Lili'uokalani, Rainha do Havai (Honolulu, Havai, 2 de setembro de 1838 - Honolulu, Havai, 11 de novembro de 1917) - originalmente Lydia Kamaka'eha, também conhecida como Lydia Kamaka'eha Paki, escolhendo como nome real Lili'uokalani, e mais tarde teve o nome trocado para Lydia K. Dominis - foi a última monarca do Reino do Havai. Foi também compositora de Aloha ʻOe e de outras músicas. Ela escreveu sua autobiografia "Hawaii's Story by Hawaii's Queen" (História do Havai pela Rainha do Havai) após perder o seu trono.
A última rainha soberana do Havai nasceu em 1838, em Honolulu. De
acordo com as tradições havaianas da época, foi adotada no
nascimento por Abner Paki e a sua esposa, Konia (neta do Rei Kamehameha I). A infância de Liliuokalani foi passada com Bernice Pauahi, filha biológica dos Pakis.
Liliuokalani estudou na Escola Real e tornou-se fluente em inglês.
Em 16 de setembro de 1862, casou-se com John Owen Dominis, que se tornou governador de Oahu e Maui. O casal não teve filhos; o herdeiro do trono de Lili'uokalani era a sua sobrinha Victoria Ka'iulani (1875–1899).
Lili'uokalani herdou o trono do seu irmão Kalākaua em 17 de janeiro de 1891.
Logo após a sua ascensão ao poder, ela tentou promulgar uma nova
constituição, já que a "Constituição da Baioneta" - assim apelidada
porque havia sido assinada pelo monarca anterior sob pressão - limitava o
seu poder. Foi derrotada, em 1893, por descendentes de norte-americanos que queriam que o reino passasse a fazer parte dos Estados Unidos da América, algo que finalmente conseguiram anos depois, quando a monarca abdicou do trono para evitar lutas sangrentas.
Os empresários americanos, que há anos investiam na produção
açucareira, estavam preocupados com os impostos cobrados pelo Reino do
Havai, por isso almejavam a anexação do território aos Estados Unidos,
um grande mercado consumidor. Em 1893, o representante do governo
norte-americano no Havaí, John L. Stevens, pediu que as tropas do U.S.S.
Boston, estabelecidas em terra, protegessem os negócios e as propriedades
dos norte-americanos. Sua Majestade foi deposta naquele ano e foi
estabelecido um governo provisório.
O governo do presidente dos EUA, Grover Cleveland (1893-1897),
acreditava que a população havaiana estava do lado de sua monarca e que
a deposição da rainha era ilegal. Por conta disso, em 16 de novembro de 1893,
o governo ofereceu à rainha a restauração do seu trono se ela
concedesse amnistia a todos os envolvidos na deposição. Num primeiro
momento, a rainha negou, alegando que queria que os golpistas fossem
punidos. Ante esta situação, o Presidente Cleveland levou a questão ao Congresso. Em 18 de dezembro de 1893
o ministro norte-americano Willis solicitou ao governo provisório que
devolvesse o poder a Lili'uokalani, que se negou a fazê-lo. Em 4 de julho (alusão ao dia da independência dos EUA) de 1894, foi proclamada a República do Havaí e Sanford B. Dole, um dos primeiros defensores da república, nomeado presidente. O governo dos EUA logo reconheceu o novo país.
Lili'uokalani foi detida em 16 de janeiro de 1895
(vários dias após uma rebelião de Robert Wilcox) quando armas de fogo
foram encontradas nos jardins da sua casa; facto do qual ela negou ter
conhecimento. Por este motivo, foi sentenciada a cinco anos de trabalhos
forçados na prisão e a uma multa de $5.000, mas a sentença foi comutada
para prisão domiciliar no Palácio 'Iolani, onde ficou presa até 1896.
Após oito meses, ela abdicou ao trono, em troca da libertação dos seus
aliados da prisão e do perdão das penas de morte que enfrentavam.
Mudou-se para o palácio Washington Place, onde residiu de forma anónima até à sua morte, em 1917, por complicações de um derrame cerebral. O território do Havai foi anexado pelos Estados Unidos em 1898.
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