O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Nasceu em Tomar, a 17 de dezembro de 1906, cidade sobre a qual
escreveria que é onde «o monumento completa a paisagem; a paisagem é o
quadro digno do monumento; e a luz é o elemento transfigurador e
glorificador da união quase consubstancial da Natureza com a Arte.»
Apenas com 14 anos, começou a trabalhar como pianista no Cine-Teatro de
Tomar, procedendo ele próprio aos "arranjos" dos trechos que
interpretava, tocando peças de Debussy e de compositores russos contemporâneos. Na época, competiam em Tomar as duas bandas rivais: Gualdim Pais e a Nabantina.
Em 1923, frequenta o Curso Superior do Conservatório de Lisboa, tendo como professores: Adriano Meira (Curso Superior de Piano), Tomás Borba (Composição) e Luís de Freitas Branco (Ciências Musicais); em 1927, frequenta a Classe de Virtuosidade, onde tem como professor o Mestre Vianna da Motta (antigo aluno de Liszt), considerado o maior pianista português de todos os tempos.
Em 1928, frequentaria também o curso de Ciências Históricas e Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa, que viria a abandonar em 1931, em protesto contra a repressão a uma greve académica.
Entretanto, funda em Tomar o semanário republicano "A Ação".
Em 1931,
no dia em que conclui, com a mais alta classificação, as provas de
concurso para Professor de Solfejo e Piano do Conservatório Nacional, é
preso pela polícia política, encerrado no Aljube e, a seguir,
desterrado para Alpiarça.
Em 1934
concorre a uma bolsa de estudo, na área da música, para Paris. Ganha o
concurso mas a decisão do Júri é anulada por ordem da polícia política.
Em setembro de 1935 é de novo preso e enviado para o Forte de Caxias.
Em 1937 é libertado e parte para França por conta própria, aproveitando para ampliar os seus conhecimentos musicais, estudando Composição e Orquestração com Koechlin.
Em 1939 recusa a nacionalidade francesa, sendo forçado a regressar a Portugal.
Em 1940
é-lhe proposto dirigir os Serviços de Música da Emissora Nacional. Não
chega a tomar posse do cargo porque recusa assinar a declaração de
"repúdio ativo do comunismo e de todas as ideias subversivas" que,
então, era exigida a todos os funcionários públicos.
Em 1945
integra o Movimento de Unidade Democrática (MUD], do qual virá a ser
dirigente. No âmbito das atividades do MUD, Fernando Lopes-Graça cria o
Coro do Grupo Dramático Lisbonense, mais tarde Coro da Academia dos
Amadores de Música que, após a sua morte, foi renomeado Coro
Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música, como forma de homenagem.
As Canções Regionais Portuguesas e as Canções Heroicas são cantadas pelo
Coro por todo o país. Por essa altura adere ao Partido Comunista Português.
A repressão por parte do regime fascista cresce e acentua-se: na década
de cinquenta as orquestras nacionais são proibidas de interpretar
obras de Fernando Lopes-Graça; os direitos de autor são-lhe roubados;
é-lhe anulado o diploma de professor do ensino particular; é obrigado a
abandonar a Academia dos Amadores de Música, à qual só regressa em
1972.
É autor de uma vasta obra literária incidente em reflexões sobre a música portuguesa
e a música do seu tempo, mas maior ainda é a sua obra musical, da
qual são assinaláveis os concertos para piano e orquestra, as inúmeras
obras corais de inspiração folclórica nacional, o Requiem pelas Vítimas do Fascismo (1979), o concerto para violoncelo encomendado e estreado por Rostropovich,
e a vastíssima obra para piano, nomeadamente as seis sonatas que
constituem um marco na história da música pianística portuguesa do
século XX.
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