Início do documento - Mainz, 1555
A Paz de Augsburgo foi um tratado assinado entre o Imperador Carlos V (também, simultaneamente, Rei Carlos I de Espanha, pai do Rei Filipe II de Espanha e I de Portugal) e as forças da Liga de Esmalcalda, em 25 de setembro de 1555, na cidade de Augsburgo, na atual Alemanha.
O resultado da Paz de Augsburgo foi o estabelecimento da tolerância oficial da Igreja Luterana no Sacro Império Romano. De acordo com a política de cuius regio, eius religio, a religião (católica ou luterana) do príncipe (eleitor)
da região seria aquela a que os súbditos desse príncipe se deveriam
converter. Foi concedido um período de transição, no qual os súbditos poderiam
escolher se não preferiam mudar-se com família e haveres para uma
região governada por um príncipe da religião de sua escolha (Artigo 24:
"No caso de os nossos súbditos, quer pertencentes à velha religião ou à
confissão de Augsburgo, pretendam deixar suas casas com as suas
mulheres e crianças, por forma a assentar noutra, eles não serão
impedidos na venda do seu imobiliário, desde que pagas as devidas
taxas, nem magoados na sua honra").
Apesar de a Paz de Augsburgo ter sido moderadamente bem sucedida em
aliviar a tensão no império e ter aumentado a tolerância, ela deixou
coisas importantes por fazer. Nem os anabaptistas nem os calvinistas
ficaram protegidos sob esta paz: muitos grupos protestantes vivendo
sob o domínio de um príncipe luterano ainda se encontravam em perigo de
acusação de heresia. (Artigo 7: "No entanto, todas as religiões que
não aquelas duas mencionadas acima não serão incluídas na presente paz,
e estão totalmente excluídas dela.") A tolerância não foi oficialmente
estendida aos calvinistas antes do Tratado de Vestfália, em 1648.
As divisões religiosas criadas pela Paz de Augsburgo deixaram a região
politicamente fragmentada até bem depois de outras nações-estados se
terem unido (Inglaterra, França, Áustria-Hungria, etc), desta forma enfraquecendo a Alemanha como potência mundial até ao final do século XIX (apenas em 1871).
Alguns historiadores acham que foi por causa deste atraso na unificação que se verificou um extremo nacionalismo alemão nos séculos XIX e XX, o que levou indiretamente à Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial.
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