segunda-feira, janeiro 01, 2024

O livro Frankenstein foi publicado há 206 anos

    
Frankenstein ou o Moderno Prometeu (Frankenstein: or the Modern Prometheus, no original em inglês), mais conhecido simplesmente por Frankenstein, é um romance de terror gótico com inspirações do movimento romântico, de autoria de Mary Shelley, escritora britânica nascida em Londres. O romance relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que constrói um monstro no seu laboratório. Mary Shelley escreveu a história quando tinha apenas 19 anos, entre 1816 e 1817, e a obra foi primeiramente publicada em 1818, sem crédito para a autora na primeira edição. Atualmente costuma-se considerar a versão, revista, da terceira edição do livro, publicada em 1831, como a definitiva.
O romance obteve grande sucesso e gerou todo um novo género de literatura de terror, tendo grande influência na literatura e cultura popular ocidental.

Origem
Em 1815 o Monte Tambora, na ilha de Sumbawa, na atual Indonésia, entrou em erupção. Como consequência, um milhão e meio de toneladas de poeira foram lançadas na atmosfera, bloqueando a luz solar, deixando o ano de 1816 sem verão no hemisfério norte.
Neste ano, Mary Shelley, então com 19 anos e ainda com o nome de solteira, Mary Wollstonecraft Godwin, e seu futuro marido, Percy Bysshe Shelley, foram passar o verão à beira do Lago Léman, onde também se encontrava o amigo e escritor Lord Byron. Forçados a ficar confinados por vários dias em ambiente fechado pelo clima hostil anormal para a época e local, os três e mais outro hóspede, o também escritor John Polidori, passavam o tempo lendo uns para os outros historias de horror, principalmente histórias de fantasmas alemãs traduzidas para o francês.
Eventualmente Lord Byron propôs que os quatro escrevessem, cada um, uma história de fantasmas. Byron escreveu um conto que usaria em parte mais tarde na conclusão de seu poema Mazzepa. Inspirado por outro fragmento de história de Byron desta época, Polidori mais tarde escreveria o romance “O Vampiro”, que seria a primeira história ocidental contendo o vampiro, como conhecemos hoje, e que, décadas depois, inspiraria Bram Stoker no seu Drácula. Porém, passados vários dias, Mary Shelley ainda não conseguira criar uma história. Eventualmente ela veio a ter uma visão sobre um estudante dando vida a uma criatura. Essa visão tornou-se a base da história de Frankenstein, a qual Mary Shelley veio a desenvolver num romance, encorajada pelo seu futuro marido.
Desta forma, é curioso notar que o Frankenstein e o Vampiro vieram a ter sua génese literária na mesma ocasião.
Shelley relatou a sua versão da génese da história no prefácio da terceira edição (definitiva) de seu romance.
  
Edições
Mary Shelley completou o romance em 1817 e Frankenstein ou o moderno Prometeu foi publicado em 1 de janeiro de 1818 por uma pequena editora de Londres, a Lackington, Hughes, Harding, Mavor & Jones, após ter sido rejeitada por duas outras editoras. A publicação não continha o nome da autora, somente um prefácio escrito por Percy Bysshe Shelley, o seu noivo, e uma dedicatória a William Godwin, o seu pai. A primeira edição foi feita em três volumes e foram impressas somente 500 cópias.
Apesar das críticas desfavoráveis, a edição teve um sucesso de vendas quase imediato. Ficou bastante conhecida, principalmente através de adaptações para o teatro, e a obra foi traduzida para o francês.
A segunda edição de Frankenstein foi publicada a 11 de agosto de 1823, em dois volumes, desta vez com o crédito como autora para Mary Shelley.
Em 31 de outubro de 1831, a editora Henry Colburn & Richard Bentley lançou a primeira edição popular, num volume. Esta edição foi significativamente revista por Mary Shelley, e continha um novo e longo prefácio, escrito por ela, relatando a génese da história. Esta edição é a mais conhecida e mais usada como base para traduções.

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