ser uma manipulação, Valter Lemos dá por adquirido esse aumento das aposentações, apenas achando que também ocorre em outras profissões. Pena que, de novo, lhe tenha falhado a demonstração de aumento equivalente de aposentações entre médicos, juízes e advogados. Entre os enfermeiros, até acredito.
  • Por fim, embora achando que os dados são manipulados, Valter Lemos não associa o inexistente aumento de aposentações com a «desmotivação dos docentes». pelo contrário acha-os motivados, pois até os alunos têm vindo a ter melhores notas. Arre… que o senhor excelentíssimo secretário de estado realmente tem umas circunvoluções cerebrais que me deixam abismado. Qual cérebro de Lenine, qual cérebro de Darwin. Este cérebro é que merece ser estudado em detalhe quando essa oportunidade se apresentar. É que o génio, em modelo supra, mora aqui. Numa embalagem improvável. Mas é mesmo aqui.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Animais domésticos

Visão, 2 de Outubro de 2008 (via Blog A Educação do meu Umbigo)

quinta-feira, outubro 02, 2008

Pagamentos Por Conta?

Na sequência do post anterior, outro sobre o mesmo (a notícia está a espalhar-se...) do Blog A Educação do meu Umbigo:

(clicar para aumentar)

Anúncios geram polémica entre PSD e ministra

Anúncios ou notícias? O PSD acusou ontem o Ministério da Educação de fazer “publicidade enganosa” ao fazer publicar pelo menos 35 artigos na primeira página do caderno de anúncios do Jornal de Notícias (JN) sem qualquer indicação de que se tratava de publicidade paga nem referência à fonte da informação.
“Um escândalo”, acusou o deputado Agostinho Branquinho, ao confrontar a ministra Maria de Lurdes Rodrigues com a situação durante uma audição na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, onde avaliou em 35 mil euros o custo destas publicações.
A questão já tinha motivado uma pergunta ao Governo pela bancada social-democrata, onde se alertava o ministério para o risco de confusão perante o leitor.
“A dúvida que se coloca perante o leitor é se os textos em questão, tantas vezes redigidas em tom apologético, acompanhadas de fotografias seleccionadas de forma a enaltecer as realizações do Governo, são textos informativos redigidos segundo critérios jornalísticos ou se são uma manifestação propagandística com recurso a recursos públicos”.
Na resposta, a chefe de gabinete da ministra classificava aqueles artigos como “imprensa/publicidade”, afirmava terem sido escritos pelo Gabinete de Comunicação do Ministério da Educação e indicava como custo unitário 728 euros, acrescidos de IVA.

“Não há qualquer publicidade enganosa”, refutou ontem a governante no Parlamento, para quem a publicação desses artigos no suplemento de anúncios é suficiente para afastar qualquer dúvida sobre o tipo de artigo em causa.
“Estamos a exercer o nosso dever de comunicar e informar e desafio os senhores deputados a provar que se trata de notícias falsas ou de promoção pessoal de qualquer membro da equipa ministerial”, argumentou Maria de Lurdes Rodrigues.
Horas depois, o ME fez chegar ao PÚBLICO a primeira página do jornal Notícias da Educação de Dezembro de 1993, da propriedade do Ministério da Educação da época (Governo Cavaco Silva), onde se noticia em manchete que “A nova equipa do ME já está a trabalhar”, acompanhada de uma grande fotografia da então ministra Manuela Ferreira Leite.
A talhe de foice, o assessor ministerial sublinha que Agostinho Branquinho integrava o conselho editorial desse órgão de propaganda.
(Leonete Botelho, Público, sem link permanente)

Pelo Norte, o JN passou a ser conhecido como a «folha governamental». Por alguma razão será. Já agora, seria interessante que se pudesse falar à vontade sobre as transferências para certas prateleiras de quem, em alguns órgãos de comunicação social escrita, se porta mal. Ou do que é preciso fazer para (sobre)viver às recomendações que surgem na secretária.

Porque o ridículo disto tudo é que nos tempos que correm são muitos os jornalistas a falar em off para fora, ao contrário do habitual.

E com ou sem regulação pela ERC, aqui pelos blogues respeita-se a privacidade e muito do que se sabe não se pode divulgar para evitar males maiores.

Note-se ainda a estratégia de contra-ataque do ME: antes de mais, procura justificar os seus pecadilhos com pecadilhos anteriores, dos seus actuais adversários. Em seguida, e não sei se de forma inconsciente, dá a entender que se em 2008 há quem ceda ao ME, já em 1993 o fazia, embora para outra cor.

Triste. Mas um retrato fiel da realidade.

domingo, agosto 03, 2008

Façam o Trabalho de Casa...

Do Blog A Educação do meu Umbigo, de Paulo Guinote, publicamos o seguinte post:

Eu sei que é Agosto, que muita gente acha que a manifestação de 8 de Março e o Memorando de Entendimento foram os momentos marcantes do ano e que agora chegará fazer uns comunicados e umas declarações mais ou menos inflamadas, assim como umas reuniões para o «acompanhamento» do processo e que não há muito mais que se possa apresentar como serviço.
Discordo e, não duvidando da existência de quem faz mais do que isso com toda a dedicação e empenho pela causa dos docentes, eu proporia que quem tem como missão exclusiva tratar desses assuntos perdesse umas horas ou dias a calcular o que o ME poupou em matéria de congelamento da progressão das carreiras dos professores e com o sistema de quotas na progressão para titular.
A seguir fazer as contas exactas de quanto o ME vai, efectivamente, gastar com as acções de propaganda a desenvolver no início do próximo ano lectivo. Porque a distribuição de livros será coisa para meio milhão de euros, quanto muito. Assim como os prémios de mérito. E perceber quantos computadores vão ser mesmo oferecidos e o que isso representa em investimento, não a preço de mercado, mas a preço de custo.
Obtidos esses números, compará-los uns com os outros e perceber se quem anda a pagar os brilharetes do senhor engenheiro e da tríade ministerial da 5 de Outubro não será a bolsa dos professores.
E depois trabalhar para fazer passar essa mensagem, com firmeza, mas com com calma e sem a estridência do costume. Fazer passar o argumento e a sua demonstração e não os slogans que só convence mos convencidos e satisfaz os do costume. E guardem lá as vigílias e os batuques que servem bastante para conviver mas cada vez tendem mais a valer zero para a opinião pública.
Esse é que seria um trabalhinho bem feito para apresentar no início de Setembro.
Não se acanhem. Eu tentarei fazer a minha parte. Mas faltam-me os recursos, humanos e técnicos, que as estruturas sindicais ainda têm.
Deixem estar que ainda sobra tempo para apresentarem um bom bronzeado na chamada rentrée.