Luísa Rosa de Aguiar (Setúbal, Nossa Senhora da Anunciada, 9 de janeiro de 1753 - Lisboa, Encarnação, 1 de outubro de 1833), Luísa Rosa de Aguiar Todi pelo casamento, foi uma cantora lírica portuguesa.
(...)
Carreira internacional
Em 1777 parte para Londres para atuar no King's Theatre, sem particular aplauso por parte dos ingleses.
Em 1778 está em Paris, onde a 22 de novembro nasceria a sua filha Adelaide Todi, em Versalhes. Em 1780 é aclamada em Turim, no Teatro Régio,
tendo assinado um contrato como prima-dona, e em 1780 era já
considerada pela crítica como uma das melhores vozes de sempre. Nessa
cidade veio a nascer o seu filho Leopoldo Rodrigo Ângelo Todi, a 24 de
novembro de 1782, mais tarde casado, em 1821, com Maria Germana Vasques,
com descendência.
Brilhou na Áustria, na Alemanha e na Rússia. Veio a Portugal em 1783 para cantar na corte portuguesa. Regressou a Paris, tendo ficado célebre o «duelo» com outra cantora famosa, Gertrud Elisabeth Mara, que dividiu a crítica e o público entre todistas e maratistas.
Convidada, parte com o marido e filhos para a corte de Catarina II da Rússia, em São Petersburgo (1784 a 1788), que a presenteou com joias fabulosas. Em agradecimento o casal Todi escreveu para a imperatriz a ópera Pollinia. Berlim aplaudiu-a quando ia a caminho da Rússia e, no regresso, Luísa Todi foi convidada por Frederico Guilherme II da Prússia, que lhe deu aposentos no palácio real, carruagem e os seus próprios cozinheiros, sem falar do principesco contrato, tendo ali permanecido de 1787 a 1789.
Diversas cidades alemãs a aplaudiram como Mogúncia, Hanôver e Bona, onde Beethoven a terá ouvido. Cantou ainda em Veneza, Génova, Pádua, Bérgamo e Turim.
De 1792 a 1796 encantou os madrilenos novamente.
Em 1793 vem à corte de Lisboa por ocasião do batizado de mais uma filha do herdeiro do trono, o futuro D. João VI, casado com D. Carlota Joaquina. A cantora precisou de uma autorização especial para cantar em público, que era então proibido às mulheres.
Em 1799 terminou a sua carreira internacional em Nápoles.
Regresso a Portugal
Regressou a Portugal e cantou ainda no Porto, em 1801, onde enviuvou, em Santo Ildefonso, a 28 de abril de 1803. Viveu naquela cidade, onde viria a perder as suas famosas joias no trágico acidente da Ponte das Barcas, por ocasião da fuga das invasões francesas de Portugal pelos exércitos de Napoleão, em 1809.
A cantora
Luísa Todi, que tinha a capacidade invulgar de cantar com a maior perfeição e expressão em francês, inglês, italiano e alemão, é considerada a meio-soprano portuguesa mais célebre de todos os tempos.
No seu Tratado da Melodia, Anton Reicha, considera Luísa Todi como «a cantora de todas as centúrias» melhor dizendo «uma cantora para a eternidade».
Setúbal não a esqueceu, tendo-lhe erigido um monumento, com a sua efígie, e dado o seu nome a uma das principais artérias da cidade, a Avenida Luísa Todi.
in Wikipédia
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