sexta-feira, maio 31, 2024

Boris Pasternak morreu há 64 anos...

   

Boris Leonidovitch Pasternak (em russo: Борис Леонидович Пастернак; Moscovo, Império Russo, 10 de fevereiro de 1890 - Peredelkino, União Soviética, 30 de maio de 1960) foi um poeta e romancista russo.


 

Pasternak em 1908


Biografia

Nasceu em Moscovo, em 10 de fevereiro (no calendário gregoriano - a 29 de janeiro no calendário juliano), em 1890, numa rica família judia assimilada. Filho de um professor de pintura e de uma pianista, teve uma juventude numa atmosfera cosmopolita. A família alegava ser descendente da linhagem paterna de Isaac Abrabanel, o famoso tesoureiro judeu sefardita do século XV em Portugal. Estudou filosofia na Alemanha e retornou a Moscovo em 1914, ano em que publicou a sua primeira coleção de poesias. Primeiramente próximo do futurismo russo, é principalmente como poeta que Pasternak se tornou conhecido na Rússia.

Durante a Primeira Guerra Mundial ele ensina e trabalha numa fábrica química dos Urais, o que lhe deu matéria para a sua famosa saga Doutor Jivago anos mais tarde.

Pasternak caiu em desgraça perante as autoridades soviéticas durante os anos 30; acusado de subjetivismo, conseguiu, no entanto, não ser enviado para um Gulag.

Foi-lhe atribuído o Nobel de Literatura de 1958, mas não foi autorizado a recebê-lo, por razões políticas.

Na Rússia, é mais conhecido como poeta do que romancista, em virtude de o livro Dr. Jivago não ter feito sucesso na antiga União Soviética por motivos políticos. É interessante observar, no entanto, que o personagem principal, homónimo do título do livro, é, justamente, um poeta que tem problemas com as autoridades soviéticas, embora simpatizante da causa dos deserdados. O Dr. Jivago, é possível afirmar, é um alter-ego do poeta Pasternak.

Até o momento de sua morte por cancro de pulmão em 1960, a campanha contra Pasternak foi severamente criticada, pondo em causa a credibilidade internacional da URSS. Ele continua sendo uma figura importante na literatura russa ainda hoje. Além disso, as táticas desenvolvidas por Pasternak foram mais tarde continuadas, ampliadas e aperfeiçoadas por Aleksandr Solzhenitsyn e outros dissidentes soviéticos. 

         

(...)    

     

Em 1958, Boris Pasternak publicou o seu mais conhecido trabalho no mundo ocidental: o romance Doutor Jivago. O livro não pôde ser publicado na União Soviética, devido às críticas feitas ao regime comunista na obra. Os originais do livro foram contrabandeados para fora da Cortina de Ferro e editados na Itália, tornando-se rapidamente num verdadeiro best-seller, fazendo de Pasternak vencedor do Nobel de Literatura.

Entretanto, pelo facto de ser um livro proibido pelo governo de Moscovo, Pasternak foi impedido de receber o Nobel e acabou sendo obrigado a devolver a honraria. A proibição da publicação de Doutor Jivago dentro da União Soviética vigorou até 1989, quando a política de abertura de Mikhail Gorbachev, então líder da URSS, permitiu a publicação da obra. Somente nesse ano os russos puderam conhecer a saga de Jivago.

Em 1965, Doutor Jivago teve uma adaptação para o cinema, com Omar Sharif no papel principal. O filme ficou famoso também por sua grande banda sonora, "Lara's Theme". Entretanto, Pasternak não viveu para ver o seu livro adaptado para as telas. Ele morreu em 1960. Encontra-se sepultado no Cemitério Peredelkino, Moscovo, na Rússia.
 

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